Controvérsias Rurais

Mau! Temos a porca nas couves, temos!

Pov Lu Han

18h – 28/02/2017 – Hahoe – Quinta Do Galope

- Luhan, despacha-te! – grita a minha mãe para a porta trancada do meu quarto. – Olha que assim ficamos um tempão à espera.

- Calma! Está quase! – digo enquanto perfumo o meu pescoço descoberto de tecido pois deixei os três primeiros botões da minha camisa abertos.

Ponho-me em frente ao espelho do meu roupeiro para analisar o meu aspeto. Umas skinny jeans (o clássico) que se colam na perfeição às minhas pernas e realçam a minha peida e uma camisa azul-clarinho com um toque de requinte. Se os meus cabelos loiro fossem longos, pensariam que eu era uma rapariga se me vissem de costas.

- Ok! Estou pronto! – anuncio após uma última mirada ao espelho e saio do quarto.

- Finalmente! – a minha mãe, que vestia um vestido vermelho e curto com uns sapatos de salto alto pretos, levanta-se do sofá entediada. Ela vira-se para mim com as mãos na cintura. – Caramba, Luhan, tu és pior que as gajas!

Após o seu comentário, ambos desatamos a rir e ela pega na sua mala preta. Dirigimo-nos para o alpendre em frente ao jipe estacionado. Entramos e damos inicio ao percurso.

- Onde estão os outros, mãe? – pergunto, visto que em casa só estávamos nós dois.

- Oh, eles já foram andando! Estavam cansados de esperar por ti ... - diz Taeyeon com frontalidade.

- Hm, então tínhamos que ficar uma eternidade à espera, é? – ironizo a minha pergunta.

- Hey! Eu posso não ser jogadora de Poker, mas sei fazer um bom bluff! Eu sei que tu nunca mais ias estar pronto. – a senhora minha mãe ri da própria piada, ao passo que eu reviro os olhos e sorrio. – Mas vais ver que vais gostar das festas daqui.

-Ia gostar mais se o Lay tivesse vindo neste fim-de-semana. – resmungo entredentes na esperança que ela não me ouça.

Quer dizer, o fim-de-semana passado foi ótimo. Eu e o Yixing divertimo-nos imenso, mas muito mesmo. Deu para matar as saudades, mas ia ser épico se ele tivesse vindo para a festa.

Seria dar vida aos bons velhos tempos.

A minha mãe suspira profundamente. Suspira de cansaço e acaba por dizer calmamente:

- Sabes que ele não podia vir neste fim-de-semana porque a semana que vem está cheia de testes lá na Do Soon Kyu, mas tu podes sempre tentar divertir-te com as tuas novas amigas.

Ela tem razão. Eu podia tentar divertir-me com as meninas. E, para ser franco, acho que vou conseguir.

Chegámos ao recinto da festa, entretanto, e dirigimo-nos para barracas instaladas em torno do largo que funcionam como restaurantes. Sentamo-nos numa mesa que já era ocupada pelo meu tio, pelo meu primo, pela minha avó e por três amigos da família que fazem uns biscates lá na quinta.

Enquanto a minha mãe, o meu tio e a minha avó conversavam com os amigos, eu conversava com o meu primo. Convidei-o para vir conhecer as minhas amigas e ele aceitou já que não tinha prometido para mais ninguém.

Entretanto, a comida chegou, acompanhada de três jarros grandes de sangria.

A meio do jantar, todos nós tínhamos conseguido acabar com os jarros, então mandámos vir mais três que se esvaziaram pela hora da sobremesa.

Pelo final do jantar, eu e o meu primo já estávamos um bocadinho tocados. Enquanto os nossos pais ficaram para trás a pagar a conta, nós saímos à procura das minhas amigas, cambaleando.