EPÍLOGO 1/3 - Maya

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Que os problemas técnicos da plataforma não atrapalhe o nosso final! 

Confiram a primeira parte e saibam mais sobre tudo o que aconteceu e sobre essa misteriosa personagem!

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01 de Março de 2018

Caro amigo,

Eu sempre soube que não conseguiria me manter oculta por muito tempo. Mas, não pense que, em todos esses anos, eu não tivesse o anseio em rever meus irmãos e parentes. Acontece que, governada por um espírito inquieto, não me deixei conformar com o que parecia fácil e pouco arredio, ainda que a realidade sempre penasse.

Estava eu ocupada nos últimos meses, que foram os que passei longe de casa, alegando estar com amigos; o mais perto da verdade. Encontrei em pessoas da rua muito mais do que em casa ou nas escolas; que costumavam ser meu restrito mundo. Com ímpetos de mudança, confesso que fui expulsa de várias instituições de ensino, chegaram a me colocar em um internato, mas não conseguiram brecar minhas fugas.

Você deve saber que, além do Adriel, Natiel e Daniel, tenho mais dois irmãos e suas referências me lembravam sempre da minha prisão. Paulo, com seis anos, vive descalço alegando não suportar que "calem" o seu maior guia. Sempre o achei um garoto estranho, mas depois de tudo o que passei, percebi que eu sou lerda o bastante para não ter notado que meu irmãozinho tem um déficit de sensibilidade. Ao contrário da maioria, a planta dos seus pés possui muito mais sentido tátil, do que as próprias palmas das mãos e ele gosta que seja assim. Paulo é tão ágil e esperto que dará um ótimo "cavalo" nas batalhas da vida.

Meu outro irmão, Silas, é o mais novo e, sim, faça a óbvia referência dos amigos líderes representantes bíblicos que foram presos e, por meio da fé, cantaram sabendo que não mais ficariam na prisão. Silas tem apenas onze meses e eu mal o conheço, porém, ainda me pego nostálgica ouvindo dos seus berros exibindo toda a potência de pulmão que possui nas poucas vezes em que voltei para visita-los. Não me estranharia que, com sua voz, ele pudesse derrubar paredes, mas o que isso importa agora, não é mesmo?

Sei que conhece a minha mãe; Judith é o seu nome. Ela estava trabalhando naquele clube que o seu bairro, em massa, comparece, na tentativa de se aproximar de mim, ou quem sabe, dos meus irmãos... Será mesmo? É claro que não... Era certo que ela queria ficar de olho na primeira esposa do meu pai, a que era a mãe dos meus irmãos mais velhos. Sabe, ela é uma mulher que sofre... Conseguiu ter depressão pós-parto nas três vezes que pariu, porém, a gestação que daria vida a mim foi a pior; as demais foram resultados dessa. Ela nem conseguiu nos amamentar... Era o resultado de uma vida infeliz com alguém que é infeliz.

Damião, meu pai e de todos os meus demais irmãos, jamais superou a perda do filho mais velho – o Maciel. Com isso, ele se esquece frequentemente dos demais, embora não se esqueça de como fazê-los... Sei que deve estar fazendo uma carranca de desagrado pelo que exponho, mas é a minha verdade assim como a de outros pelos quais você se importa e se empenha; então preste atenção!

Essa atrapalhada toda dos meus genitores me facilitam a vida desregrada e sem rumo, todavia não se deixe enganar. Eu sei onde piso!

Não posso deixar de confessar que sinto pelos meus pequenos irmãos que ainda não podem tomar o rumo que eu tomei de fato. Mas, sei que um dia, eles se decidirão por se libertar. Afinal, não há prisão pior do que a infelicidade, gerada pela falta de amor. 

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Até às 16 horas com a segunda parte! ------------->

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