Ordeno, matem-o.

17. Dor

Oie! Eu não revisei esse capítulo, então se houver algum erro de ortografia ou algum bug, me desculpem. Beijos de amora e boa leitura! 💜

Lila Rose

Quando finalmente eu e Mattie saímos do choque daquelas palavras pensamos em sair correndo, mas parece que Jason já sabia o que faríamos e atrás de nós estavam uns cinco guardas e atrás de Jason também haviam alguns. Droga.
- Diga-me mandante, o que faremos? -ele se aproximou e agarrou o meu pulso e Mattie recuou para trás. - Temos duas opções, você e sua amiguinha podem ficar do lado certo e nós matamos o invasor Matsso juntos e teremos um lindo final feliz ou vocês vão se juntar a eles. - ele olhou para o quarto que ainda estava com a porta aberta com aquela cena nojenta à mostra. - E então? O que vai ser?
Puxei o meu pulso da mão dele (já estava com as marcas de seus dedos) e o encarei.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Mattie foi mais rápida.
- É claro que nunca vamos aceitar matar Matsso! Nós deveríamos te matar por todos os crimes que cometeu.
- Quais crimes? -Jason focou os olhos em Mattie.
- Quais crimes? - o tom de voz dela aumentou numa proporção enorme e a ironia veio junto- Além de sequestrar Lila de Laicon e apagar sua memória?
- Não foi eu quem a sequestrou. Foram os Chims e também foram eles que apagaram a memória. Eu só mandei eles fazerem isso, e não há provas.
- E por matar todos esses cidadãos? - eu disse- Disso nós temos provas e está bem aqui. - parei e suspirei. - Você matou os seus próprios guardas e cidadãos de Laicon! Você não podia ter feito isso.
Jason não disse nada, só arqueou a sobrancelha fazendo com que dois guardas me segurassem.
- Você vai morrer Lila, e olha que coincidência, no mesmo dia em que o seu amado Matsso também vai. - Ele retirou um pano do bolso, cuspiu na mão cheia de sangue seco, e a secou com o pano, logo em seguida o guardou no bolso contrário.
Abri minha boca para xingá-lo, mas um dos guardas enfiou uma injeção no meu braço.
Depois tudo que enxerguei foi borrões de Mattie e de Jason, tudo lento, e nada.

Mattie

Depois que vi Lila desmaiando, eu fiquei com mais ódio de Jason e decidi entrar no seu joguinho.
Fiz cara de assustada enquanto os guardas levavam Lila para longe.
- Tudo bem Jason, eu fico do seu lado, mas por favor não me mate! Por favor!
- Não sei se confio em você, mas se não fizer o que eu mandar, eu te mato e mato também a... Como vocês a chamam? Dona Lid, não é?
Meus olhos se arregalaram, meu coração disparou e minhas mãos começaram a tremer.
- Co... como?
- Não se assuste. É só fazer o que eu mandar que nada mais vai acontecer com a sua mãezinha. Oh! Quer dizer, com a mulher que te adotou.
- Ta bom. - disse quase que sem voz. Como ele sabia disso? E por que ele disse que "nada mais vai acontecer"? Será que ela está machucada? Ai meu coração, ah não...
- Perfeito. - ele desviou o olhar e focou em algo atrás de mim, suponho que são os guardas. - Peguem-a.
Só senti uma mão na minha boca e uma injeção no meu braço.
Antes de apagar eu mordi a mão do guarda e  soltei um grito com todo o fôlego que havia em meus pulmões.
Isso não está acontecendo.

