A luz do sol já começa a invadir o pequeno cômodo que era o meu quarto quando o despertador tocou, aquela mesma melodia lenta e chata de sempre. Esfrego um pouco os olhos na esperança de que se acostumassem mais rapidamente com a luminosidade do ambiente, mas isso foi uma tentativa em vão, como sempre foi.
Eu ainda estava exausta quando me arrastei até o banheiro, agora acho que passar a noite em claro estudando sobre mamutes, múmias egípcias e outras coisas relacionados a biologia, não foi uma boa ideia. Terei de revisar um pouco a matéria antes da aula, ou me darei super mal na prova de amanhã. Lavo o rosto com um pouco de água morna e encaro meu reflexo no espelho. Um ninho de passarinho tingido de vermelho, dois globos oculares da cor do céu, pintas rosadas por toda parte e espinhas de diversos tamanhos tão espalhadas pelo meu rosto quanto as sardas. Tomo um banho rápido, pois a água estava mais gelada do que eu imaginava quando mudei a temperatura do chuveiro.
Depois de ter finalmente despertado, abro o guarda-roupas e o encaro, na esperança de que ele me dissesse qual roupa devo vestir. Mas ele não diz, então eu escolho uma camiseta do Bon Jovi, um moletom preto, uma calça jeans surrada e meu All-Star também preto, depois desço às escadas para tomar o café da manhã. Café da manhã é a refeição mais importante do dia, é isso o que minha mãe sempre diz quando saio sem tomar café.
— Bom dia, filha — diz minha mãe, Lívia. Ela é aquele tipo de mulher exótica, desejada por no mínimo setenta por cento dos homens. Sua cabeleira loura bate quase na altura dos ombros largos, seu sorriso parece um convite para a felicidade. Seus olhos são tão azuis quanto os meus, ou são os meus que são tão azuis quanto os dela?
— Bom dia — respondo desanimadamente enquanto arrasto uma das cadeiras para me sentar.
— Quanto desânimo. Você acordou de ponta cabeça?
O legal de ter uma mãe como a minha, é que ela sempre consegue me fazer rir, mesmo nos piores dias, e ela também evita discussões e não se opõe à minhas opiniões. Meu pai também é assim. E eu nunca os vejo discutindo, nem nada.
Minha mãe me serve um prato com algumas de suas panquecas deliciosas. A casa tinha cozinheira, mas mamãe insistia em fazer nosso café todos os dias, o que é bom, pois só ela sabe fazer essas delícias que estão em um prato à minha frente.
— Bom, agora que já acordou eu vou indo porque também estou atrasada. Você sabe como as coisas são naquele hospital — ela beijou o topo de minha cabeça, pegou sua bolsa e as chaves do carro.
— Tome cuidado, filha.
—Ok, mãe.
São 07h15min, e o ônibus escolar já está quase passando, tenho que me apresar. Hoje eu terei de ir de ônibus ao colégio, mamãe não poderá me levar porque já está atrasada para ir ao hospital onde trabalha e papai já estava no hospital.
Tive de correr um pouco para conseguir chegar a tempo de pegar o ônibus, mas uma corridinha de manhã não faz mal a ninguém.
Ao chegar à escola, é o mesmo de sempre. Aulas chatas! Professores chatos! Colegas chatos! Garotas super metidas e chatas! Resumindo, tudo é chato nessa escola. Se não fosse pelos meus amigos Lara e Joe meus dias nessa escola seriam aterrorizantes.
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A Maldição da Lua.
Teen FictionAmélia Johansson Stohl, é apenas mais uma adolescente norte-americana comum, bem, isso é o que todos pensam... Agora com seus dezessete anos completos, Amélia terá de unir-se com seres não identificados de um outro universo para acabar com uma...