Capítulo 6
Safira foi caminhando apressada em direção a porta e ele, sem se mover, acrescentou:
- Podia possuí-la sem o contrato matrimonial, mas prefiro fazer tudo dentro da lei. Não fuja, porque sei onde mora e como consegui-la. Breve nos veremos.
Safira saiu correndo e, ja fora da mansão, olhou ao redor, a procura de seu cavalo.
- Está aqui - disse Demétrio, percebendo que algo não havia saido bem.
Ela saltou sobre o animal e o fez galopar pelo atalho que dividia suas terras para chegar mais depressa em casa. Sentia raiva, vergonha e humilhação. Estava feroz.
Quando chegou perto do atalho, dois cavalheiros a impediram de passar.- Saiam! - gritou. - O que fazem em minhas terras?
- Vá pelo atalho paralelo, este é particular - falou um deles.
- É do meu pai, o sr Aldo Saint.
- Não, senhora. É propriedade privada do sr Benjamin Waltter.
- Do sr Waltter?
- Sim, senhora.
- Você está enganado.
- Nós não estamos enganados, guardamos esta estrada porque dentro de uma semana será interditada.
- Como?
- Por ordem do sr waltter.
Safira esporeou o cavalo e seguiu pelo atalho que sempre pertenceu a sua família. Sua mente estava muito confusa.
Chegando em casa, desceu do cavalo e o prendeu ao poste perto da cerca. Escureceu e tudo estava em silêncio.
Da janela da cozinha, Lupi a viu entrar e disse ao marido:- Safira voltou. Prepare-se para responder suas perguntas. Ela parece muito nervosa.
- E o que vou dizer, Lupi?
- A verdade.
- Mas...
- Se ela perguntar, é claro.
Safira entrou nervosa, muito perturbada. Gritou da porta da cozinha:
- Onde está papai?
- Ainda não voltou - falou Lupi.
- Ficou o dia todo fora?
- Sim.
- Não entendo - Safira gritou. - Não entendo! - e subiu correndo para seu quarto.
Atirou -se na cama e, tapando o rosto com as mãos, chorou desconsoladamente.
Esmurrou o travesseiro, tentando desabafar sua revolta. Não conseguia entender nada, casa abandonada, ausência de peões, a bebedeira do pai, nem mesmo a atitude daquele homem grosseiro chamado Ben.Já eram dez horas quando Lupi bateu a porta para chama-la:
- Menina Safira, venha jantar.
- E papai?
A criada não respondeu.
- E papai? - ela tornou a perguntar.
- Ainda não voltou.
Safira levantou-se, abriu a porta e deu de cara com os criados.
- Não estou com fome, esperarei por papai no salão. - Disse apenas.
Lupi e Firpo respeitaram seu silêncio e sua aspereza.
Safira não jantou. Ficou sentada no salão, esperando. Aldo não veio e ela adormeceu.
Na cozinha Lupi e Firpo se entreolhavam sem saber o que fazer.
Na manhã seguinte, Safira ainda estava dormindo no sofá, quando abriu os olhos e viu os criados diante dela silenciosos, melancólicos e desesperados.
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Sentimento De Posse
RomantizmCOMO LIVRAR-SE DO FASCÍNIO DE UM HOMEM TÃO OBSTINADO? Benjamim Waltter tinha tudo: dinheiro, fama e poder... Só lhe faltava uma mulher para satisfazer seus desejos. Safira era jovem, dinâmica, bonita... e estava ali, bem ao seu alcance, indefesa...