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DEZ MINUTOS.
Posso sentir o cheiro da liberdade se misturar com o odor de mostarda e ketchup que exala do meu avental sujo, uma marca horrendo de amarelo e vermelho permanece na barra da saia, formando um laranja claro no pano, deixando um aspecto nada agradável e uma lembrança com odor dolorosa do meu dia ruim. E que dia...
E tudo que desejo é que ele se finde, seja deletado se exploda em milhões de pedacinhos e desapareça da minha mente, como se nunca estivesse estado lá, enquanto me embriago com um bom brigadeiro e morro intoxicada de Coca- Cola, assistindo alguma série no intuito de esquecer como aquela semana foi péssima. Sem contar a sensação boa de livrar daqueles malditos sapatos que apertam meus dedões e me fazem andar como pinguim. Maldita farda.
Tudo havia dado errado começando pelo meu alarme não tocando e terminando comigo chegando atrasada para o trabalho na lanchonete e levando uma bronca logo pela manhã. Aquele fora o único lugar que não pedira uma lista de recomendação para me contratar por aquelas bandas. Para que serviriam as recomendações no levar o trazer de pratos, não é? Então assim eu consegui o emprego. Na verdade, Darcy que conseguira o emprego para mim, porque ela a mulher dos contatos e não eu.
Posso imaginar o ambiente do meu conforto chamado: quarto e da minha querida e amada cama ao passo que se aproximo do meu horário de sair dali. Um final de semana só para mim! Aquilo era mesmo verdade?
Até parecia mentira, depois de todos aqueles seis meses trabalhando como uma louca sem parar, evitando a qualquer custo entrar em contado com as minhas lembranças. As benditas lembranças, que por mais que eu lutasse em afasta-las sempre permaneciam como moscas em meus ouvidos, zumbindo em minha cabeça atormentada. Deixando meu estomago embrulhado e meus olhos marejados todas as vezes que passavam como um filme entre meus olhos.
Aquela noite. A noite que havia acabado com tudo. Tudo que acontecera foi tão rápido e cruel que não me permitira processar de forma plena mesmo depois de tanto tempo, ainda me causava certo tipo de arrepio na espinha, sem contar que me impossibilitava de qualquer envolvimento sentimental com qualquer pessoa.
Ele no fim, havia cumprido a promessa. Não aparecera e nem a procurara de novo. Ainda bem, que ele continuasse longe. De acordo com Darcy ele havia sumido do mapa, desaparecido, evaporado, ninguém sabia onde ele estava, mas não havia vendido às ações e ninguém havia perdido seu emprego no final das contas. Ao menos uma boa noticia. Mas o que o fizera mudar de ideia daquela forma?
- Para de pensar nele. – repito para mim mesma.
Aquele tipo de frase já havia virado algum tipo de mantra aqueles meses de tantas vezes que já a repeti.
Você deveria agradecer Christine. Ele cumpriu a promessa, deixou você em paz. E talvez já esteja feliz em algum lugar com outro... Alguém...
Sinto meu coração apertar por debaixo daquela roupa apertada e quente que meu chefe chama de farda. Sua imagem com outro alguém ao seu lado é como um soco em meu estomago, bem na partizinha que mais dói.
Para se de martirizar, pelo amor de Deus!
O ponteiro se move mais um pouco e já estou tirando o pano que permanece preso em minha cintura, tão rápida como raio.
Seja bem vinda a minha vida, querido final de semana!
- O que a senhorita pensa que está fazendo?
Viro-me para a voz atrás do balcão. Meu chefe acaba de sair do seu escritório, um cubículo que mais parece uma masmorra construída na idade média para aprisionar pessoas. Bem a seu estilo, o homem se veste como um carcereiro e sorri para mim com seus dentes amarelados de hiena e fede a óleo.
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Contrato Perigoso - || Livro 1 - Completo ✔ ( Revisando)
Romance* CONTÉUDO ADULTO, para maiores +[18]. O Acordo era simples: Sem sexo. Sem amor. Sem perguntas. Meu nome é Christine Clarck e trabalho como assistente há três anos para o Diabo... O nome dele? Vincent Mitchell usa smoking, po...