Despedidas

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- Christine Wallace Clark, você é uma filha ingrata!

Escuto minha mãe dizer com aquele tom de aborrecimento, mas sua voz sai anasalada de alguém que andou chorando.

- Você deveria estar aqui comigo, nesse momento difícil. – fungada – Acho que não vou conseguir sobreviver a isso, querida.

Minha mãe sempre foi uma mulher dramática, do tipo que se afeta com qualquer coisa. Mais naquele seu estado, eu estava verdadeiramente assustada.

- Mãe, aconteceu alguma com Hugo? Vocês brigaram?

Amaldiçoo mentalmente não estar lá naquele momento. O que diabos havia acontecido?

Outra fungada cheia de catarro seguida de um choramingo baixo.

- Não. Não brigamos. Eu desistir de me casar.

- O que? – solto, surpresa fechando a porta do meu quarto.

Já fazem mais de dez minutos que tento entender, entre fungadas e soluços o que levou a minha mãe a me ligar naquele estado, no dia do seu casamento. Desde que Darcy desligou o telefone na minha cara me deixando completamente curiosa e amedrontada com a história do "Apocalipse", me vi naquela situação sem saber exatamente o que fazer. Foi quando meu celular tocou e vi chamada desesperada da minha mãe.

- Mãe, por favor, o que aconteceu? – digo avexada já imaginando milhares de coisas na minha cabeça. Eu sou pior tipo de pessoa quando estou nervosa, sempre sofro por antecipação. Então simplesmente tento respirar o mais calmamente possível e deixo que as palavras saiam não carregadas de pavor ou ansiedade, porque quero que ela se acalme para só assim conseguir me contar. – Porque a senhora fez isso?

- Eu não consigo. – ela diz, depois volta a cair no choro.

Droga.

Meu método de "Não surte se sua mãe desistir de se casar!" parece não ter funcionado muito bem.

Olho para o relógio faltam ainda muitas horas para começar a festa do meu chefe, ainda bem porque sinto que aquela conversa não será nada fácil. Falando na fera, eu teria que me desculpar depois pelo imprevisto com minha amiga e agora com a minha mãe, encerrando de vez nosso querido momento juntos.

- O que? O que a senhora não consegue, mãe?

Silêncio.

Posso imagina-la vestida em algum vestido de qualquer outra cor, menos branco, porque minha mãe só usou uma única vez um vestido branco em toda a vida e foi para se casar com meu pai. E depois que meu pai morreu ela passou a abominar a cor fazendo todo mundo da minha casa, inclusive eu abominar também. No fundo, todos apenas acataram as ordens por respeito a ela.

Posso imagina-la sentada em sua cama, que já fora também do meu pai, segurando um pequeno lenço vermelha que ela sempre gosta de levar na bolsa, caso apareça alguma necessidade. Coisas de mães.

Contrato Perigoso - || Livro 1 - Completo ✔ ( Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora