Saída de Emergência

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PROVAVELMENTE EU TINHA alguma doença com azar. Azar congênito ou algo assim.

Eu estava na última mesa de uma lanchonete, na orla da praia, - comendo o "prato especial da casa" que era apenas um hambúrguer sem graça e nem em um prato era servido - quando sem querer passei os olhos pelo jornal que um idoso da outra mesa estava lendo e na primeira página estava a foto da garota, filha de Atena.

Uma foto de quando ela ainda estava viva, parecia ser uma foto tirada na escola, seus cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo e ela parecia bem elegante. Acima da sua foto estava escrito "DESAPARECIDA - AMBER PACE" em letras garrafais.

Provavelmente eu deveria ter lido a notícia direito antes de sair da lanchonete correndo, deixando meu hambúrguer pela metade. Apenas vi os números para ligar, se alguém tivesse alguma informação.

Eu corri como um desesperado por Coney Island, deslizando na neve duas vezes e caindo em uma dessas vezes, comendo um pouco de neve. Ugh.

O número para ligações se repetia na minha cabeça, assim como a foto da garota. Parecia uma assombração.

Quando cheguei no esconderijo, livre do frio que fazia lá fora, dei de cara com Circe, mas a feiticeira estava ocupada demais para dar qualquer atenção em mim.

Ela estava do lado de duas mesas, uma com vários livros e outra com frascos de poções e algumas coisas estranhas. O garoto que eu havia capturado ontem estava na sua frente, esticado por dois cabos de aço que envolviam os seus braços e os pés por correntes. O mais estranho era seu sangue sendo drenado por um fio conectado ao seu braço para um recipiente do tamanho de um copo.

- Uau. - eu disse. - O que está acontecendo aqui? Sadomasoquismo?

- Não seja estúpido. - Circe retrucou.

Eu me aproximei e vi que C. C. estava com um livro na mão. Acho que era desses negócios de magia negra. Parecia bem esquisito.

Olhei para o garoto, resistindo a vontade de sorrir. Ele também me olhou, com fúria em seus olhos. Uma parte de mim sentia receio de ele me amaldiçoar e eu acabar virando uma erva-daninha.

Parecia estar com muito ódio mesmo, mas mesmo assim consegui ver em seus olhos um resquício de medo quando ele me viu.

Ele estava usando... não... ele não estava usando nada além de uma cueca, notei que havia uma gosma amarelada presa em seus tornozelos.

Me virei para Circe, cético.

- Isso não é meio... degradante?

- Eu estou apenas testando alguns feitiços e poções nele. - ela respondeu, mas não parecia realmente interessada no assunto. - Preciso saber se ele está pronto e é usável.

Apontei para o sangue sendo drenado.

Ela deu de ombros, como se não fosse nada demais.

- Preciso do seu sangue nojento para fazer uma magia antiga. Todos usam sangue de semideus. - Circe se explicou. - Até Gaia usou. É poderoso... de certa forma.

- Eu pensei que você ia matar ele. Ou algo do-

- ELES VÃO ME AJUDAR, QUÍRON VAI ME TIRAR DAQUI! O ACAMPAMENTO DEVE ESTAR ME PROCURANDO! VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO! VOCÊS VÃO!

Me virei para o filho de Deméter. Infelizmente para ele, Circe balançou as mãos e a boca do garoto foi completamente fechada. Eu podia ver ele tentar mexer os lábios, fazendo uma careta horrível, mas sem sucesso.

Circe soltou uma risada sarcástica, olhando diretamente para o garoto.

- Aquele centauro velho? Talvez ele nem consiga entrar aqui. E é bom você ficar quieto. Ou eu vou ter que pregar a sua língua no teto.

Flecha do Destino (PJO/HDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora