A Ideia de Huang Zitao

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Pov Lu Han

08:03h - 09/01/2017 - Seul

- Repete lá isso outra vez! - diz o rapaz loiro que aparentemente precisa de um transplante de ouvidos e depressa.

- Quantas vezes vou ter de repetir, Huang Zitao, que a partir da semana que vem vou passar a sobreviver numa quinta, no meio do nada, a mais de quatro horas de Seul? - pergunto pela falta de compreensão de certas pesoas que têm um nome começado por "Zi" e acabado em "Tao".

- As que forem precisas para eu acreditar. - responde ele revoltado. - Lu, tu não te podes ir embora assim.

- Vai dizer isso à tia Yeon! - interrompe o Yixing. - quando eu tentei falar com ela ontem, só lhe faltou pagar o meu caixão. Às vezes aquela mulher mete medo. Sem ofensa, Hannie!

- Ah, não ofendes!

Ele tinha razão! Quando tentam impedir a minha omma de conseguir o que quer, ela vira uma assassina. O que ela fez ao Lay foi pouco, ela só lhe gritou com uns quantos palavrões. Lembro-me de uma vez em que o meu pai a proibiu de comprar uma mala e o dia acabou com um segurança a arrastá-la para fora da loja e o meu pai com uma ligadura na cabeça. Felizmente ele perdeu a memória das seis horas anteriores e ela deu-lhe a volta.

E aquela mulher ainda foi lá no dia seguinta para comprar a porcaria da mala.

- Mas agora a sério, o que fazemos? Não podemos perder assim o nosso bebé! - diz o Chen, abraçando-me com força. Eu aconchego a minha cabeça no ombro dele.

- Podíamos raptá-lo! Assim a tia Taeyeon não o conseguia levar para o campo. - fala o génio escondido do Xiumin. Ainda não sei como é que ele conseguiu chegar ao décimo ano sem chumbar. Ele só pensa e diz merda.

- Ah, mas que brilhante ideia! - fala o Kris com sarcásmo. Este sim é um génio. - E, quando nos descobrirem, os amiguinhos do pai do Luhan podem abrir-nos ao meio com canivetes.

- Ah é, senhor "vinte a matemática"? Então qual é a tua ideia? - pergunta o Minseok chateadiho.

- Luhan! - ele apoia a mão no meu ombro e olha no fundo dos meus olhos. - Vamos sentir a tua falta.

- Nossa! - diz o Tao. - Porque é que não o atiras já para a carroça que o vai levar?

O Kris ia responder, mas no meio disto tudo a campainha toca, anunciando o início das aulas e o mais alto acaba por dizer apenas um "vamos". Quando viemos para o secundário, acabamos por nos dividir. Metade do nosso grupo está em Ciências e a outra metade está em Humanidades. Eu, o Yifan e o Yixing escolhemos Ciências e Tecnologias.

O Kris é óbvio e o Lay também, já que ele vai seguir medicina, mas eu só vim para este curso porque gosto muito de Física e Química. O que quer que seja que eu vá fazer no futuro, tem que ter a ver estas duas disciplinas. Tão distintas, porém tão iguais. Tão exatas, porém tão abstratas. Mas a aula que vamos ter agora é filosofia e eu não sei se considero esta disciplina chata ou fascinante. Tem partes em que eu não me dou muito bem, mas no geral até gosto.

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Os noventa minutos até passaram depressa. Quando saio da sala e vou na direção do bar, vejo a minha mãe sair da secretaria e então precepito-me na direção dela.

- Omma! - digo ainda em corrida e só paro quando a abraço. - O que estás a fazer aqui?

- Estou a tratar da tua transefência, filho. - diz ela. Eu devia ter visto logo. - Oficialmente, já não és aluno desta escola. Podes faltar o resto da semana se quiseres. Só precisas de voltar às aulas segunda-feira, já que é aí que a tua matrícula é aberta na Secundária de Hahoe.

Controvérsias RuraisOnde histórias criam vida. Descubra agora