10 A BATALHA NO MUNDO DOS MORTOS

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Chegando no seu destino, o Espírito da Morte, percebe que levou uma alma a mais, porém esta era diferente, estava viva, e não tinha controle sobre ele.

O Espírito da Morte não pode exercer controle sobre os vivos, utilizando seu poder nas almas sem vida, as põe em um sono profundo, baseando-se no odor exalado por cada uma, fazendo um pré julgamento as lança em cada um dos sete infernos, de acordo com o pecado mais praticado pela consciência em vida. Gula, avareza, ira, soberba, luxúria, inveja e preguiça, cada um dos sete pecados capitais, representa uma sentença, um lugar de tortura e um demônio guardião diferente. Cada um dos sete demônios precisam ser derrotados para que qualquer alma possa ser resgatada.

A entrada do mundo dos mortos, se resume a um pico, com um abismo altíssimo, e abaixo, em seu redor estão os sete infernos, rodeados por um rio de lava vulcânica e enxofre.

Em meio àquela terrível violação, a morte decide como castigo lançar a alma de Nimrod em um dos infernos, e de cima do abismo o lança no primeiro inferno: O da gula.

Em cada um dos sete infernos, as almas enfrentam inimaginável agonia, mas como não podem morrer, seus corpos voltam ao normal, assim podendo serem torturadas por toda eternidade, dando muito prazer a seus demônios torturadores.

No inferno da gula Nimrod se depara com demônios gigantes obesos, que alimentam, as almas com uma pasta estranha de cor amarela, e uma bebida, parecida com vinho, eles forçam a comida para dentro da boca da vítima, até que seu estômago estoure, lançando toda a comida para fora, quando isso acontece eles simplesmente jogam a alma para uma cela até que seu corpo se regenere e chegue novamente sua vez.

Ao notarem a presença do vampiro, os demônios imediatamente o perseguem, tentando exercer seu controle sobre ele, como não podia ser morto, Nimrod se deixa ser capturado. Tocando nele , os demônios percebem que ele está vivo, não era só mais uma alma recém-caída do abismo, estava corado, as almas mortas têm aparência pálida azulada. Sem saber o que fazer com ele, o levam até Belzebu o chefe do primeiro inferno.

— O quê faz aqui? Percebo que ainda não está morto.

— Ora, ora, achei que os chefes do inferno fossem mais inteligentes.

— Seu insolente, vou dar-lhe uma lição que nunca esquecerá, e se juntará as demais almas do meu domínio.

Belzebu, então lança uma magia em Nimrod e o transforma em uma criança. Ele, agora se vê em seu próprio reino, maltrapilho, magro e faminto.

— Vejam, um escravo fujão! Levemos ele ao seu dono para recolher a recompensa! — Um grupo de homens corre atrás dele com lanças e espadas.

O rei criança corre pelo mercado, esbarrando nas pessoas, e derrubando frutas e especiarias pelo caminho. Até que se vê num beco sem-saída e termina capturado.

Pouco tempo depois, acorrentando-o, expõem em uma praça no centro de Nínive.

A praça estava lotada de todo tipo de negociantes, que levavam suas mercadorias, em busca do melhor negócio.

— Encontramos esse escravo no mercado, algum de vocês é o dono dele?— Grita um dos homens apregoando — se ninguém se manifestar vamos leiloá-lo.

— Ele pertence a mim!— Responde um homem elegante, usando uma bela túnica de linho fino.

— São dez dracmas!

Libertando Nimrod, aquele homem o leva até sua casa.

— Que bom que você voltou Nimrod.

— Como posso voltar pra onde não me lembro ter estado?- Sua barriga começa a roncar.

— Como não se lembra? Te criei desde bebê. Deve ter perdido a memória.

Nimrod não lembrava de nada, sua mente havia sido completamente, apagada, já estava começando a ficar convencido.

— Preparei um grande banquete para celebrar a sua volta. Vamos coma!— Disse o homem sorrindo.

Nimrod então senta-se à mesa, e come até que rapidamente fica saciado.

— Vamos coma mais!

— Não, já estou satisfeito, obrigado senhor!

— Não pode ser! A morte nunca erra — grita Belzebu desfazendo a ilusão.

O feitiço se desfaz e os dois voltam ao primeiro inferno, aquele homem generoso, toma novamente a forma de demônio.

O vampiro recobra sua consciência, e começa a rir desafiando Belzebu.

— O que você queria? Que eu acabasse comendo toda aquela comida? Entendi seu joguinho.

— Isso mesmo, eu planejava jogá-lo com as demais almas, e te devorar eu mesmo, mas essa não é a sua fraqueza. Vá, saia da minha frente!— Diz o demônio apontando para um portal — no próximo inferno não terá tanta sorte.

 

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