Amy.
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Eu havia sido devorada pelo mundo, engolida e soterrada. Me perguntei várias vezes se estava viva ou morta, mas nunca cheguei a uma conclusão. Me lembro dos momentos antes da espada atravessar meu peito, a luz vermelha, no início eu não tinha idéia do que aquele enorme brilho cegante significava, mas agora sei, ele significa o fim da maldição em Cher Airns.
É, acho que estou morta.
Mas porque eu ainda estou aqui?
E onde eu estou?
Abri os olhos lentamente, a luminosidade era forte demais e meus olhos começaram a lacrimejar. Branco. Tudo o que eu via era branco. Haviam pessoas andando de um lado ao outro, umas vestidas com roupas comuns do dia-a-dia, e outras com os uniformes que eu via meus pais vestindo todos os dias.
As pessoas falavam e falavam e falavam. E as vozes me incomodavam, tive vontade de manda-las se calar, mas não fui capaz de o fazer. Haviam crianças correndo de um lado ao outro. Pessoas agonizando de dor em macas encostadas nas paredes.
- Eu estava fazendo a curva quando ele apareceu - disse um dos homens na maca.
Comecei a caminhar, procurando uma porta de saída daquele lugar. No primeiro passo eu cai, mas não bati no chão, fiquei apenas suspensa no ar, flutuando. Que diabos estava acontecendo? Dentro ficar de pé e acabei girando no ar.
Uma das crianças que estavam correndo passou por mim, mas não pareceu me notar. A segunda esbarrou em mim, eu pude sentir, apesar de ela ter passado pelo meu corpo, era como se eu não estivesse ali.
- Se concentra - disse uma das vozes. - Só assim você vai conseguir descer daí.
Olhei para a garotinha parada à minha frente.
- Você esta falando, comigo?
- Você é a única pessoa flutuando que estou vendo por aqui.
- Você consegue me ver?
Ela me olhou com uma cara de tédio. Entendi isso como um sim.
- Se você não se concentrar, vai ficar voando pra sempre.
Respirei fundo. Eu não queria passar o dia todo no ar, isso estava me deixando enjoada.
- Tem alguma ideia de em que devo me concentrar?
Ela pensou um pouco, mas tive a imprensão de que ela estava apenas fingindo.
- Se imagine sendo puxada para o chão. Supostamente caindo.
- Cair? Não me parece uma boa idéia - olhei para o chão que parecia estar há uns três metros de distancia de mim.
- Então fique ai no ar - ela deu às costas e começou a caminhar.
- Não, espera. Eu vou tentar.
Ela parou e se virou novamente para mim com um enorme sorriso no rosto.
Respirei fundo e me concentrei. Me imaginei sendo puxada para o chão, mas não funcionou. A garota me olhou novamente com cara de tédio.
- Caindo.
Respirei fundo novamente e me imaginei caindo, acho que funcionou, pois eu sentia que estava caindo, de uns dez metros de altura. Então encontrei o chão, e não senti dor alguma.
Me levantei, a garota estava rindo, o que me fez querer chutar a cabeça dela para longe de mim.
- É tão hilário ver vocês caindo.
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A Maldição da Lua.
Fiksi RemajaAmélia Johansson Stohl, é apenas mais uma adolescente norte-americana comum, bem, isso é o que todos pensam... Agora com seus dezessete anos completos, Amélia terá de unir-se com seres não identificados de um outro universo para acabar com uma...