XV - Mediunidade mal desenvolvida.

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Com a morte de seu pai, Enrico se preocupava com sua mãe, e conversou com Clara sobre isso:

— Clara, queria saber o que você acha da minha mãe vir morar aqui?

— Por mim, acho ótimo.

— Poxa! Clara, você é boa demais, tudo para você é tranquilo.

— Tento levar tudo na boa, não procuro por problemas

— Te agradeço por isso.

— Enrico, ando pensando muito na fazenda vizinha, queria construir algo lá, que seja produtivo, aquelas terras sem nada me incomoda.

— O que tem em mente?

— Nossa cidade não tem lazer, todos que nascem aqui, acabam indo embora, porque aqui não tem trabalho, e nem moradias decentes, além das que já existem. Eu pensei que se pegássemos uma parte da fazenda onde moramos e juntássemos com a do casarão de janelas azuis, ficaria uma área grande, maior que a cidade. Pensei em chamar uma amiga que conheci na faculdade, ela é arquiteta. Ela faria um projeto vendo todos esses requisitos. O que acha?

— Tem certeza disso, você teria que se desfazer de boa parte para transformar tudo.

— Isso não me incomoda. Não vou levar nada quando morrer, quero trazer para estas terras algo bom, que seria bom para todos. Um futuro inclusive para nossa família. Eles se beijam.

— Meu amor, você tem alma grande.

Vou ligar para ela, e convidá-la para vir passar uns dias conosco.

— Clara, como tem sido sua ida ao centro espírita?

— Bem, estou estudando a codificação de Allan Kardec, com os médiuns da casa, como já sou desenvolvida, estou dando um tempo para ingressar na mesa. Mas logo poderei estar apta para começar a ajudar o plano espiritual mais diretamente.

— Fico feliz que tenha dado tudo certo, não vejo aqueles desequilíbrios.

— Ah! Não! E sabe por quê? É porque eu ajudo os espíritos que ficam me perturbando, eles queriam se comunicar, e eu não sabia o que queriam, mas agora estou sabendo como, por isso sento na mesa de comunicação e eles passam e recebem ajuda, e assim eu também vou me equilibrando.

Somos canais do mundo espiritual - captamos energias positivas ou negativas dos espíritos de luz, ou das trevas, conforme os nossos padrões de pensamento, sentimentos e atitudes.

Neste aspecto, os espíritos desencarnados influenciam as nossas vidas muito mais do que podemos imaginar.

Bons ou maus pensamentos, sentimentos e atitudes que cultivamos no nosso dia-a-dia podem vir sob influência de espíritos desencarnados, amigos ou inimigos (obsessores do passado).

As pessoas apresentam uma interferência espiritual obsessora como causa de seus problemas emocionais, amorosos, familiares, sociais, de saúde, profissionais e financeiros. Explica, desta forma, o porque suas vidas estão complicadas, truncadas. Apesar de a mediunidade fazer parte da natureza do homem, portanto, não há nada de sobrenatural, esse assunto ainda é tratado por muitos com preconceito, temor ou reserva. Ora, crescer é um processo natural do homem, o mesmo ocorrendo com a mediunidade. Mas, se o médium resiste em trabalhar sua mediunidade, a vida tem seus próprios meios de fazê-lo expandir a sua consciência, muitas vezes mais drástica. Quanto maior for sua resistência em não aceitar se comunicar com os espíritos, maiores e mais difíceis serão suas provas.

Porque há médiuns que precisam dedicar-se em favor do próximo, incorporando entidades espirituais. Escolheram isso antes de reencarnar (embora o véu do esquecimento de seu passado não os deixe se lembrar) e se comprometeram com determinados grupos de entidades espirituais por se sentirem culpados de erros cometidos em uma vida passada e, com isso, minimizar o remorso da consciência. Porém, se esse médium resistir à sua missão espiritual, sua vida irá se complicar.

Entretanto, é importante esclarecer, que nem todos os médiuns se comprometeram antes de reencarnar à tarefa de incorporar entidades espirituais e ajudar os necessitados, pois há outras formas de auxílio sem precisar incorporar.

A mediunidade é um assunto amplamente abordado no mundo todo, de diversas maneiras, por várias óticas e por várias religiões e filosofias, e sempre chamou a minha atenção, pois desde a adolescência tinha muitas dúvidas que depois fui descobrir estarem ligadas à mediunidade.

Aqui no Brasil o termo mediunidade ficou realmente conhecido graças à obra de Allan Kardec e a estruturação do espiritismo, pois esta doutrina tem em uma de suas vertentes principais a compreensão da mediunidade.

Sempre busco estudar todos os conteúdos de forma livre e universalista. Por isso, além da doutrina espírita, existem outras fontes de estudo e pesquisa sobre mediunidade em diferentes religiões, filosofias e até mesmo estudos científicos.

Mediunidade não precisa ser nada místico ou que traga medo, tampouco ligado a qualquer religião, seita ou doutrina. Sim, todo ser humano possui o potencial da mediunidade, que é poder perceber a energia mais sutil, aquela que geralmente os nossos outros não conseguem ver no meio dessa agitação toda.

A mediunidade é um instrumento que auxilia na nossa evolução, e quando aplicada com consciência, possibilita uma maior evolução espiritual e cumprimento da nossa missão.

A mediunidade é uma faculdade do espírito, pois é uma capacidade de perceber estímulos extrafísicos, de perceber influências sutis de diferentes formas e em diferentes graus. É a ferramenta que faz com que o homem preso ao mundo material por conta de seu carma*mantenha-se com a sintonia na fonte a qual foi gerado.

Milhares de pessoas estão sofrendo exatamente agora, agora, com desconfortos psíquicos, mentais, emocionais e físicos. Estes incômodos ou desconfortos são tratados de maneira equivocada. Estou falando, aqui, da MEDIUNIDADE mal desenvolvida.

Você é instável emocionalmente - muda de humor com frequência - sem um motivo que justifique?

Sente dores constantes pelo corpo, que mudam de lugar?

Doenças, cuja causa o médico não encontra?

Sente medo, insatisfação, vontade de chorar, tristeza, vazio sem causa aparente?

Sua vida não flui, está truncada - tem bloqueios afetivos, financeiro - profissional e de relacionamento?

Todos esses problemas podem ser indícios de mediunidade.

Na verdade, a mediunidade faz parte da natureza humana - somos todos médiuns, uns mais desenvolvidos, outros menos.

Por ser uma condição natural do ser humano, a mediunidade deveria ser estudada com seriedade pela ciência oficial (Psicologia e Psiquiatria) por provocar - quando o médium não é bem assistido, orientado - distúrbios psíquicos, psicossomáticos, orgânicos (cuja causa a medicina não encontra) e de relacionamento interpessoal (conflitos conjugais, familiares, sociais e no trabalho).

As Reencarnações de ClaraOnde histórias criam vida. Descubra agora