O Supremo e a Humana

Eu te amo?

Durante a aula, eu parei um minuto para pensar.

O que eu realmente sentia pelo Amin?

Eu deveria sentir algo?

Ele me rejeitou.

Ele não deve sentir o mesmo que eu.

Estou me sentindo péssima, quase no mesmo nível do dia, em que tentei cometer suicídio.

Eu tinha 13 anos, na época, estava sofrendo bullying demais e a falta dos meus pais, a depressão, tudo me levou ao suicídio.

Porém eu sobrevivi, não havia tomado remédios o suficiente...todos da escola ficaram sabendo, acho que na verdade, todos dessa pequena cidade onde moro, Wolfe's city.

Irônico? Muito.

Com todos esses pensamentos e a imensa dor de cabeça, acabo adormeçendo.

- Eu acho que vocês dois deveriam acabar com essa palhaçada. - escuto a rouca e calma voz do Alec.

- Onde está você, amor? - acrescento o apelido, vai que assim ele aparece.

- Hoje eu não vou aparecer, se não você me desconcentra, que nem ontem a noite.

Sinto minhas bochechas queimarem ao me lembrar.

- O que você quer falar então? - digo ríspida

- Não fica brava comigo, paixão. Eu preciso fazer isso.

- Fazer o quê? - pergunto-o

- Você e o Amin precisam se acertar!

- Eu nada! Foi ele que disse que eu não sirvo para ser sua companheira! - digo com os olhos marejados. - Mas que merda! Por que eu estou assim? Eu não o amo! - Grito passando as mãos sobre o meu cabelo.

- Sim! Você o ama Sim! Do mesmo jeito que você me ama. Eu sei que o que ele fez foi errado, muito errado, mas você também está errada não o dando uma chance! Não é só ele que ganha na relação de companheirismo!

- M-mas... - Não consigo terminar, não havia o quê dizer.

- Dê uma chance a ele! Ele te ama! Se ele fizer mais uma besteira, aí eu te apoio para ignorar ele, eu juro.

- E-eu não posso! Do que adianta voltar com ele e levar belos chifres?! 

- Ele nunca lhe trairia! Ele te ama poxa. - noto ele saindo das sombras, mas continuo de cabeça abaixada. - nós a amamos incondicionalmente, valerie. Se deixe amar e ser amada.

A floresta começa a falhar como todo dia.

- A decisão é sua, paixão. - escuto pela última vez.

- Até que enfim! Parece que a bela adormecida acordou. - exclama o professor de física. Eu já disse que odeio a matéria, acho que sim! Mas já disse que odeio o professor?

- Vai pastar, senhor Barden! - exclamo, com mil e e outras coisas para se preocupar, ele vem de gracinha?

- Como que é? Para a diretoria, agora! - Ah não! Preciso inventar algo para não ir para a diretoria.

- Qualquer coisa menos sua aula! - junto meu material.

- Ah então o problema é a minha aula? - sorri vitorioso, tadinho. - se é assim pode ficar!