Bye Bye, Monkey!

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Aeroporto de Mauai
07:21 p.m.

Danny fez de tudo para convencer Rachel a não levar sua filha embora, chegou até mesmo implorar para Stan, mas a decisão já havia sido tomada. Após ter faltado na audiência, os juízes deram a guarda exclusiva de Grace para sua ex-mulher que há tempos tentava sair do Hawaii com a filha. Apesar de todos os esforços do detetive para ganhar mais tempo, o dia da despedida chegou.

- Rachel, por favor... - Começou ele em uma última tentativa desesperada - Eu estou te pedindo, por favor, não tire ela de mim. Você sabe que eu não posso ficar sem ela. Grace é a razão da minha vida, por favor... - uma lágrima solitária escorreu em seu rosto.

- Desculpa Daniel... Não há mais que eu possa fazer. Apenas se despeça dela - Respondeu antes de atender ao chamado de Stan que aguardava com as malas. Danny então virou-se para o banco onde Grace aguardava sentada e com o coração nas mãos foi se despedir.

- Hey, macaquinha... - Falou enquanto abaixava-se ficando assim da mesma altura que sua pequena - Ah... Nós... Ah... Você sabe que nós vamos ficar um tempinho sem se ver, não sabe? - Grace concordou com a cabeça - Eu prometo que vai ser um tempo bem curtinho, só até eu resolver algumas coisas e depois... Bem, o que eu quero dizer é... - respirou fundo e segurou suas mãozinhas- Danno, te ama, ok?

- Eu também te amo, Danno - ela respondeu.

- Vem aqui... - Ele disse enquanto puxava sua macaquinha para um abraço - Eu vou te ligar todo dia, ok? - Falava com os olhos cheio de lágrimas - Quero saber tudo o que fez durante o dia, com quem conversou o que comeu... Tudo. Um relatório completo, combinado? - Ela assentiu com a cabeça - E toda a vez que você sentir vontade, pode me ligar... Não importa a hora, não importa o dia, eu vou estar sempre aqui para você, macaquinha...

- Eu vou sentir sua falta, Danno - Grace falou com voz de choro. Essas palavras fizeram o coração do detetive doer, era difícil ter que se despedir da pessoa mais importante da sua vida.

-Grace, temos que ir... - Disse Rachel se aproximando. Ele abraçou sua filha, como se fosse a última vez, pois era exatamente assim que ele se sentia. Ficar longe dela era o pior castigo que poderia sofrer. Aos poucos eles foram se afastando, Rachel pegou na mão da filha e seguiu para a área de embarque, mas antes que pudessem entrar a menina deu a volta e correu em direção ao seu pai.

- Eu não quero ir, Danno! - Ela disse pulando em seu colo com o rosto coberto de lágrimas - Eu não quero ficar longe de você... - Mesmo com o coração em pedaços, Danny precisava ser forte, por ela. Ele então a abraçou com toda força, passando a mão em seus cabelos e respirou fundo antes de falar.

- Eu também não quero ficar longe de você, macaquinha... - Falou agora ajoelhado no chão olhando nos olhos de Grace - Mas, vai ser por pouco tempo. Eu prometo. - passou a mão em seu rostinho para limpar as lágrimas - Por favor, não chore mais, okay? Pode fazer isso? Por mim? - ela assentiu com a cabeça - Quero que me escute... Eu prometo a você que não vai demorar. Agora venha aqui, eu quero um daqueles beijos especiais - Grace se aproximou, mas antes que o fizesse ela avistou alguns conhecidos: Steve, Kono, Chin, Grover, Max, Jerry e Kamekona.

- TIO STEVE! - ela correu para os braços do comandante que a segurou com força enquanto caminhava em direção a Danny.

- Ei, por que esses olhinhos estão vermelhos, hein? - Ele perguntou a colocando no chão.

- Eu não quero ir, tio Steve... Pede para o Danno me deixar ficar - a menina estava quase chorando de novo. Danny não podia aguentar isso, não podia ver a filha sofrendo desse jeito e Steve sabia disso.

- Hey, princesa... Me escuta - o comandante começou - Danno também não quer que você vá, não é culpa dele, ok? Você sabe que ele te ama mais do que tudo não sabe? - ela concordou.

- E vai ser só por um tempinho, você nem vai perceber - Kono completou.
- Mas o Danno vai ficar sozinho aqui... - a pequena continuou.

- Seu pai não está sozinho, Grace... Nós estamos com ele - Chin respondeu.

- E quem vai fazer comida para ele? - ela perguntou.

- Hey, eu sei cozinhar - o detetive falou.

- Quando você fica sozinho, só come pizza - Danny e os outros sorriram.

- Não se preocupe irmãzinha - Kamekona disse - Eu cuido disso.

- E, além disso, quem vai ler para ele antes de dormir? Ou abraçar ele quando assistir filme de terror? Ou fazer massagem quando ele chegar cansado? Ou ajudar com o caça-palavras? E quem vai afastar aquelas namoradas que só querem se aproveitar do Danno? - Todos estavam rindo com a preocupação de Grace que estava sendo o mais sincera possível.

- Eu posso ler algumas histórias para ele - Jerry falou- tenho ótimos livros sobre abdução alienígena, teorias da conspiração, área 51... O que você escolher.

- Eu posso abraçar ele durante o filme, até faço cafuné - Grover apertou a bochecha do detetive.

- Será um prazer ajudar seu pai com o caça-palavras - Max complementou.

- Pode deixar que eu cuido dessas namoradas - Kono piscou.

- Viu só, você não precisa se preocupar com seu pai, Grace - Chin afirmou.

- Você vai cuidar do Danno, não vai, Tio Steve? - ela perguntou.

- É claro que sim, princesa. Eu sempre vou cuidar do Danno. - ele a abraçou e encarou Danny que desviou o olhar - Sempre.

- Ok, macaquinha... - o detetive interrompeu - Acho que sua mãe cansou de esperar - falou apontando para Rachel que estava acenando á distância - Danno te ama e sempre vai amar ok?

- Eu também te amo, Danno - Ela deixou um último beijo em sua bochecha e caminhou em direção a sua mãe. Dessa vez ela estava mais tranquila porque tinha a promessa de que não ia ficar longe por muito tempo e mais ainda, tinha a certeza de que seu pai estava bem acompanhado.

- Então é isso - Danny falou quando perdeu sua filha de vista - Ela... E-ela se foi - gaguejou um pouco tentando controlar as lágrimas - Minha macaquinha... Ela foi embora... De novo - Dessa vez ele não conseguiu controlar a emoção, ficou andando de um lado para o outro com as mãos na cabeça até finalmente sentar e começar a chorar - O que eu vou fazer sem ela? Grace é minha vida. Ela é a única coisa boa que já me aconteceu.

Steve só queria falar alguma coisa, abraçar seu Danno, dizer que ele estava bem ali e tudo ia dar certo. Mas, desde que voltou o detetive sequer olhava na sua cara, não atendia as ligações nem abria a porta. Estava magoado e com motivos, ele sabia disso. Tudo o que queria era poder contar a verdade para Danny, mas era muito... Perigoso. De qualquer jeito, o comandante não conseguia vê-lo sofrendo assim e ficar sem fazer nada. Então ele se aproximou em silêncio e com cuidado segurou as mãos do detetive que não recuou. Os dois ficaram ali sentados, sem trocar nenhuma palavra apenas sentindo o toque de suas mãos que agora estavam entrelaçadas em um encaixe perfeito.

I Got Your BackOnde histórias criam vida. Descubra agora