Na volta para casa Matt teve que ir ouvindo as reclamações de Annabel a respeito de ele ter dançado com uma empregada, sobre as crianças que ficaram puxando seu vestido e gritando, sobre o quanto aquela tarde havia sido terrível e sobre como precisava de um banho de espumas em sua grande banheira, já que algumas crianças haviam espirrado mais de uma vez perto dela e ela não queria pegar doença.
Matt estava aborrecido com Annabel, mas decidiu ficar quieto e aproveitar a paisagem do lado de fora do carro. Fechou os olhos e se lembrou de olhos verdes, de mãos macias, e um sorriso doce. Isso bastou para que seus ouvidos ignorassem a mulher ao lado, e fosse sorrindo no resto do caminho.
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Um carro a frente John ia vendo a paisagem e permanecia cada vez mais intrigado. Emily era o sinônimo de arrogância e petulância. Mas por que toda vez que ele olhava fundo em seus olhos, parecia que ela poderia chorar? Por que ele via uma tristeza mascarada no fundo de seu olhar? E com esse pensamento foi durante o caminho observando as gotas de chuva que batiam na janela.
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David estava completamente furioso. Sentia que poderia explodir a qualquer momento. Como alguém como ele poderia ser desarmado por alguém como ela? O que diabos estava acontecendo? Ele fechou os olhos e lembrou do olhar grande e inocente dela e sorriu. Rapidamente chacoalhou a cabeça para espantar o pensamento e ficou ainda mais nervoso.
Quando chegou ao castelo se dirigiu ao seu quarto sem dizer nada a ninguém, tinha a impressão de que iria praguejar a qualquer momento, por isso preferiu apenas sumir. No momento que entrou em seu quarto foi andando e arrancando as roupas e largando e chutando pelo chão, entrou no banheiro, ligou apenas a água gelada e entrou de cabeça. Precisava esfriar. Ele sempre foi uma pessoa calma e brincalhona, nunca foi de levar nada a sério, e era difícil ele se irritar com algo. Mas quando atingia o limite era muito difícil de se acalmar novamente. Teve vontade de socar alguma coisa... Aquela mulher havia mexido com seu orgulho. Seu orgulho de homem que não se dobra a nenhuma mulher estava ferido.
Ele ainda não acreditava que havia se aproximado dela normalmente como sempre se aproximava das outras mulheres, a paquerando, e ela havia correspondido com aquele olhar e aquele sorriso. Fechou os olhos quando lembrou de seu sorriso, e quase bateu com a cabeça no box para espantar o pensamento de novo.
Saiu do banho e deitou na cama bufando. Precisava restaurar seu orgulho ferido novamente, e sentir que estava por cima. Saiu do quarto, e avisou os meninos que iria sair e que não o esperassem. Nessa noite ele provaria para si mesmo que ainda era o mesmo David de sempre. Pegador, cafajeste e cheio de si que as garotas amam, e qual o melhor jeito? Ele precisava de garotas e bebida.
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Clara ainda se sentia nas nuvens por ter dançado novamente com Matt. O sorriso insistia em permanecer no seu rosto. Mesmo que ele não a tenha reconhecido, ela ainda se sentia agradecida por ter passado mais um tempo ao lado dele. Lembrava-se do seu cheiro, do seu sorriso, de sua adorável pinta marrom na testa, do seu toque, do seu olhar intenso que parecia poder despi-la, e da sensação que era estar perto dele. Ele possuía uma presença muito marcante, e ela amou cada uma dessas sensações. Tentou ao máximo pensar em todas elas para que não pudesse esquecer nunca em sua vida. Afinal, não sabia se poderia ter essa chance novamente.
Com esse pensamento, parou de dançar uma valsa imaginaria em seu quarto e caiu deitada na cama. Havia tido muita sorte de ter conseguido dançar com ele no baile de aniversario dele. Sua sorte extrapolou os limites quando encontrou com ele novamente na inauguração e ainda dançou com ele novamente. Ela estava sériamente com medo de sair de casa agora, poderia cair um raio em sua cabeça ou um piano. Afinal, ela havia gastado toda a sorte de todas as vidas.
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Seja a minha Cinderella (Pausada)
Storie d'amoreGalera, vou deixar a história pausada por enquanto. Não estou conseguindo escrever ela, mas logo que conseguir, trago mais para vocês. Após o termino de um namoro de cinco anos, Clara se vê a beira de uma profunda depressão. Ela nunca soube lidar m...