Blue Eyes [Jerrie]

◦ 40 - Epílogo ◦

Ouçam One More Lights - Linkin Park. A relação entre a música e o epílogo é aberta a interpretações.

    ❤ 

 [Cinco anos depois]

Eu estava sentada, de frente a sua lápide. A pedra cinza, rodeada de tulipas azuis e rosas brancas era o lembrete da doçura e do amor que transbordavam daquela garota.

O Epitáfio, no mármore, fui eu mesma quem escolhi.

"Um ser de tanta luz, que esse mundo não foi capaz de merecê-la."

Eu deveria ter colocado mais coisas, mas cinco anos atrás, não havia nada que eu pudesse pensar para descrevê-la melhor que essa frase.

Jesy me esperava no carro, ela vem sendo minha força desde então, acho que eu finalmente posso dizer que tenho uma família. Quando ela chegou e me encontrou desolada, não saiu do meu lado nem nos três dias seguintes a tudo que foi quando eu finalmente voltei a falar.

Eu sempre demorava um pouco pra decidir o que falar pra ela. Porque eu costumava conversar com Perrie em meus pensamentos, mas quando eu vinha aqui, era muito mais forte.

— Sabe, eu estou cursando publicidade, tomei coragem mesmo. E é claro que já te falei isso, mas eu estava me lembrando de como antigamente me parecia impossível essa situação. Tudo mudou graças a força que me deu. Isso vale pro resto também. –suspirei pesadamente. Eu devia parecer uma idiota, falando com uma pedra no meio de tantas outras pedras, mas sinceramente não me importava. —Eu queria que você estivesse aqui, Pezz. Você teria me visto me formar, passar na faculdade e começar a trabalhar. Também queria que tivesse conhecido a Jesy pessoalmente. Ela é o ser humano mais carinhoso, divertido e doido que eu conheço. Também é meio safada, escandalosa e inconveniente as vezes, mas eu aprendi a lidar. –eu ri, e o vento soprou um pouco mais forte, como se estivesse me encorajando a continuar.

—Eu provavelmente nunca vou ser capaz de amar alguém como amei você. Eu não consigo olhar pro céu sem lembrar de seus olhos, ou ver o sol nascer sem lembrar do seu cabelo dourado balançando como os de um anjo. Meu anjo. –tive que secar as lágrimas porque seria péssimo nunca conseguir falar com ela sem desabar.

Não de tristeza. Saudade e felicidade, apenas. Perrie não é algo que se possa lembrar com tristeza.

—Eu preciso ir, porque prometi a tia Debbie que iria visita-la hoje. Ela se tornou quase como uma mãe pra mim e sempre convida eu e Jesy pra ficar com ela. Ela sente muito sua falta também. –me virei de costas pra lápide, olhando pro céu. —Sabe, Pezz, você estava certa quando disse que nossa história é eterna.

Eu não conseguiria falar mais nada, não tinha necessidade também. Observei Jesy ao longe me esperando e fui caminhando em sua direção.

Na minha vida eu acabei adotando o pensamento de que tudo acontece por um motivo. Eu tenho apenas 21 anos, mas não posso dizer que não conheci o amor. Eu o conheci sim, em sua forma mais pura. E caminhando agora, pra longe de sua lápide mais uma vez (mas nunca pra longe dela) tive a certeza de que Perrie Edwards foi a marca mais profunda que a vida me deixou –e a mais bonita também.

"Quem se importa se mais uma luz se apagar?

Em um céu de um milhão de estrelas

Ela cintila, cintila

Quem se importa quando o tempo de alguém se acaba?

Se um momento é tudo que somos

Somos passageiros, passageiros

Quem se importa se mais uma luz se apagar?

Bem, eu me importo"