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Milene Delilah Blanche

Seattle - EUA. 05 de março de 2017. 16h07min.

Mansão Blanche.


Sabe aquela sensação de que se botar o pé pra fora da cama, você se quebra em mil pedaços? Eu estou literalmente quebrada e nem botei o pé fora do lugar na cama. Eu fraturei uma costela, quebrei uma parte da cabeça, torci o pulso, estou com dores horríveis nas costas, minhas pernas estão mais moles que gelatina e minha cota de remédios por dia aumentaram 5 vezes mais.

Eu estou toda fodida.

Mas não é nada com o que eu já não esteja acostumada. Eu acho que posso considerar isso algo "leve" levando em conta os estados que fiquei das outras vezes. O que é uma costela fraturada comparada aos dois pés torcidos e um braço quebrado com pinos não é?

Eu realmente não sei como eu ainda não morri de tanta porrada que eu já levei.

- Drenne, é sério, já está bom assim - digo já frustrada. É a maldita quinta vez que ela ajusta o meu travesseiro.

- Mas e se a senhora sentir dor ao virar pro lado? Eu só...

- Já está bom. Pode ir - tento não soar muito rígida. Sem sucesso, mais uma vez.

- Tudo bem, mais tarde eu venho com sua comida, senhora - apenas concordo com a cabeça e a mesma se retira do quarto, deixando-me mais uma vez sozinha em meus pensamentos. E com a porra de uma cólica menstrual.

Ah é, eu também menstruo. E não tá sendo fácil isso não. Já tive que trocar os lençóis três vezes durante esses dois dias. Mas o que se pode esperar de alguém que fica que nem uma estátua parada por horas e que não pode se mexer sem a ajuda de alguém?

Suspiro ao ouvir batidas na porta.

- Entre - falo para a pessoa, da qual eu já imagino quem seja, entrar no quarto.

- Como você está hoje?

- Como você acha que eu devo estar?

- Milene, não me faça perder a cabeça com você - rosna. Ele sempre diz isso, mas quase sempre quando ele já esta perdendo a cabeça.

- O quê faz aqui? Veio ver o estrago de perto de novo? - e eu tenho que segurar o choro ao notar que ele quebra um porta retrato dos nossos pais na parede, descontando sua raiva no mesmo.

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR ASSIM COMIGO, NÃO DEPOIS DE TUDO O QUE ME FEZ - grita me fazendo pular devido ao susto.

Isso é sério?

- E o que eu te fiz? Até onde eu sei, fui eu quem foi espancada aqui - respondi com o cenho franzido.

- Por quê você foi mesmo? Me lembra, fala porque.

- Kit, eu não se...

- Fala!

- Porque eu beijei outro homem - respondi baixo fechando os olhos.

- Fala auto e abre a porra dos olhos.

- Porque eu beijei outro homem - repeti, mas um pouco mais alto dessa vez.

- Isso, querida, você beijou outro homem - arregalei os olhos ao notar que ele está segurando o celular.

O maldito celular que pode matar minha amigas.

- E sabe o que vai acontecer agora?

- Por favor, Kit, por favor não faça isso! E-eu faço tudo que você quiser, mas não faça isso, por favor - implorei em meio a soluços vendo que ele iria discar o número.

Promisse-me Onde histórias criam vida. Descubra agora