Can't Trust You

765 75 105
                                    

Logo após ver sua filha partir, Danny completamente desolado, diz aos amigos que precisa dar uma volta sozinho e sai em disparada com carro. Sem ter mais o que fazer os demais seguem em direção à Sede: Grover em seu carro acompanhado por Kamekona, Max e Jerry enquanto Kono e Chin seguiram no carro de Steve. Tudo o que se ouvia no caminho era o silêncio, acompanhado por breves trocas de olhares. Todos queriam poder dizer ou fazer qualquer coisa para ajudar, mas, eles sabiam que nada seria o suficiente para amenizar a dor que o detetive sentia no momento. Chin e Kono estavam inertes em seus pensamentos quando, subitamente, Steve para o carro.

- Chin, assuma o volante... - disse enquanto se preparava para desembarcar do veículo. - Vocês podem ir, eu sigo a pé daqui.

- Espera, aonde você vai? - Perguntou o tenente sem entender o que estava acontecendo.

- Eu preciso falar com Danny -respondeu com uma agitação visível.

- Acha que é uma boa ideia, Chefe? - indagou Kono - Talvez seja melhor deixa-lo sozinho.

- Não posso o deixar sofrendo dessa maneira... Não por minha culpa.
- Steve, o que aconteceu não foi culpa sua. - começou Chin - Talvez aquela ligação tenha influenciado sim, mas assumir toda a culpa é injusto.

- Eu sou mais culpado do que imaginam, mas... - pausou por um momento - foi necessário. Eu
não tive escolha. Não tenho nenhuma escolha. - um tom misterioso surgiu em sua voz.

- O que quer dizer com isso? - Kono pergunta preocupada.

- Vocês vão saber... - disse já se afastando do veículo - Primeiro preciso falar com Danny.

- Nós nem sabemos para onde ele foi - retrucou Chin.

- Eu sei exatamente onde ele está - Steve disse por fim, olhando uma última vez antes de seguir em frente. Ele conhecia muito bem o parceiro, tinha certeza de onde o encontraria e assim foi. Danny estava sentado na beirada daquela barreira, seu lugar especial, olhando para imensidão azul a sua frente, como já fez tantas outras vezes. O azul do mar contrastava
perfeitamente com o branco de sua camisa. Steve, que estava há alguns passos atrás do detetive, parou por um momento para observar a cena que mais parecia uma obra de arte.
Danny assemelhava-se a um belo anjo, e de fato, o comandante o considerava um. Os segundos de lindos devaneios logo foram transformados em uma tristeza profunda, já que esse anjo estava ferido e o pior, fora Steve quem o feriu. Ele havia machucado seu precioso anjo e mesmo que sua intenção fosse protegê-lo, a dor de vê-lo sofrendo era quase insuportável. Ele se aproxima mais um pouco e tenta levar a mão ao ombro do outro, mas, como se por uma espécie de feitiço, fica paralisado. As vozes em sua cabeça repetem incessantemente o perigo que Danny sequer imagina estar correndo, mas ele precisa contar, precisa explicar o porquê de ter sumido e principalmente, precisa ser perdoado. Respira fundo mais uma vez, outro passo a frente e... dois para trás. Não! Ele não podia. Um nó na garganta não o permite falar, apesar da culpa estar o corroendo por dentro, o medo das consequências era pior que qualquer coisa. Steve então decide se afastar e quando estava prestes a ir embora, seu celular toca. Danny vira-se assustado e se depara com o comandante o observando.

- Eu disse que queria ficar sozinho, não disse? O que está fazendo aqui?

- E-eu... Eu queria... Você estava chorando?

- Sim, Steven, eu estava chorando. Caso você tenha esquecido, há menos de uma hora atrás minha filha entrou em um avião e foi embora, de novo. O que você quer aqui?

- Eu vim te contar a verdade... - O celular continua tocando insistentemente - Ah... Só Um segundo - falou antes de atender a ligação. Era Catherine. - Alô?

I Got Your BackOnde histórias criam vida. Descubra agora