Eu acordei com um feixe de luz batendo no meu rosto. Merda esqueci a porra da cortina aberta, pensei e continuei com os olhos fechados, sentindo uma dor de cabeça infernal, peguei o travesseiro e pressionei contra meu rosto.
— AAARGH! — Grunhi alto contra a fronha.
— Acordou bela adormecida? — Dei um pulo assim que ouvi a voz estranha no meu quarto.
Péssima ideia, minha cabeça latejou com o esforço repentino. Arregalei os olhos quando encontrei ninguém menos do que Sofia sentada no sofazinho no canto do quarto.
— Que merda você está fazendo aqui? — Questionei mal-humorada.
— Essa é boa, — Sofia riu. — Eu que te pergunto: Que merda você fez ontem?
— Como assim? — Fiquei paralisada.
— Você não se lembra?
Me lembrar do que... Lauren.
Lauren?!
Pequenos fleches da noite passada rondaram minha mente, eu saindo da casa de Chad. Eu sentada com um menino bebendo Sid. Lauren em cima de um palco cantando... Eu em um banheiro sujo me inclinando para vomitar.
— Não, não, não.
— Sim, sim, sim. — Sofia cantarolou e se sentou na ponta da minha cama.
Eu tentei me lembrar de mais alguma coisa, mas não vinha nada em mente. Uma súbita preocupação me passou.
— Como eu cheguei em casa?
— Lauren te trouxe... No teu carro, com você desmaiada dentro.
— Meu deus, não!
— Mas relaxa, papa e mama não te viram chegando ontem.
— Caralho que vergonha. — Apalmei minha testa com as duas mãos.
— Foi bem engraçado na verdade. — Sofia voltou a rir.
— Se importa de calar a porra da boca e arranjar um remédio para mim? — Questionei irritada.
— Qual a palavrinha mágica? — Minha irmã estava tentando me tirar do serio, só pode ser.
— Vai se ferra Sofia.
— Gente, que isso. — Ela levantou rindo e foi até meu banheiro e ficou fazendo barulho remexendo as gavetas. — Temos: Tylenol, Excedrin, Advil e Acetaminophen. Qual vai querer?
— Qualquer um. — Respondi e ela prontamente me trouxe um comprimido vermelho e um copinho com água da pia. (Gente a água da pia de lá é limpa, calma.) — Obrigada.
— Eu não vou te encher o saco com perguntas, mas se prepara, porque a Dona Sinu vai fazer isso por mim, então pense em uma coisa boa o suficiente... — Ela foi interrompida com batidas na porta e a voz do meu pai:
— Meninas? Já acordaram? — A voz saiu abafada do outro lado da porta
— Droga...— Resmunguei e respondi brevemente. — JÁ VAMOS.
Tomei o remédio e fiz uma careta quando o comprimido passou rasgando pela minha garganta.
— Você ficou a noite inteira sentada ali? — Apontei com o nariz para a poltrona.
— Sim, não consegui dormir no meu quarto e vim para cá ficar vendo você dormir e quem é Sidney?
— Ninguém. — Respondi grosseira e Sofia se levantou da minha cama caminhando em direção a porta.