Rather Be With You

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14:57h – 05/02/2017 – Hahoe – Campo Sintético da Secundária

Pov Kai

- Então, pronto para mais um treino? – pergunta-me Kyungsoo enquanto calço as minhas chuteiras.

- Sim. – digo com uma perna encolhida e com o pé pousado no banco, de modo a atar o atacador mais confortavelmente.

- Então levanta o cu desse banco e mete-te nas putas que eu tenho mais que fazer do que te aturar. – profere e logo sai porta fora antes que eu possa sequer dar uma resposta.

Típico do Kyungsoo: vir com falinhas mansas e, quando tem o que quer, é bruto como a merda.

Eu até o metia na linha se eu fosse um comboio.

Bom, o melhor é ir para o campo, eles já devem ter começado a treinar ...

Oh! Bem dito, bem feito! Já estão todos a fazer passes aos pares e o Kyungsoo está sozinho a dar toques.

Agora tudo faz sentido.

- Demoraste, sua torre enferrujada. – acusou o mais baixo e eu tive que me rir perante este comentário irónico sobre o tom da minha pele.

- Calma, branquelo! Já estou aqui! Vamos treinar antes que a birra do bebé fique pior. – aperto-lhe as bochechas e ele olha-me apático. Não sei se está a pensar em matar-me logo ou em torturar-me primeiro.

- Voltas a chamar-me "bebé" e eu enfio esta bola até aos confins do teu cu. – ameaçou, erguendo uma bola da seleção japonesa. Bom, realmente o lugar da merda é no cu.

- Tá bem, mini-satanás. Agora vamos começar a treinar passes. - digo e logo começamos o exercício.

Eu sei que nem toda a gente tem a audácia (e a estupidez) de tratar o Kyungsoo como eu o trato, mas eu sei que a mim ele não faz mal nenhum. Eu conheço-o praticamente desde o berço e sei o quão frágil ele já foi (ou ainda é, não sei) e quantos complexos ele tem consigo próprio. À medida que fomos crescendo, eu ensinei-o a não pensar nessas coisas e acho que isso o ajudou a tornar-se no touro bravo que ele é hoje.

Ou seja, hoje deve haver muita gente que me odeia porque, por minha causa, tem eu levar com o feitio de merda de Do Kyungsoo.

- Tem cuidado com a bola, chocolate fora do prazo. Se a voltas a chutar assim com tanta força, obrigo-te a comer relva como a vaca da Irene. – é este feitio de merda que eu amo.

- Está bem, corujinha do inferno. – decido provocar um pouco, zombando dos seus grandes olhos abertos.

- Olha, vai chamar coruja à puta que te pariu, Kim Jongin. – ele começa logo a disparar. Se há coisa que ele detesta que lhe chamem, é coruja.

- Tou só a brincar contigo, Soo. – digo.

- Brinca com a pilinha. – ele carinhosamente oferece-me o dedo do meio e olha em frente, franzindo o sobrolho de imediato.

- O que é que esta ave rara faz aqui? – ele pergunta e eu tenho que me virar para ver quem é, porque né ...

E, quando vejo de quem se trata, a minha alma fica tão parva que eu juro que me cai o Carmo e a Trindade.

Luhan?! O Luhan está ali, sentado nas bancadas?!

Vou correr daqui aquele panilas a pontapé!

- Hey, o que é tu tás aqui a fazer, caralho? Vieste ver os gajos a treinar, foi, seu tarado?! – pergunta o Soo que, mesmo vindo atrás de mim, chegou primeiro ao local do crime. – Tu não tens que ir para casa passar a ferro e fazer essas coisas que as mulheres tanto gostam?

Controvérsias RuraisOnde histórias criam vida. Descubra agora