POLAROID. newtmas

conscious

De todas as paixões baixas, o medo é a mais amaldiçoada.

- William Shakespeare.

O único som presente era o leve cantar dos pássaros, não era possível identificar com certeza de onde era a fonte, apenas que era em um lugar consideravelmente perto. Junto com o canto dos pássaros se fez presente a luz do sol que invadia o ambiente aos poucos com seus feixes dourados que se misturavam entre o tecido fino da cortina de cor branca. Calmaria poderia ser a palavra perfeitamente para descrever aquele momento.

Thomas queria que aquela cena durasse para sempre, mesmo que apenas ele estivesse consciente naquele momento. Newt que estava ao seu lado parecia estar mais calmo do que o próprio ambiente e aquilo de certa forma trazia algum conforto para Thomas, ele até queria ter coragem de poder se mexer para pegar o próprio celular e registrar uma foto daquele momento. O garoto gostava de tirar fotos, claro que não como todas as outras pessoas fúteis que precisam colocar tudo o que fazem em uma rede social em troca de curtidas e atenções de pessoas que na verdade não dão a mínima para a sua vida. Ele gostava de guardar momentos em que ele achava especial, pois sabia que um dia sua mente já não teria uma memória tão boa e as imagens seriam tudo o que lhe restaria como uma fonte para despertar a lembrança desejada, mas por um tempo ele simplesmente parou de andar com uma câmera de um lado para o outro, pois sabia que não estava vivendo nada especial. Thomas sempre preferiu as antiquadas polaroid's.

Não poderia afirmar se passaram minutos ou apenas segundos até que Newt despertasse completamente dos encantos de Hipnos ou talvez não tão completamente assim.

- Quem ligou o sol? - Newt se pronunciou e pegou o próprio travesseiro colocando por cima do rosto. Thomas apenas riu antes de responder qualquer coisa.

- Bom dia Bela Adormecida - Falou com um sorriso e recebeu um resmungo de resposta.

Após Newt desistir de ficar com o rosto enfiado embaixo do travesseiro ele já tinha a atenção focada em Thomas ao seu lado.

- Eu não quero levantar - Suspirou - Aliás... Bom Dia Príncipe Alguma Coisa. - Concluiu um tanto sarcástico.

- Será que eu vou conseguir aguentar isso toda manhã na nossa vida de casado? - Thomas questionou e em resposta o travesseiro de Newt vou na cara do garoto.

- Hoje é domingo? - Perguntou ao se levantar da cama.

- De acordo com o calendário sim. - O outro respondeu deixando um Newt submerso em pensamentos próprios.

◻ ◻ ◻

Newt tinha uma das mãos apoiadas no próprio rosto e encarava o menino sentado em sua frente que retribuía o ato. Os dois esperavam o café da manhã estarei totalmente pronto pelos empregados o que para Thomas era uma besteira, ele poderia muito bem fazer as suas próprias panquecas, isso também fazia com que ele percorresse na ideia de se algum dia teria a chances de mostrar seus dotes culinários ao outro. O silêncio parecia ser algo que iria permanecer naquele dia, não que fosse incomodar, apenas era estranho e fazia com que o moreno questionasse se estava tudo bem. O tempo percorreu em sua própria vontade até que alguém aparecesse com os alimentos solicitados de acordo com a vontade do loiro. E Thomas só conseguiu pensar que uma vez mimado, sempre mimado.

- Sr. Sangster sua mãe pediu que esse envelope fosse entregue ao senhor. - Um homem se pronunciou recebendo a atenção de ambos.

- Onde ela está? - Perguntou após pegar um grande envelope marrom em mãos.

- Viajou para Londres. - Ao ouvir essa resposta Newt nem demonstrou surpresa, ele sempre foi deixado sozinho pelas viagens, claro que aquilo não mudaria agora.