Capítulo 6

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Noah Clark


— Noah acorda, você vai perder a hora — Valentina grita mais uma vez ao bater na porta.

— Só mais um pouco — grito alto e escondo meu rosto embaixo do travesseiro.

— Noah, eu não vou te chamar de novo!

Ouço seus passos se afastando do corredor, afasto o travesseiro do meu rosto e me levanto, bufando frustrada. Não acredito que meu final de semana passou em um piscar de olhos.

Olho o relógio em cima do criado mudo ao lado da cama e corro para o banheiro, eu estou atrasada e muito, se eu pular o café da manhã, consigo chegar a tempo de pegar o início da primeira aula ainda.

— Merda, merda, merda Noah — resmungo para mim mesma e corro para o banheiro.

Eu cheguei vinte minutos atrasada, todos estavam reunidos e por sorte não havia professor em sala de aula, eu não gosto de chegar atrasada e não gosto mais ainda de ser chamada atenção por isso. A minha sorte era que todos aguardavam o reitor para saber detalhes sobre o festival, festival esse que me interessei depois que a Valentina comentou sobre isso. Esse não era meu objetivo quando lutei para conquistar a bolsa de estudos aqui em Juilliard, meu foco era estudar e me tornar uma bailarina profissional, entretanto o vencedor do festival irá ganhar trinta mil dólares e o segundo colocado ganhará uma ajuda de custo para os estudos. Não posso negar que isso me chama atenção por dois motivos:

Um, é a minha chance de poder ajudar meus pais financeiramente as coisas em casa não estão muito boas e desde que vim para Nova York estudar foi de mal a pior.

Dois, receber ajuda de custo com os estudos é uma ótima maneira de conquistar rápido meu objetivo já que o dinheiro que eu ganho na livraria não é o suficiente para arcar com outras despesas além de pagar meu dormitório e ajudar meus pais com o restante do meu salário.

— Bom dia alunos! — Paul, o reitor diz ao entrar na sala de música.

— Bom dia, senhor reitor — todos nós falamos em um coro, e ele sorri falsamente.

— Minha passagem por aqui será rápida. — Se dirige em direção ao quadro de avisos que tem na sala e pendura um papel. — As regras serão claras — se vira nos fitando e sorri —, alguns estão aqui há pouco mais de três meses, tenho visto o desempenho de cada um de vocês, vocês são bons, mas podem ser os melhores.

Algumas pessoas começam a cochichar na sala e ele pigarreia chamando novamente a atenção de todos.

— Regra número um — fala em um tom mais grave para que todos prestem atenção. — Sem trapaças, sem boicotar os adversários e sem plágios. Regra número dois, esse ano haverá um limite de inscrições, serão apenas dez participantes, duplas e grupos serão permitidos. Terceira e última regra, aquele que não estiver presente ou se atrasar na hora da performance será desclassificado. Seja um grupo ou dupla, o membro que faltar ou se atrasar levará o grupo todo a perder, a tolerância máxima para atrasos será de quinze minutos. E para finalizar, todos os professores de vocês estarão disponíveis para ajudá-los e ensaiar, um professor escolherá a dedo cada um de vocês para representar e ser responsável por vocês. A escolha será feita por eles em consenso. Alguma dúvida?

— Eu tenho senhor — um aluno no fundo diz, levantando a mão.

— Pode perguntar — indaga, erguendo a sobrancelha enquanto encara o dono da voz.

— Caso o atraso ou a falta seja de emergência o grupo será desclassificado mesmo assim? Não seria justo alguém ser desclassificado por causa de outra pessoa, o senhor não acha? — o dono da voz questiona.

Batida Perfeita | DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora