Lembranças

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- Lembre-se!

~Mas o quê? O que eu tenho que lembrar.


Eram 02:35 da manhã, não havia conseguido pregar o olho, nem por dois minutos.

Olhava o teto como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Minha visão começa a ficar turva, minha cabeça doi, sinto como se ela estivesse pegando fogo internamente

Tento gritar, mas nada sai de minha boca.

~ Céus! O que é isso? ~ Penso.

Imagens começam a surgir em minha cabeça.

Era um casal, uma mulher de cabelos castanhos e olho azul e um homem de cabelos castanhos claros e olhos castanhos.

A mulher estava grávida, ambos demonstravam felicidade imensa.

A imagem muda novamente.

Era a mesma mulher, ela estava em trabalho de parto, o homem estava chorando enquanto segurava a mão dela.

Assim que a criança nasce, os médicos levam a criança até a mãe.

Ela chama a bebê de...Valerie.

O homem abraça a mulher e o bebê como se fosse as coisas mais importantes de sua vida.

A imagem muda novamente.

Dessa vez, eles se encontravam em um tipo de parque, sentados na grama, fazendo um piquenique. O bebê se encontra no colo do pai, a mãe observava os dois com muita felicidade.

A imagem muda, era uma vila sendo atacada...atacada por lobisomens.

A mulher pega seu bebê e foge, ela corre...corre e corre. A mesma chega em frente a um orfanato e diz algo para o bebê e eu consigo ouvir.

- Você se lembrará no momento certo, ok? Mamãe e papai amamos você demais! Nossa pequena Feitiçeira Rainha. - beija a cabeça do bebê. - Minha pequena Valerie Clark.

Ela abandona a criança na porta e bate na mesma, depois sai se escondendo na esquina.

Checa se a mesma foi recebida pelo o orfanato.

Ela foge novamente, no sentido da Vila, mas é atacada brutalmente por um lobo. Ela deixa isso acontecer calmamente, como se soubesse que isso fosse acontecer.

A imagem muda, era um outro casal...eram...meus pais...Carmem e Diego.

Eles estavam adotando a mesma bebê,  indo conversar sobre os papéis da adoção.

A mulher diz o nome da criança, entrega uma carta para a mesma.

Quando o casal sai do orfanato, ela sussurra algo.

- Seu nome, agora em diante será, Valerie Thompson! - diz feliz.

Desperto-me das imagens, sento-me na cama e me ponho a chorar.

Chorar e chorar...a meses não chorava.

Quando ainda estava com depressão, ainda nem sei se continuo com, eu havia feito uma promessa, nada de choros.

Chorei, chorei tudo que não havia chorado durante esse tempo.

Chorei pelos meus pais adotivos

Chorei por ter sido vítima de bullying.

Chorei por cada corte que havia feito em meu pulso.

Chorei por cada xingamento.

Chorei de culpa pela morte dos meus pais adotivos.

O Supremo e a HumanaOnde histórias criam vida. Descubra agora