37 - COMO DE FATO É - Daniel

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Sei que esperaram por isso!

Estamos quase lá!

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"Faça do amor o seu objetivo" Maya

– E essa foi a última mensagem que você recebeu da sua irmã?

– Foi...

– E o que você pensa em fazer agora?

Estava difícil me situar após todo o ocorrido nos últimos meses. Ainda assim, eu voltei para a faculdade e tentava dividir um pouco de todos os meus turvos momentos com Emerson. Fazia algum tempo que eu não o via também... Eu ainda pensava em sua pergunta, quando o ouvi incitar de forma acusatória:

– Você pensa em voltar a falar com a Victória? Depois de tudo o que ela te fez?

Por um momento pensei ter voltado no tempo. As indagações daquele meu amigo intrometido não haviam mudado desde o momento em que eu decidi cuidar dela, mas muita coisa havia, embora a mais importante não. Comecei a rir.

– Do que você está rindo? Por acaso há motivos para isso? – Ele parecia indignado.

Cessei com o riso, até porque ele estava certo mais uma vez. Respirando fundo, me pus a falar:

– Eu sabia que Maya escondia algo. Cheguei a pensar que ela estava tendenciosa há algo ruim.

– E estava mesmo, não é?

– Sim – abaixei o humor. – Mas, percebi que ela tentava abrir meus olhos, a fim de não me deixar cegar pelo que tudo parecia indicar.

– Do que você está falando, afinal? – Emerson estava com aquela expressão preocupada.

– Eu havia recebido um golpe muito forte da Victória e poucas horas depois, a notícia do falecimento da minha mãe. Por ser a principal suspeita do crime, deixei que minha mente assimilasse as duas coisas como sendo uma só; não conseguindo assim enxergar a realidade.

– Qual realidade?

– A de que não tinha como Victória ter feito aquilo. Ela não me viu naquela tarde, pouco antes do incêndio, mas eu a vi. Eu sempre procurava por ela! Victória não estava com o casaco, nem entrara com ele na academia. O isqueiro também não estava em posse dela... Eu vi quando ela o entregou. Mas, após isso, eu voltei para a faculdade... Não consegui permanecer mais tempo naquele lugar. – Por onde eu ia, eu sentia o perfume dela e me corroía. Porém, se eu tivesse ficado mais, quem sabe...

– E quanto ao combustível e a nota dele que ela carregava consigo? – Intrometeu-se e interrompeu meus pensamentos.

– Não foi líquido algum que provocou o incêndio e sim um curto circuito. – Respondi, voltando o foco. – A explosão levou ao incêndio, sendo estimulado por tecidos como os que tinham na sala interditada do "Pilates", derrubando boa parte do lugar.

Ah, a sala do "Pilates". Foi ali que passamos momentos únicos, ela e eu, inesquecíveis... E foi um dos primeiros lugares a incendiar.

– Mas, Victória confessou ter cometido o crime, não foi? Digitais e DNA dela estavam no local proveniente da explosão...

– É... O que você acha que a levou a confessar algo pela qual ela era inocente? – Instiguei meu amigo, enquanto ainda pensava.

– Eu não sei... Proteger alguém, talvez?

FRAGILIZADO - Livro 3 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioOnde histórias criam vida. Descubra agora