Matsso Nyage

Lila não volta para o lugar de ouro na arquibancada.
Meus braços e pernas não aguentam mais. Eu quero morrer.
A cada apertada que os guardas dão nessa máquina mais eu quero gritar, mas não posso me mostrar fraco. Eu aguento!
O calor já não está mais insuportável, o sol ainda me cega, mas já consigo focar melhor nas coisas ao meu redor.
Em um instante encontro a família de Peny, percebo que eles me olham com desgosto, se pudessem com certeza cuspiriam em mim ou até mesmo jogariam pedras. Menos Susan, ela está apertando a barra do vestido enquanto me olha com pena, com dó.
Tiro os olhos deles e no outro lado da plateia está Jason, chegando com alguns guardas e nada de Lila e Mattie.
Junto todos os resquícios de força que sobraram dentro de mim (pouquíssimo) e grito para Jason, quero que todos ou pelo menos grande parte das pessoas ouçam.
- ONDE ESTÁ A MANDANTE? - Até que as palavras saem claras, mas logo depois que termino gemo de dor.
Ouço uns diálogos começando da platéia.
Jason se levanta, desce alguns degraus e liga o microfone instalado em sua roupa.
- Está dirigindo a palavra a mim?
Não digo nada, não vou gastar forças para responder algo óbvio. Deixo a minha cabeça abaixar, ficando com o queixo encostado no tronco. Tudo dói.
- Bom Matsso... -Jason começou a responder.- ...ela está lá dentro com alguns familiares. E caso queira saber, Mattie está com Lid.
- Dona Lid está aqui?
- Sim. Mais alguma pergunta?
Não respondi. Está tudo errado. O que houve com o nosso plano?
Receio que os familiares de que Jason fala são os do plano, as pessoas que vieram de Laicon. Droga! O que será que houve com eles? E Lila? Eu quero matar Jason, quero cortar sua cabeça fora com as minhas próprias unhas.
- Acho que esse silêncio significa "não". -Jason disse e voltou ao seu lugar na arquibancada e sentou. - Ah! Quase que me esqueci de avisar. -ele levantou novamente. - Senhoras e senhores moradores de Chimion, a tortura durará apenas mais uma hora e depois disso Matsso será levado para o local da decapitação.
Não! Eu não sei o que fazer, pensa Matsso, pensa! Você não pode morrer assim!
Ouço novamente a voz de Jason ecoando em todo o estádio.
- O que acham de apertarmos mais as correntes do traidor? - ele pergunta as pessoas.
Em resposta ele recebe vários "Uhu" e xingamentos contra mim. Ah não, estou quase implorando pra que não mexam mais nessas correntes. Quando olho para o lado já há dois guardas entrando pela porta do estádio e vindo até mim.

Mattie

Acordo e a luz artificial não me deixa abrir os olhos direito. Sinto uma mão fazer carícias de leve no meu cabelo.
Abro os olhos e vejo que é minha mãe. Sinto que dou um sorriso de canto.
-Mattie, você está bem? - sua voz está um pouco diferente.
- Sim, só um pouco tonta.
- Precisamos sair daqui filha. Por favor, levante, vamos sair daqui.
Eu sento na cama e olho para os meus pés, estou descalça.
Minha visão finalmente se estabiliza.
-Mãe, não podemos sair daqui sem o Matsso! - olho no relógio na parede- Ele ainda deve estar na tortura, precisamos salvá-lo! A senhora viu Lila?
Ela nega com a cabeça.
- Ok, tudo bem. Temos que pensar em um plano, alguma ideia?
E do nada ouço o destrancar da porta. Meu coração dispara, por favor, não seja Jason, por favor! E quando a porta termina de abrir vejo um rosto delicado.
- Quem é você? - digo.
- Olá, sou Susan. - a menina de estatura pequena passa a mão no cabelo colocando uma mecha atrás da orelha.
Dona Lid levanta rápido e dá um empurrãozinho nas costas de Susan fazendo com que ela fique do lado de dentro do aposento e depois fecha a porta.
-Certo Susan e o que você é? - da onde ela surgiu? Me pergunto.
- Uma garota de 11 anos.
- Isso dá pra ver.
- Eu quero ajudar vocês. Meu pai trabalha como observador. É uma importante profissão aqui em Chimion, creio que vocês de Laicon não fazem a mínima ideia do que seja. - ela fala como um robô esperto, uau!
- É, não sabemos. - minha mãe disse.
E então ela continuou.
- Ele sabe de tudo o que acontece nessa região e é muito bom no que faz. Creio que puxei ele nesse quesito. Meu pai e eu suspeitávamos que o superior tinha matado a mandante antiga por vários motivos que não importam agora, mas tivemos a certeza hoje. Sabemos o quão horrível Jason pode ser e eu sei toda a história por trás da inesperada mandante nova, Lila.
Minha mãe está boquiaberta e eu estou mais.
- Então se conseguíssemos mostrar para todos os moradores o que Jason fez, ele seria tirado do poder e teria que pagar por cada crime cometido. -ela deu uma pausa para respirar- Vocês têm algum plano?
- Não... - eu disse meio envergonhada.
- Tudo bem, vamos achar Lila e algumas armas e depois pensamos em um plano. -Susan abriu a porta da sala e fez sinal para que nós a seguíssemos. - Sem barulho!
-Certo! -Dona Lid disse. E eu concordei com a cabeça.
Ela disse mesmo "armas"? Não sei se deveria levar minha mãe conosco, ela ja está velhinha e não sabe se defender... Estou com medo que ela seja mais uma pessoa nisso tudo que eu tenho que proteger e salvar.
-Mattie venha, você está ficando para trás. - ouvi minha mãe dizer.
- Estou indo.