Quadragésimo capitulo

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Engoli seco. Eu conseguia ouvir meu correção pulsando no meu ouvido esquerdo, disparado. Acho que foi um susto.

Me recompôs e disse:

- E a Morte agora tem filhos, Claus? - falei com tom de deboche.

- Você não faz idéia - ele se levantou de sua cadeira, a fazendo escorregar e cair atras de si. - A Morte está à procura de Amy, ela não sabe que sua querida... amiga, esta presa entre os dois mundos, pra ela Amy esta viva e desfilando por aqui liberalmente. Mas eu não, algo deu errado Naquele Dia e as coisas saíram do controle da Morte, ela não controla mais esse planeta. E quem morre, por qualquer motivo que for, fica morto. A Morte esta fraca, e precisa dos filhos juntos outra vez para se fortalecer novamente.

- A Morte esta procurando Amy, pra quê? - apoiei-me na cadeira a minha frente.

- Isso eu ainda não sei. Mas a Morte não é nosso único problema até então, Travor também a esta procurando feito louco. Provavelmente pelo mesmo motivo que a Morte, força, sua amiga ainda tem o sangue de uma escolhida, e você sabe a força que ele pode proporcionar a quem dele beber.

- Eu sei sim - Murmurei entre dentes.

- Precisamos encontra-la logo Lara, antes deles, se quer saber. A Morte tem passagem livre entre os dois mundos. Travor tem o Elixir da Vida, a chave. E nós temos você.

Cruzei os braços.

- Eu? Eu não sou uma chave pra nada. Absolutamente nada.

- Sua cabeça talvez... - ele deu uma volta na mesa e parou de frente para mim.

- Pede minha ajuda, e já esta pensando em me decapitar - soltei os braços inconformada e dei-lhe as costas.

- Não. Talvez, você ainda consiga falar com Amy, você só precisa se concentrar, e verá que ela ainda esta viva, realmente viva em algum lugar. E essa pode ser a nossa chave.

Engoli seco e cruzei os braços novamente.

- Eu não sei como fazer isso... Acredite, eu já tentei.

- Eu posso ajudar, basta você abrir sua mente novamente, usar seu verdadeiro dom e permitir que eu entre na sua cabeça - ele se aproximou de mim.

O encarei. Seus olhos eram escuros como as trevas, e tao sombrios quanto.

- Jamais, Claus. Jamais. Eu não confio em você, nem nunca irei confiar. Eu vi o que você é capaz de fazer quando Richard atacou Amy no palácio. Você o transformou em um de seus soldados, e agora quer fazer o mesmo comigo. Eu não sou idiota. Chega uma hora Claus, em que até os melhores soldados são dispensados, você deveria pensar nisso, e deixar seus homens agirem por conta própria. Saia da cabeça deles, você não cansa disso?

- Eles escolheram isso quando vieram comigo. Eles sabem o que faço, eles me obedecem ao pé da letra.

Em? Eu te fiz uma pergunta? Isso não é cansativo?

- Sai da minha cabeça - ele murmurou.

Soltei uma leve gargalhada.

É confuso, não é? Ter alguem na sua cabeça, te fazendo obedecer ordens contra a sua vontade. Saia da cabeça deles.

Ele sorriu.

- Pensei que tinha dito que não iria entrar mais na cabeça de ninguém.

- É, não sou uma pessoa de palavra. Nao confie em mim.

Dei às costas a ele, e sai. O ouvi bater na mesa de ódio.

Caminhei até o dormitório. Agora, cada uma das celas eram de um vidro escuro e estranho, ninguém via nada do que acontecia do lado de dentro, apenas quem estava dentro via o que estava fora - tipo vidro com papel fumê.

A Maldição da Lua.Onde histórias criam vida. Descubra agora