Capítulo 13

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Noah Clark


Como assim Dora não era a mãe dele? Eu lembro que na primeira vez que nos vimos e ele estava no telefone, ele falou a palavra mãe. Eu não estou louca.

​— Como não Saint? É ela que está nas fotos dos quadros na estante do seu apartamento com você quando era pequeno.

— Mas ela não é a minha mãe verdadeira Noah, ela só é a mulher do meu pai e a mãe da Loren.

— Eu não entendo...

— Noah, você não tem que entender nada — ele me corta ríspido.

Engulo em seco e o observo pegar nossas malas no carro com a ajuda do motorista. O assunto era delicado e eu entendia, soube que alguma coisa estava fora do lugar no momento em que ele não fez o mínimo esforço para abraçá-la.

Aguardo ele terminar de falar com o motorista e vir até a mim, puxando as nossas malas pela alça. Entramos dentro da casa que é tão linda por dentro quanto era por fora, tudo era sofisticado, desde ao assoalho até o teto. Minha mãe sem dúvidas se apaixonaria tanto quanto eu estou apaixonada e encantada por essa casa.

— Você quer comer alguma coisa antes de subirmos? — ele pergunta, quebrando o silêncio.

— Eu não estou com fome — minto, eu estava com muita fome. Entretanto, a vergonha falava mais alto.

— Mentirosa — ele acusa.

— Tudo bem, eu confesso. Estou com fome, mas gostaria de tomar um banho antes.

— Eu vou mostrar o quarto que você vai ficar, só não se assuste.

— Por que eu me assustaria? — pergunto.

Ele se aproxima de mim, ficando com seu rosto a poucos centímetros do meu. Seu pescoço se inclina para frente, meu corpo todo reagiu ao sentir a sua respiração quente em meu pescoço.

O que você está fazendo comigo Saint?

— Porque há corpos espalhados por todos os lugares — ele sussurra em meu ouvido e se afasta.

​— Eu não me assusto facilmente assim — falo, o afastando com a mão.

Perto demais Saint. Perto demais.

— Veremos, não vou abrir a minha porta para você durante a madrugada — ele zomba.

— Você já abriu sua porta para mim a muito tempo.

O que não era mentira. Saint havia derrubado todas as barreiras que havia entre nós no início.

Ignorando o que eu disse, ele subiu as escadas em silêncio e eu o segui arrastando a minha mala com dificuldade. Eu realmente havia exagerado na quantidade de roupa.

Havia dois corredores, um de cada lado. Saint parou no meio e me apontou uma porta à esquerda entre tantas outras portas.

— Acho que você vai gostar mais desse quarto e da vista. Estarei no meu quarto, caso precise de mim. — Ele aponta para outra porta do corredor oposto.

Assinto em silêncio, me corroendo por dentro para não voltar ao assunto da mãe dele.

— Tente não demorar, você precisa comer alguma coisa — ele diz e caminha em direção a sua porta.

— Saint — o chamo e ele se vira para me olhar.

Seus olhos curiosos me examinam.

— Nós vamos conversar sobre isso? — pergunto.

Batida Perfeita | DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora