2 APRISIONADO

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Ainda no Palácio Strozzi, Andrea Frateschi o Conde se aproxima do barão e inicia sua tentativa de lhe persuadir a conceder-lhe a mão de Lúcia, ele era um homem elegante e charmoso de olhos azuis, diferente dos olhos e cabelos castanhos de Lorenzo, com seus cabelos loiros, nariz afilado aristocrático e porte refinado, sempre chamava a atenção das moças por onde passava, e ocasionalmente habitava em seus sonhos. Porém seu coração tinha uma dona, Lúcia Coppola.

— Senhor barão! Deixe-me cumprimentá-lo. Sua esposa está estonteante!

— Ora Andrea você é mesmo um grande bajulador!

— Pois não meu caro barão quero mostrar-lhe algo — colocando a mão no bolso, saca uma pequena caixa de joias e a abre logo em seguida mostrando ao velho homem seu conteúdo.

— Um anel? Sinto lhe dizer mas já sou casado — disse o barão sendo sarcástico com seu amigo.

— Sim estou lhe pedindo formalmente a mão de Lúcia sua filha em casamento...

— Bem Lúcia não é como as outras moças, ela é livre e independente para fazer essa escolha , se ela te aceitar por mim tudo bem— respondeu o barão.

Enquanto conversavam Andrea desviou seu olhar para o salão, e sentiu perder seu chão, ao ver que seu amor estava nos braços de outro.

Enciumado tomou em suas mãos seu estimado relógio de ouro que há gerações estava em sua família e ordenou a um de seus homens:

— Fillipo! Está vendo aquele homem com Lúcia?

Seu subordinado acenou com a cabeça positivamente ainda sem entender...

— Põe este relógio no bolso dele!

Aquele homem sem questionar pegou duas taças de vinho e foi até o casal.

—Vocês formam um lindo casal, bebamos a esse momento.

Enquanto Lorenzo e Lúcia bebiam, Fillipo fingiu esbarrar se e derrubou a taça de Lúcia, Lorenzo inclinou-se para ver se a dama não havia se machucado, e aproveitando-se da situação o homem colocou o relógio no bolso de Lorenzo que enfeitiçado pelo charme dela não percebe o ato. Pediu mil desculpas ao casal e sem levantar suspeitas seguida se retirou, reportando-se posteriormente a Andrea.

Pouco tempo depois o Conde dirige-se a Giuseppe Candela o capitão da guarda de Florença que também estava prestigiando o evento, e em tom de vitimado delata o pintor.

— Sr Capitão.

— O quê é isso Conde? Até parece que não somos velhos amigos.

— Eu venho não como amigo, mas dessa vez como vítima— dramatiza Andrea.

— Então diga o que te aflige. Se estiver ao meu alcance tomarei as providências — disse o Capitão ávido por ganhar ainda mais prestígio da aristocracia local.

— Fui roubado! O relógio que há gerações está em minha família

desapareceu.

— Mas quem poderia ter feito tal coisa em um dia de festa como este meu caro Andrea?

—Vê? Aquele tipo com Lúcia, usando a máscara de lobo?

— Sim . Homens revistem o lobo!— Ordenou sem exitar o Capitão.

Sem demora Lorenzo foi abordado, e sem entender nada questiona os guardas.

— Mas o quê é isso? Não roubei nada.

Ostensivamente, os homens do Capitão tiraram o pintor, de perto de sua amada, e o trancafiaram na prisão...

Semanas se passaram, e dia após dia Lorenzo agora cativo só conseguia pensar em cada traço da face da mulher de sua vida.

Distante dali Lúcia também sofria por causa do seu amor, não comia, nem tampouco dormia, somente pensava e chorava pelos cantos. Despertando um sentimento de aflição em seus pais, e também em seus criados, alguns dos quais a haviam visto crescer...

Mas lúcia tinha uma confidente, Lurdes sua camareira a quem contava todos seus segredos.

— O que você tem minha jovem? Porque não come. Fica aí só com essa cara de tristeza? — Perguntou lhe a camareira.

— O homem que amo Lurdes, foi tirado de mim no baile e trancafiado na prisão!

— Mas porque minha jovem? O prenderam no baile?

— Foi acusado de roubar um relógio de ouro. Mas acredito na inocência dele — disse ela chorando com a cabeça deitada no colo de Lurdes que alisava seus cabelos na tentativa de consolá-la

Passando-se alguns dias Lurdes, a camareira da mansão Coppola recebeu a tarefa de ir até Florença e condoída da situação da jovem decidiu ir visitar Lorenzo na prisão, para entrar disse que era uma tia, e não foi impedida pela segurança.

— Lorenzo Lacorte. Visita pra você — gritou o carcereiro.

Ainda sem entender porque alguém o visitaria, pois já não tinha mais seus pais, por isso mudou-se para Florença para ganhar a vida como pintor. —Olhou ele fixamente para as grades até que uma mulher de meia idade e cabelos grisalhos lhe apareceu.

— Você é Lorenzo? — Pergunta ela.

— Sim.

— Vim aqui pela minha senhora Lúcia, ela está morrendo aos poucos por ti, não come, nem dorme, somente chora por esse amor, que deseja mais do que a própria vida — disse a camareira pegando ele pela mão, seus olhos tristes lacrimejavam, até que um sorriso com o canto da boca surgiu.

— Isso também se cabe a mim, a amo mais que qualquer coisa, daria minha vida para que somente seus lábios tocassem os meus novamente — desabafou ele em tom de tristeza e desespero.

— Prepara te! Você vai sair daqui esta noite, recebi uma tarefa para fazer em Florença, mas em vez disso, peguei o dinheiro e subornei os guardas, deixei uma carta para tua amada, revelando meu plano, ela te espera à meia-noite em frente a fonte de Netuno na piazza della signoria. Vão, fujam, e vivam esse amor! Sendo tu inocente ou não.

— E quanto a ti? Se te apanharem morrerá.

— Não te preocupe jovem, também fugirei, vou para a sicília tenho parentes lá meu coração ficará confortado se ela estiver junto a ti— falou Lurdes agora já com sorriso aberto embora ainda haviam lágrimas em seus olhos.

Ela já tinha passado por muitas coisas em sua vida mas a única coisa que não suportava era ver Lúcia, a quem cuidou desde criança e amava como sua própria filha sofrer.

— Porque está fazendo isso? Não me conhece— pergunta Lorenzo sem entender nada...

Num instante era preso por um roubo que não cometeu, no outro era resgatado por uma desconhecida.

— Não posso ver Lúcia chorar, prefiro morrer a isso ela é como minha filha — disse Lurdes, tremulenta e sem soltar a mão de Lorenzo disse:

— Cuide bem dela!

Logo após falar com Lorenzo despediu-se, e colocando um capuz sobre a cabeça, e por fim, partiu.

Mensageiro das trevas a origem dos vampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora