pilot

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Essa não é a minha primeira fanfic, porém e a primeira que eu decido de fato levar a sério, newtmas é algo que eu sempre quis escrever, perdoem os erros de escritas e eu desejo uma ótima leitura para vocês.

Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.

-William Shakespeare.

A única coisa que ele ouvia naquele momento era o barulho do relógio, ele conseguia ouvir o som do ponteiro ao descer e aquilo era uma tortura para ele, assim como estar naquela sala, seus dedos percorriam sobre a mesa metálica e fria em sua frente, seus olhos sem vida olhavam ao redor, mas sempre paravam nas paredes de um amarelo pastel, pois não suportava olhar para as outras pessoas presentes, entre tudo o que ele passava ali, de fato, aquele momento era o pior, ver todos os outros recebendo visitas de familiares ou amigos enquanto ele não recebia nenhuma e então foi naquele lugar que ele percebeu que era sozinho, que todos em sua volta eram falsos, percebeu que só tinha amigos quando tinha algum status, claro, um status que não fosse de louco. Por mais que a sala estivesse cheia de gente que conversava em variáveis tons para o garoto eram apenas sussurros e ele preferia que fosse daquela forma, preferia que sua mente focasse no relógio do que nas conversas esperançosas e promessas em vão. Achava que era uma grande besteira ter de ficar perdendo tempo quando todos sabiam que ele não receberia ninguém, nunca recebeu, mas então lembrou qual tempo ele iria perder? Afinal, não tinha nada melhor do que fazer naquele lugar, estava internato e não vivia mais por suas escolhas, ele não era livre.

Levou uma das mãos até o cabelo loiro que estava todo bagunçado e apertou alguns fios, aquele era um novo tipo de tique que ele tinha absorvido, costumava fazer isso quando sabia que ia começar a ficar irritado e então em seguida tentava respirar suavemente.

- Ei Newton! - Ouviu uma voz e ergueu o olhar para cima, onde um dos enfermeiros do lugar estava parado e de braços cruzados. - Já acabou o horário de visitas. - Continuou.

O menino apenas se levantou e estremeceu quando seus pés descalços tocaram o chão gelado de mármore. Tratou de seguir o caminho indicado pelo homem que o escoltava, não que ele fosse alguém importante, era apenas tratado como uma bomba instável que poderia chegar em seu limite em qualquer momento sem motivo algum.

Newt nunca se sentiu uma pessoa vazia, ele nunca entendeu como as pessoas funcionavam, mas agora que vivia naquele lugar, ele sabia muito bem o que era não sentir nada, porém ele nunca afirmaria o que tinha o deixado daquela forma, se foi o abandono ou se eram todos os remédios que ele tinha de enfiar para dentro.

O garoto tinha um buraco negro escondido dentro dele, um buraco que ia sugando toda sua energia, motivação, sonhos, alegria e cada vez deixava menos de Newt.

"Buracos negros são restos de antigas estrelas, são tão densos que nem mesmo a luz consegue escapar, se escondem dentro de todas as galáxias, são a forma mais destrutiva do cosmos, enquanto um buraco negro passa pelo espaço, engole tudo que chega muito perto: estrelas, cometas, planetas. Tudo mesmo. Quando planetas, luz, estrelas, o que for, passam do ponto sem volta, é o que chamamos de horizonte de eventos, o ponto após o qual a fuga é impossível.''

Entrou no seu quarto composto por cores sem graça alguma e a porta atrás de si foi fechada, o lugar não tinha nada que contribuísse para suicídios ou que pudesse ser usado como armas. Se sentou na cama com as costas encostadas para a parede e olhou para o seu colega de quarto Aris Jones o qual estava ali por tentado se matar duas vezes no verão.

- Ei Newt qual a coisa que você mais sente falta? - De fato foi uma pergunta curiosa e ele poderia ter respondido tantas coisas como os lugares, pessoas de verdade, comida realmente boa como uma pizza, mas a única coisa que saiu de seus lábios foram.

POLAROID. newtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora