Toda A Discussão Acaba Na Cama

384 28 69
                                    

Pov Xiumin

–        Vá lá, amor, vamos conversar. - digo e logo tenho que me desviar de um porta velas que vem direito a mim. Porra, o bicho está a ganhar pontaria. - PARA DE TE ARMAR EM PUTA E FALA, JONGDAE!

–        AH, AGORA A PUTA SOU EU, É? - o meu companheiro defende-se. - QUER DIZER, TU É QUE ANDAS A COMER MEIO MUNDO COM OS OLHOS E, NO MEIO DISSO TUDO, A PUTA SOU EU. ESTÁ CERTO!

–        CHEN, EU SÓ APRECIEI A BELEZA DO RAPAZ! - protesto. - MAS AGORA ISSO É CRIME?

         Os ciúmes do Jongdae começam a irritar-me e muito. Ele está a ser tão paranóico. Eu só olhei para o rapaz, nem lhe toquei. Está bem, o rapaz anda na nossa escola e eu vejo-o algumas vezes, mas só à tarde que é quando ele lá estuda. Eu já posso ter olhado para o Donghae algumas vezes, e ele até pode despertar em mim um desejo muito forte, mas eu sou incapaz de lhe tocar porque aquilo que eu sinto pelo Chen é mais forte que qualquer atração estúpida. Porque eu amo o Chen e respeito-o. Quando é que aquela cabeça oca e linda vai enender que eu pertenco unicamente a ele?

–        A PARTIR DO MOMENTO EM QUE ESTÁS SEMPRE A OLHAR PARA O DONG EM LITERATURA É! - cospe ele cheio de raiva. - CONFESSA, MINSEOK! VOCÊS TÊM UM CASO.

         Aquela acusação é demais para tolerar. O Jongdae sabe bem que eu odeio traições desde que o meu pai fugiu com a puta da amante para a China.

         Na altura ele também me tinha rejeitado por me descobrir homossexual e não teve problemas nenhuns em me deixar a mim e à minha mãe que sempre me apoiou. Eu preferia que ele tivesse ficado e que me batesse com o seu cinto como fazia todos os dias. É bem menos doloroso do que ser rejeitado por um daqueles que tu mais amas.

         No dia em que ele fugiu eu tinha dez anos e ele apenas deixou uma carta a dizer que tinha fugido com outra e os papeis do divórcio já assinados. Depois disso eu fiquei com nojo de traidores e de homofóbicos, mas, sobretudo, fiquei com nojo do meu pai.

         Se o Chen acha que eu era capaz de trair e igualar-me àquela besa, ele logicamente não me conhece. O pior é que ele sabe da história. Não sei até que ponto, mas ele sabe.

–        COMO É QUE TU TE ATREVES A INSINUAR QUE EU SOU CAPAZ DE COMETER UM NOJO DE UM ATO DESSES? TU NÃO DEVES SABER QUEM EU SOU! JONGDAE, EU SOU-TE 100% FIEL! - cuspo literalmente na cara dele uma vez que me tinha posto a poucos centimetros do seu corpo.

–        Será que és, Minseok? Ora aí está uma boa pergunta. Rodado uma vez, sempre rodado. - diz ele instantaneamente calmo e gélido.

         Chega! Eu não tenho que tolerar mais estes ataques à minha pessoa. Eu posso ter sido rodado uma grande parte da minha vida, mas eu andava perdido desde os meus onze anos. Eu comi meia cidade para tentar tapar o buraco que o meu pai deixou no meu coração. Eu cheguei a perder quilos e quilos por causa das depressões todas que tive em cima de mim: das minhas por diversos motivos e, pior, da minha mãe. Eu não aguentava ver o estado em que o meu pai a havia deixado.

         Se Kim Jongdae quer insinuar que eu o fazia por diversão (e por mais que eu me divertisse a fazê-lo, não era concerteza) e que o continuo a fazer, então é melhor não continuar-mos com isto. Não vai fazer bem a nenhum de nós.

–        Chega, então! - digo perante tal acusação. Vai-me custar imenso, mas tem de ser. Não posso estar ao lado de alguém que não confia em mim.

–        Chega o quê? - pergunta o Kim apanhado de surpresa.

–        A nossa relação! Chega, acabou! - digo brutalmente. Quanto mais rápido eu o fizer, menores são a angustia e a possibilidade de me arrepender. - Se tu não confias em mim então esquece que eu existo. Vamos apenas dar-nos bem esta semana pelo Luhan, mas segunda-feira nem ouses dirigir-me a palavra.

Controvérsias RuraisOnde histórias criam vida. Descubra agora