Na sexta feira acordei rodeada de pessoas novamente. Eu estava me sentindo um bebê. Já era a segunda vez que eu acordava com todos me olhando como se eu estivesse morrendo ou como se eu fosse frágil o suficiente para dormir sozinha.
- Posso saber por que que tá todo mundo me olhando? – perguntei, com a cabeça pesada.
- Ontem você estava chorando tanto, estava tão nervosa que tivemos que te dar um calmante. – começou Katy. – Você capotou e só acordou agora.
- Oh, pai. É mesmo. Cadê o Zayn? – me levantei, ficando nervosa outra vez. – Vocês atrapalharam o meu encontro com ele. Cadê ele? O que vocês fizeram com ele? – alterei a voz.
- Você está ficando louca! – se irritou mamãe. – A polícia levou ele. Ele era o homem do retrato falado. Você estava saindo com um assassino que nem as autoridades tem certeza da procedência.
- Mas agora vai ficar mais fácil né? Agora eles têm um preso para torturar até descobrirem a verdade. – começou Tom. – E foi graças a você Nicole. Graças ao rastreador no seu celular. Você ajudou a prender um bandido.
- Cale a boca! Quem te chamou aqui? – me estressei ao entrar no banheiro ao bater a porta.
Lavei o rosto e apoiei a cabeça baixa na pia por alguns segundos. Olhei no espelho e meus olhos estavam tão vermelhos quanto a cor da minha pele. Os cabelos embrenhados e a minha mente completamente confusa.
Como eu poderia estar apaixonada por um criminoso? Mas ele não era assim. Quando estávamos só nós dois eu podia sentir que no fundo no fundo ele era uma pessoa boa. Por que estavam acusando ele daquelas atrocidades? Será que a polícia estava errada ou era eu quem não conseguia enxergar o que estava a minha frente?
Eu estava temendo a única coisa que temia na vida, a de perder a sanidade mental. Aquele homem estava me tirando o juízo e aquilo não era bom. Eu precisava me resguardar. Precisava resguardar minha mãe. Essa não era eu, nunca fui uma menina rebelde. Nunca sai por ai fazendo loucuras. Aquilo não era eu e eu precisava de todas as formas recuperar a mim mesmo. Então tomei uma decisão.
- Não quero ir mais para a Alemanha. – disse ao sair do banheiro.
- Você vai, Nicole. Nem que seja amarrada! – disse mamãe ainda mais brava.
- Eu quero ir para a Noruega. – interrompi olhando para Tom como quem espera uma aprovação.
- Tudo bem, a gente casa e você ganha autorização para ficar lá para sempre. – sorriu.
- HÁ! Engraçadinho! Eu não quero mais nada com você Tom. Você sabe disso. Mas devido as circunstancias acho que seria valido passar um tempo lá com mamãe.
- Como é que é? – se surpreendeu mamãe.
- Tá falando sério? – se assustou Katy.
- Nunca falei tão sério em toda minha vida.
- Bom, a minha casa está de portas abertas para as duas. Podemos ir agora mesmo se quiserem. Resolvi adiar o trabalho para depois. Volto em Paris quando tudo estiver mais calmo.
- Bom, se é assim. Vamos para lá então. – começou mamãe. – É sério que não tem problema Tom? – se constrangeu.
- Claro que não! Você é minha sogra. Minha casa é sua casa. - brincou.
- Sem graça. – desdenhei.
- Bom. Então nós vamos embora arrumar nossas coisas. – disse Katy. – Que dia vamos?
- Amanhã mesmo se quiserem. – respondeu Tom.
- Temos que ver o dia que a passagem esteja mais barata. – reclamou Kim.
- Não se preocupe com isso. – interrompeu Tom. – Sabe que isso pra mim não é problema e vocês estão comigo. – Nós vamos amanhã. Não é seguro manter Nicole aqui. – me olhou com os olhos apaixonados se antes.
- Não me olhe assim, garoto. – reclamei.
- Olho como eu quiser. – me pegou no colo e me colocou nos ombros.
- Me solte! Me solte! – bati os pés.
- Sua linda. – me jogou na cama. – Arrumem as coisas de você. Amanhã sairemos no primeiro voo. – completou ao sair do meu quarto. – Até amanhã!
- Até amanhã e muito obrigada. – respondeu mamãe.
- Você deveria casar com ele. Nunca vi mais bonito e mais cavalheiro. – cochichou mamãe quando todos já haviam saído do quarto.
- Só se eu estivesse louca. Ele não é homem pra mim, mamãe. Nem nunca vai ser. – respondi a entrar no banheiro. – Vou tomar banho!
- Ok! Depois arrume suas coisas. Não deixe para última hora.
- Ok!
ue ir. – �|�bH(�
VOCÊ ESTÁ LENDO
A vigésima quinta lua (COMPLETO)
RomanceEssa é a história da jovem católica Nicole, que vivia uma vida tranquila até começar a trabalhar em um café no centro de Paris, onde conheceu um jovem muçulmano que passou a atordoar todos os seus dias. Medo, horror, desejo e mistério era o que o h...