Prólogo

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Escutei um barulho. Pareceu um tiro. Mas não sabia se o que eu estava escutando era real. Estava me sentindo estranha. O meu corpo estava sentindo sensações estranhas. Será que me drogaram?

Eu caminhava pelas ruas no centro de Paris. Era noite e eu tinha chegar o quanto antes em casa, pois no dia seguinte seria o meu primeiro dia de trabalho. Precisava realmente curtir o meu último dia livre, por que depois daquela noite eu precisaria criar um pouco mais de responsabilidade.

Nunca fui do tipo irresponsável demais, e nessa noite não teria sido diferente. Fui em um pub e tomei umas duas cervejas, mas acho que colocaram algo na minha bebida. Estava sentindo uns calafrios, tudo estava mais colorido e eu escutava as vozes ultrapassarem os meus tímpanos com mais intensidade, especialmente se a voz fosse de um homem.

Qualquer toque em minha pele era motivo de arrepio e eu sentia uma vontade descontrolada de beijar alguém, mas não havia ninguém na rua naquele momento, e eu não escutava nada até o momento em que pensei ouvir um tiro.

Imaginei que não fosse nada, que era coisa da minha cabeça. Mas quando desci um pouco mais e passei por um beco, vi um movimento enorme de pessoas correndo desesperadas. Os barulhos dos tiros mais frequentes, duas pessoas feridas na calçada, carros de polícia chegando e um homem fugindo.

Não consegui ver quem era. Nunca fui do tipo que sentisse medo das coisas. Mas confesso que nesse momento senti um pouco, por que nada me colocava temor a não ser o receio de perder a sanidade mental. E naquele momento pensei que estivesse ficando louca. Não sabia mais distinguir o que era realidade e o que era coisa da minha cabeça. Na verdade eu pensei que nada daquilo fosse real.

Tinha um homem morto meio metro a minha frente, alguém acabara de atirar nele e fugir. A única coisa que consegui ver antes de desmaiar foram os olhos do homem que parou na minha frente. O olhar não me era estranho, mas não consegui reparar bem, pois segundos depois as minhas vistas escureceram e eu cai dura no chão, ao lado do corpo sem vida a minha frente.

A vigésima quinta lua (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora