Capítulo 15

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Saint Rivers



Eu não preguei o olho à noite inteira imaginando como seria estar cara a cara com a minha verdadeira mãe após dezenove anos.

Ela gostaria de saber que todos os anos eu fiquei à espera dela?

Ela ainda seria a minha mãe? Ela me amaria a partir de hoje?

Minhas mãos soavam, eu hesitava toda vez que esticava meu braço para tocar a campainha. Eu simplesmente não conseguia apertar a maldita campainha.

Dei as costas decidido a ir embora, mas o clique da porta se abrindo me fez recuar e me virar para olhar.

— Posso ajudar? — Mason, o filho mais velho pergunta.

— Eu-eu... — Minha voz não saia.

— Você? — ele indaga, me olhando dos pés à cabeça.

— Gostaria de falar com Rosie.

— Mãe, tem um rapaz na porta querendo falar com você — ele grita da porta e alguém o responde de volta.

Eu contava os segundos mentalmente, até que ela apareceu na porta e parou ao lado do filho que ainda estava ali me encarando.

— Jesus! — ela exclamou, colocando a mão na boca em espanto.

— Você o conhece? — ele perguntou.

— Ele é filho de um amigo.

Mentindo ou não, ela sabia quem eu era.

— Então tudo bem se eu for? — ele pergunta e ela assente, sem tirar os olhos de mim.

— Sim querido, só me avise se for chegar tarde. — Ela virou o rosto para olhá-lo e sorriu, com um olhar maternal no rosto. — Não se preocupe comigo e tome cuidado Mason.

Assisti ela se despedindo do filho como se ele fosse a coisa mais preciosa. Ela tinha aquele olhar que Dora sempre tinha quando falava comigo. E isso me quebrou por dentro.

Me perdoa Dora.

— Como isso é possível? — ela pergunta incrédula, logo após seu filho dar partida no carro.

— Como eu descobri quem é você? Onde você mora? Foi fácil, mãe.

— Não me chame de mãe, alguém pode ouvir — ela diz, olhando para os dois lado vendo se alguém nos observava. — E você não é o meu filho.

Por que tão fria, mãe?

— Podemos conversar? — pergunto e ela assente, dando passagem para que eu possa entrar na casa.

Espero ela fechar a porta e a sigo até um escritório.

— O que você faz aqui, Saint?

— Então você ainda sabe meu nome? — desdenho, observando as fotos da família feliz em cima da mesa.

Pego uma das fotos, observando todos os filhos que ela teve com outro homem e volto a olhar para ela.

— Como você pode? Você me abandonou quando eu nem se quer falava. Como você consegue dormir todas as noites sabendo que deixou um filho para trás? Um filho pequeno e recém-nascido!

— Do que você tanto reclama Saint? O que espera vindo até a minha casa, aparecendo para o meu filho e colocando em risco o meu casamento? Você nasceu em um berço de ouro, cresceu tendo tudo e o que mais você queria?

— Eu queria uma mãe! Uma mãe que existisse e que estivesse ao meu lado em todos os meus aniversários, uma mãe que me amasse eu só queria a sua presença. O dinheiro nunca comprou e substituiu isso.

— Mas eu nunca quis você — ela grita, me fazendo recuar.

— O que você disse? — pergunto incrédulo.

— Eu nunca quis ter você Saint — ela murmura baixo e abraça o próprio corpo. — Seu pai sempre quis ter um filho, eu precisava de dinheiro e o salário que ele me pagava como secretária não era o suficiente. Mason estava doente e eu gastava muito com medicamentos, eu fiz isso por ele. Você só nasceu para que eu pudesse salvar a vida dele.

Sua confissão é como um soco no estômago. Bato com força a foto na mesa, pouco me importando se o quebrei ou não o porta-retrato.

— Meu pai sabia? — pergunto.

— Seu pai nunca soube da existência do Mason, ele sempre foi um homem ocupado e viajava muito. Isso cooperou para que ele não soubesse. Eu poderia ter me apaixonado pelo seu pai Saint, mas os negócios sempre vinham em primeiro lugar, não culpe a mim por você não ter uma família. Culpe a ele.

— E o seu amante?

— Eu não estava mais com o pai do Mason quando você nasceu, ele se recusou a aceitar que eu engravidei de outro para nos sustentar e foi embora. Ele me deixou grávida de outro e com um filho doente.

— Você nunca pensou em me procurar?

Eu precisava saber se algum dia ela pensou em voltar atrás e me reconhecer como seu filho. Mas seu rosto retorcido em desgosto me mostrou a verdade.

— Não — respondeu, secamente e sem hesitar.

— Seu marido sabe?

Era evidente que ele também não sabia dessa merda toda. Segundo o detetive que contratei para encontrá-la, ela casou com o Stuart anos após me deixar e teve dois filhos.

— Você está errada, eu tenho uma família e pelo visto muito melhor que a sua. Entre nós não há mentiras e eu tenho uma mãe. A Dora, eu tinha quatro anos quando ela se tornou a minha mãe e hoje eu vejo que ela sempre foi uma mãe melhor do que você seria. É uma pena que o dinheiro não lhe compra um caráter novo. Você seria uma péssima mãe para mim Rosie, e eu fico feliz por isso.

Não espero por respostas, não há nada mais a se dizer e nada mais a ser ouvido. Abro a porta da casa e saio, batendo-a em seguida.

Antes de caminhar até o meu carro, dou a última olhada para a casa que passei anos observando

Adeus Rosie.

Levem esse mini capítulo como uma degustação do que está por vir

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E não me matem.

Eu volto em breve com mais capítulos para vocês.

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