Acompanha o capítulo a canção Equivocada - Thalía
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Antes que ela respondesse, ele envolveu os lábios dela com os seus roubando-lhe o ar e a lucidez. Ela não tinha forças para resistir, seus beijos eram tão afáveis, como negar-se diante daquela sensação? Sem parar de beijá-la, ele dizia baixinho sussurrando:
_ Vem, vem comigo?
Altagracia não respondeu, mas envolveu seus braços em seu pescoço e correspondeu aos beijos de Saúl de uma maneira que fez com que ele entendesse sua atitude como um sim. Agarrados, tão juntos como se fossem um e sem deixar de beijar-se, os dois seguiram pelo corredor rumo àquela câmara nupcial que não compartilhavam desde sua noite de núpcias. Às vezes passavam por lá sozinhos, sem a companhia um do outro e reviviam aquele momento tão doloroso na relação deles. Depois de percorrerem o corredor vazio trocando ardentes e arrebatadores beijos, Saúl comprimiu o corpo de Altagracia contra a porta do quarto e parou de beijá-la fitando-a desesperado de desejo.
_ Te amo! Te amo!
Por trás do corpo de Altagracia, abriu a porta a conduziu até o centro do quarto onde parou de beijá-la e se afastou um pouco dela, olhando-a impetrante.
_ O que foi? Porque me olhas assim? - indagou Altagracia sorrindo.
_ Me deixe te contemplar. Assim... - ele disse com os olhos tomados de um intenso brilho. - Para és uma diva. Tão fantástica, tão bela, tão...
_ Tão o quê? - ela se interessou pela peculiar declaração dele.
_ Tão inalcançável. - disse com um certo pesar na voz
_ Eu estou aqui, não estou? - ela disse como que duvidando.
_ E não vais a lugar nenhum!
Afirmou Saúl enquanto a tomava novamente em seus braços para beijá-la. Girou-a e a abraçou por trás beijando seu pescoço fazendo com que Altagracia fechasse os olhos ao sentir o toque tão sensível e apaixonado do homem que amava. Seria real? Não seria tudo aquilo um sonho como tantos que havia tido com ele? Tantas vezes sonhara que os dois esqueciam as mágoas e se entregavam à paixão e que ele a fazia sua, que ela era inteiramente dele outra vez e a emoção de sentir suas carícias abrasadoras não a deixavam perceber se estava sonhando ou se era real. Pois, se era um sonho, o viveria intensamente até o último instante sem pensar em nada mais. Suspirou ao sentir um alijamento da pressão em seu tórax quando Saúl soltou os primeiros amarrilhos do espartilho que sustentava o vestido e desenhava sua silhueta.
Saúl lentamente desfez cada um dos amarrilhos com uma paciência curiosa. Ele também vivenciava cada partícula daquele momento com um afã de que durasse para sempre, que fosse eterno. Sentia também que podia ser só um devaneio, um delírio como o que tivera outras vezes. Algumas vezes havia fantasiado que Altagracia irrompia pela porta de seu quarto e lhe dizia que o amava, que queria ser dele. Em sua mente apreciava cada momento daquele instante desde aquele momento tão sublime em que a despia, como naquela hora, até o insuperável instante em que seus corpos se uniam em um só. Mas logo a tristeza tomava conta dele quando aquela imagem desvanecia e desaparecia no vazio porque nunca, jamais havia acontecido.
Já sem o espartilho e com poucas peças do vestido que cobria seu belo corpo jovial, Altagracia ficou de frente de Saúl e, aproximando-se dele, começou a desabotoar sua camisa. Ele já havia se desfeito do terno, da gravata e do colete ao entrarem no quarto e desfrutava das mãos de sua mulher sobre sua última peça de roupa que cobria seu corpo. Ele pegou Altagracia, e, em seus braços, a levou até a cama onde acariciou seus cabelos negros tentando encontrar uma maneira de soltá-los.
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Casamento Arranjado
FanfictionSe passa em 1870 e narra a história de um casal que se magoou no passado, Altagracia e Saúl, dos quais uma grande herança muda o destino. Altagracia, decidida a se vingar do homem que lhe jurou amor e a trocou por outra mais rica, "compra" Saúl por...