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Quinta-feira acordei ainda mais apaixonada por Zayn. Quando abri os olhos ele foi a primeira coisa que vi. Apesar da barraca ser grande o suficiente para dormirmos a vontade. Estávamos quase um dentro do outro.

Olhei no relógio e eram seis horas da manhã. Me mexi lentamente para não acorda-lo, mas foi inútil. Ele abriu os olhos e acordou sorrindo.

- Como viemos parar aqui? – perguntei. – Me lembro de ter adormecido na fogueira.

- Te trouxe no colo. Se estivesse lá até agora, certamente já estaria assada. – sorriu exibindo as covinhas.

Depois de acordar, levantamos e fomos tomar café. Aquele dia havia acordado menos quente e o deserto parecia ainda mais bonito. Não se via outra coisa que não areia. E eu não precisava de mais nada, estar com Zayn bastava pra mim.

- Será que aqui no deserto sua mãe te acha? – brincou.

- Não duvido não. – sorri ao morder o pão. Eu estava com um vestido roxo, fino e longo. Cobria todo o meu corpo. Na cabeça usava um delicado véu branco. – Onde arrumou essas roupas? – completei, olhando para mim.

- Comprei para você. – sorriu. – Fica ainda mais linda vestida assim. – os olhos dele brilharam.

- Mas enfim. – me constrangi. – Você também tem algum motivo para se esconder? Alguém poderia te achar aqui?

- Nicole... – fez cara de reprovação.

- Desculpe. – me levantei.

- Vamos indo? - Ele parecia não querer tocar no assunto e eu também não insisti.

- Para onde vamos? – perguntei. - Tenho que ligar pra minha mãe.

- Não se preocupe com isso. – disse, com um olhar meigo. – Tudo vai ficar bem. – pegou minhas mãos.

- Confio em você.

Saímos de lá e pegamos um carro. Depois de quase oito horas de viagem, chegamos a uma das maiores cidades da Arábia Saudita. Fiquei deslumbrada com o lugar, nunca tinha visto algo parecido antes. Jidá era excepcionalmente grande e rica. Vi muitos carros caros passarem por lá. Também, com aquele tanto de petróleo não poderia ser diferente.

Os edifícios eram todos modernos, exceto por um lugar especifico por onde passei, nele conserva-se um belo bairro antigo recheados prédios históricos com sacadas de madeira. Mas em geral a cidade era muito bonita. E eu podia ver em cada detalhe o tamanho de sua riqueza.

Caminhando mais um pouco de carro pude ver a costa. Um lindo litoral delineado pelo mar vermelho. Zayn me disse que aquele era o maior centro comercial da Arábia Saudita e seu porto recebia milhares de peregrinos todos os anos para visitarem o monumento "Porta para meca". A maioria dos muçulmanos que iam para Meca, contemplar a mesquita, passavam por lá.

Depois de andar um pouco, descemos do carro e sentamos de frente para a água. E, com os olhos brilhando, Zayn começou a me contar um monte de curiosidades a respeito daquele lugar. Ele parecia deslumbrado ao falar do seu povo. Era como se ele venerasse toda aquela cultura e religião. Seus olhos verdes expressavam uma enorme paixão e devoção pelo que eles consideram certo. E foi nessa hora que comecei a respeitar ainda mais as divergências culturais e religiosas existentes no mundo.

A vigésima quinta lua (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora