7 VINGANÇA PARTE II

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Era um belo fim de tarde e os últimos raios de sol do dia refletiam na janela do quarto, e podia se ouvir a doce melodia de um violinista tocando na praça em frente a hospedaria, quando se ouve um batido na porta acompanhado de um chamado:

— Salvatore!

Assim que escuta ele logo pega sua besta e olha pelo olho mágico da porta.

— Ah é você Luigi, entre! — Abre a porta com um certo alívio.

— Meu caro amigo vou direto ao ponto — apressa-se o homem que havia perdido a partida de pôquer para Lorenzo.

— Espere deixe-me te oferecer uma bebida!— Estende Salvatore o copo e inclina a garrafa de whiski.

— Há um homem que te procura.

— Algum trabalho em especial?— Questiona Salvatore.

— Ele disse querer te matar— fala Luigi colocando mais uma dose de whiski em seu copo — aquele mesmo que raptou a filha do barão Vincenzo, perdi uma partida de pôquer pra ele e como prêmio ele quis que eu falasse onde você se encontra.

— Como pode ele estar vivo? Eu acertei uma seta bem no peito dele!

— Não sei, só vim aqui te avisar.

— Faça o seguinte! Mande-o me encontrar na ponte Vecchio, diga que passarei lá meia-noite!

— Vai emboscá-lo?

— Não, vou dar o que ele quer — diz Salvatore abaixando a cabeça.

— Mas ele quer te matar!

— Apenas faça isso!

— Como quiser, algo mais que deva dizer a ele?

— Tome essa arma e essas três balas, diga a ele que são de prata! Salvatore, a essa altura já havia deduzido que para Lorenzo ter sobrevivido, tinha que ter havido alguma intervenção de feitiçaria, e havia uma grande chance de sua licantropia ter sido descoberta.

— Como assim? Não entendo nada — Luigi pega ambas, arma e munição em mãos.

— Apenas faça isso pela nossa amizade!— Pede Salvatore batendo nas costas de Luigi e encaminhando-o à saída do quarto.

Uma semana após dar um fim em Andrea, Lorenzo volta ao bar Piacere del mare, em busca do homem que lhe devia informações.

Entrou no estabelecimento, e logo o barman lhe chama.

— Senhor, tome! Luigi Lombardi deixou esse papel para ti.

— Luigi?

— O homem da partida de pôquer — disse o barman entregando-lhe um papel dobrado.

—Obrigado!—Afasta-se do balcão imediatamente, já abrindo o papel.

Via della spada 123 chame por Luigi Lombardi, era o conteúdo do papel, sem demora Lorenzo parte em direção ao lugar indicado.

Ao chegar bate na porta.

— Oh entre meu caro credor! Quer uma bebida?

— Aceito sim!— Lorenzo vai se acomodando numa das cadeiras, não pode deixar de observar a belíssima decoração do apartamento de Luigi, com vasos de flores em todos os cantos, sem contar os lustres de qualidade sem igual.

— Tenho ótimas notícias! Mas primeiro devo me apresentar, sou Luigi Lombardi, escrivão e péssimo jogador de pôquer. Agora que falei meu nome não vai ser indelicado em não retribuir.

— Lorenzo Lacorte!— Responde enquanto se serve de bebida.

— Então Senhor Lorenzo, eu tive informações que Salvatore "o caçador" vai passar na ponte Vecchio hoje à meia-noite. Só não me pergunte como obtive essa informação.

— Isso não me importa, só quero realizar meu desejo.— Lorenzo Cruza os braços e fecha os olhos enquanto esboça um sorriso.

— Você vai precisar disso! — Coloca as três balas e a arma estilo magnum 44 na mesa – Essas balas são de prata você deve saber pra que servem.

Lorenzo acena positivamente com a cabeça, carrega a arma, esconde de baixo da blusa e sem dizer palavra alguma se vai.

O tempo passa e a hora estipulada se aproxima e no meio da noite Lorenzo espera debaixo de uma garoa fina na ponte Vecchio ao lado de um poste de luz, estava encapuzado, e não via muito além de onde estava no meio da escuridão. Depois de algum tempo do meio da penumbra avista Salvatore vindo em seu encontro com passadas rápidas, ele percebe que se trata do assassino mas finge não saber e anda normalmente.

— Ei você! —Grita Lorenzo apontando a arma para Salvatore — finalmente te encontrei.

— Você? Como pode estar vivo?— Após perguntar como que por um ímpeto salta para cima de Lorenzo.

Os dois começam a lutar, logo Lorenzo saca a arma, antes que pudesse obter uma boa posição para atirar, Salvatore o desarma, os dois se agarram e rolam pela sarjeta em meio à chuva agora mais forte. Salvatore desfere um soco na face de Lorenzo que o tonteia, seu nariz começa a sangrar de tamanha violência e força colocada no golpe. Mas Lorenzo não desiste, corre com tudo em direção a Salvatore e lhe dá uma cabeçada no estômago, empurrando-o contra a parede deixando ele completamente sem ar. Enquanto Salvatore se recupera Lorenzo corre em direção à arma que quase caíra num bueiro, quando então vira a cabeça para atirar novamente, é atingido por banco de praça arremessado contra sua cabeça, mas, mesmo assim, consegue atingir a perna de Salvatore, que não consegue se conter, e começa a se transformar.

A pele de Salvatore começa a se expandir acompanhando o crescimento da massa muscular como um bolo fermentando rapidamente, sua boca começa a esticar para frente, dando a aparência de um focinho, e suas presas começam a crescer.

— Não vou deixar você se transformar— Lorenzo dá o segundo tiro antes mesmo das roupas do lobisomem rasgarem por completo.

Salvatore, ainda em transformação se encosta na beirada da ponte quando finalmente Lorenzo dá o terceiro tiro, jogando Salvatore para baixo, que por sua vez cai descendo para as profundezas do rio...

Mensageiro das trevas a origem dos vampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora