Paris França, algum tempo depois...
Era um belo entardecer na Cidade, já estavam se aproximando os últimos dias do ano, os flocos de neve caíam do céu dando um charme gelado especial, as árvores estavam sem suas folhas, e as famílias enfeitavam suas casas para o Natal.
Lorenzo de cima da recentemente inaugurada Torre Eiffel olha para o horizonte, observando o cair do anoitecer, e começa a se lembrar de seu amor.
— Era pra você estar aqui comigo, agarradinha se protegendo do frio, eu iria te beijar e te dizer que não haveria lugar melhor no mundo do que estar aqui com você— abaixa a cabeça e passa a mão no cabelo.
— Meu coração dói, e nessa vida pra mim não há consolo, não tenho mais razão pra viver—pensa enquanto continua olhando o horizonte— Olha só que linda essa vista!
— Agora só o que quero é me juntar a você.
Lorenzo olha para baixo, vê as pessoas minúsculas passando para um lado e para o outro, cada uma com um caminho, e um destino.
Ele não via mais sentido para sua vida, pois em seu coração sua vingança estava completa, mas ainda lhe faltava algo, em seu peito havia um vazio que não se preenchia.
— Não faça isso!— Veio uma voz feminina em sua mente.
— Não quero mais viver, quero me juntar a Lúcia no outro mundo— discute com a voz acreditando ser sua própria mente.
— Acabou, pra mim é o fim— termina de falar enquanto se inclina pra se atirar de cima da torre.
— Não consigo me mexer?— Fica paralisado.
Distante dali, estava Monique que se movia de íntima paixão por Lorenzo. Ela o estava observando por um reflexo na água, desde que ele saiu de sua casa na floresta, seu coração estava com ele, e naquele momento não havia alternativa a não ser lançar-lhe um feitiço de paralisia, para que não se atirasse.
Enquanto isso, um homem misterioso, usando uma cartola, e óculos de sol arredondados, caminha pelas ruas de paris, quando algo lhe chama a atenção, um pressentimento, juntamente, com um arrepio gelado, que o faz seguir em direção à torre Eiffel, sobe as escadas e logo se depara com o suicida ali na beirada, imóvel.
— Ele ia se atirar, mas uma força misteriosa o impediu, só pode ser ele quem eu tenho procurado. Isso não pode ser coincidência!— Pensa em quanto se dirige a Lorenzo.
—Tá difícil aí amigo?— Sorrindo brinca com a situação.
— Pra mim está difícil faz muito tempo, estou desistindo, não está vendo?
— Me daria alguns minutos? Afinal você não vai a lugar algum mesmo.
— O que você poderia querer comigo? É da polícia por acaso?
— Só quero lhe persuadir a continuar vivo. A morte é chata e vazia, mas a vida traz consigo infinitas possibilidades.
— Ah você não pode, na verdade ninguém pode, não sabe como é a dor de ver a mulher que ama sendo tirada de você.- Lorenzo tenta se mexer, enquanto as lágrimas caem sobre seu rosto.
— Pra ser sincero já perdi muitas mulheres, como também já conquistei, são coisas da vida.
—Já entendi, você nunca amou de verdade — afirma Lorenzo enquanto fecha os olhos e relembra seus sentimentos.
— Já tive essa sensação, mas embora isso tenha acontecido não acho que isso deva ser desfrutado com uma mulher só.- Sorri o homem misterioso enquanto ajusta a cartola.
— Esses são seus argumentos? Cai fora! Me deixe seguir meu destino.
— De forma alguma, meu argumento é bem mais convincente. Imagine que você pudesse esperar sua amada reencarnar, voltar à vida. As pessoas renascem em outra vida não sabia?
— Você é mesmo maluco — fala enquanto tenta se desvencilhar do feitiço— não é verdade! Ainda que eu acreditasse como poderia esperar por ela?
Nada era mais impossível na mente de Lorenzo, pois já havia visto feiticeiras e um lobisomem se transformar na sua frente.
— Talvez eu possa te dar tempo, toda eternidade se assim desejar.
— O quê? Você é um deus? E como poderia me dar esse poder?
— Sou um vampiro!— Responde se curvando em forma de cumprimento — Me chamo Pierre Vernier, e você meu caro como se chama?
— Eu costumava ser Lorenzo Lacorte.
— Muito prazer em conhecê-lo, acredito que seja quem eu tenho procurado.
— Procurado?
— Sim, há muito tempo procuro um parceiro de aventura, a eternidade tem sido um tédio, tenho estado sozinho por 400 anos.
Pierre Vernier era um homem muito influente na aristocracia francesa, durante seus longos anos de "vida" acumulou fama e fortuna. Adorava viajar e colecionar relíquias de cada lugar que visitava mas tinha íntimo prazer em colecionar paixões.
— Poderia me acompanhar enquanto espera por seu amor, embora eu acredite que o tempo e os prazeres o farão desistir.
Pierre logo após fazer sua proposta dá as costas a Lorenzo e começa a caminhar, então o feitiço se desfaz, e Lorenzo segue Pierre pelas ruas da cidade-luz, emudecido até que se deparam com uma casa, uma grande mansão próximo ao museu do Louvre.
Adentrando, no salão principal tinha um quadro enorme de Pierre na parede, Lorenzo olha para cima e pôde ver um grande lustre cheio de cristais brilhantes, seguem em frente passando pelo tapete vermelho que terminava em, um enorme lance de escadas que precedia um grande corredor cheio de armaduras e brasões de um lado e de outro, após subirem continuaram caminhando pelo corredor, até que chegando em uma porta Pierre a abrindo diz:
— Entre! Esses serão seus aposentos.
No quarto haviam alguns objetos de decoração, uns candelabros com velas acesas, mas o que sem sombra de dúvidas mais chamava a atenção era um caixão aberto bem no centro do quarto.
De repente Pierre ataca Lorenzo mordendo seu pescoço, deixando-o desacordado. Em seguida o deita no caixão faz um corte no pulso e derrama o sangue na boca de Lorenzo.
Pessoas não se transformam em vampiros apenas sendo mordidas, pra se transformar elas também têm que beber o seu sangue, além de se alimentar de sangue humano em 24 horas. Do contrário se desfazem como cinzas ao vento....
Pierre escreve algo em um pedaço de papel, coloca na mão de Lorenzo aparentemente morto, fecha a tampa do caixão e se retira dali......
— Que sensação é essa? Que sede é essa?— Se pergunta ele despertando algumas horas mais tarde — me sinto tão forte, tão confiante. O quê é isso?- abre o papel que estava em sua mão.
—Vá até meus aposentos! James te guiará.
Lorenzo se levanta, olha seus braços e percebe estar pálido, como se o sangue lhe faltasse. Abre a porta, onde um homem calvo, elegante, já o aguardava.
— Senhor Lorenzo, siga-me! Tenho ordens do mestre Pierre para levá-lo até seus aposentos.
Sem demora, segue o mordomo pela mansão.
— Mestre Pierre? — Chama batendo na porta do quarto.
— Entre Lorenzo estávamos à sua espera.
Pierre havia preparado um banquete especial para seu novo parceiro, no quarto havia uma grande cama redonda, e uma grande janela que dava para uma piscina, adornada com uma cortina vermelha combinando com o lençol da cama, na qual estavam dez lindas moças nuas, te todas etnias.
— Preparei para você, sirva-se! Aproveite sua nova vida!—despedindo-se, Pierre tranca a porta.
Seguindo seus novos instintos Lorenzo adentra a noite, sentindo um prazer nunca antes imaginado regado a sangue e sexo.
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Mensageiro das trevas a origem dos vampiros
VampireLorenzo Lacorte é um migrante pintor em Florença que logo descobre o amor, porém antes que pudesse vivê-lo, perde sua amada assassinada diante de seus olhos, sedento por vingança, acaba desiludido. Mas Monique uma linda feiticeira o impede de atent...