Capítulo Treze

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Candy

Estou parada no meio do quarto, enrolada na toalha e olhando para a porta trancada do banheiro. Tentando decifrar se ele me chamou mesmo de amor. Mas será que ouvi coisa? Enquanto me visto eu cantarolo a música da Halsey Trouble. Desço as escadas com a estranha sensação de felicidade e paz, me sentindo meio que completa, vou passando pela a sala e a campanhia toca.

- Eu atendo Alicia - Eu a aviso.

Quando abro a porta eu me assusto ao ver Mayer e um senhor de idade avançada.

- Você? O que faz aqui? - Demetrio não vai gostar dessa visita.

Me assusto ao perceber que o homem mais velho tem lágrimas em seus olhos.

- Podemos entrar? - eu dou espaço para eles, que entram.

- Você é tão parecida com ela - O homem velho fala, e logo suas lágrimas caem.

- Mayer o que está acontecendo? - Ele auxiliar o outro homem a sentar.

- Eu conto - Demetrio vem descendo as escadas, com uma cara não muito boa.

- Você é um verdadeiro filho da puta - Mayer grita em direção ao Demetrio.

- Mayer se acalme - O senhor fala.

Os dois ficam se encarando por um tempo.

- Parem, eu quero saber o que está acontecendo - Me coloco entre os dois de costas para o Demetrio - Vamos diga Demetrio - Eu o encaro, e ele foge dos meus olhos.

Demetrio apoia as mãos em meus ombros, e sinto aquele arrepio de reconhecimento.

- Eu ia contar pra você - Suspira - Só não sabia como - Vejo ele engolir em seco.

-Se afaste dela seu fodido - Mayer grita, mas com um olhar meu ele se cala.

- Vá para o inferno idiota - Demetrio devolve, me vira pra ele - O nome desse senhor é Arnold Overbroken, ele é dono de uma porcentagem da minha empresa - Acaricia meu rosto, engole seco - Ele é seu tio-avô - Uma batida a menos em meu coração.

Me sinto tonta, sinto o meu mundo girar. Seto de uma vez no sofá. Isso quer dizer que não estou sozinha no mundo?

- Eu me casei com você de olho nas ações dele - Agora entendo o que ele quis dizer com meus bens - As ações são suas, no final dos seis meses com o divorcio serão metade minhas - Ele se põe na altura dos meus olhos - Eu quero muito a empresa do meu pai de volta, e faria qualquer coisa para conseguir até...- Eu me levanto e ele se cala.

Demetrio se afasta me dando espaço. Isso quer dizer que o idiota por quem me apaixonei é mais fodido do que eu podia imaginar, me sinto fraca sem forças pra lutar contra o que sinto por ele, mas sinceramente o que quero no momento é mata-lo. O que vou fazer? Me aproximo do senhor que está sentado e calado. Seus olhos brilham com minha aproximação.

- Você é mesmo meu parente? - Ele me olha com carinho e tristeza.

Ele acena positivo, e lágrimas rolam do seu rosto. Me viro para o Demetrio que está em pé olhando pra mim com as mãos no bolso.

- Que merda você tem feito? - As lágrimas já embaçam minha visão.

- Candy, por favor - Ele fala manso, e dessa vez eu tremo de um jeito ruim.

Ele vem em minha direção, mas desvio não quero o toque dele agora.

- O teatro acabou Demetrio, eu sabia que esse casamento era uma grande merda só não tinha ideia da grande idiota que sou - Eu falo gritando, e ele baixa a cabeça - Eu nem sei como...

Candy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora