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O barulho de uma porta de carro batendo des­pertou Nick. Ele levantou-se de um pulo e, sonolento, examinou o quarto estranho, as cortinas com ba­bados, as paredes amarelo-claras. E Eden ainda dormindo, apesar das batidas à porta.

Encontrava-se no quarto de Eden.

As lembranças da noite anterior retornaram em vívidos detalhes. Nick foi até a janela, abriu a cortina e deu uma espiada. Havia um carro parado e uma menina brincando com as folhas no chão. Era o dia em que Eden cuidava de Molly e Jamie Davis. Só que ela não estava em condições de tomar conta de crianças.

Alguém precisava dar a notícia à mãe das meninas, que, sem dúvida, acharia estranho vê-lo na casa de Eden àquela hora da manhã. Mas não havia outro jeito. Nick prendeu a camisa na calça e foi atender, abrindo a porta com um sorriso que procurava transmitir inocência.

A mulher ficou surpresa. Era evidente que não estava acostumada a ver um homem atendendo a porta na casa de Eden 'às seis horas da manhã. Nick não sabia se devia de­fender a inocência de Eden ou dizer, à sra. Davis que o que Eden fazia quando não estava tomando conta das crianças não era da conta dela.

— Quem é você?

Nick olhou para a menina de quatro ou cinco anos que o fitava com ar de curiosidade em seus olhos sérios e bri­lhantes. Pela descrição de Eden, aquela devia ser Jamie.

— Sou Nick.

— Onde está Eden? — indagou a mãe de Jamie, uma morena alta e bonita.

— Ainda está dormindo. Acho que não vai poder ficar com as meninas hoje. Ela está doente.

— Doente? — A mulher pareceu desconfiada. Nick quase podia ver as cenas eróticas que deviam estar passando pela imaginação dela, com ele e Eden nos papéis principais. — Por que ela não me avisou? Eden não costuma fazer isso. Nunca me deixou na mão deste jeito.

— Bom dia, Pat.

A voz de Eden chamou a atenção dos dois. Nick virou-se e a viu parada atrás dele, com um jeans sob a camisola.

— Meu Deus! — Pat exclamou. — O que aconteceu com você?

— Eu trabalhei no jardim ontem e tive contato com umas ervas venenosas. Sou muito alérgica, mas felizmente Nick estava aqui para me levar ao pronto-socorro.

— Você está melhor agora?

— Estou. É só a aparência que assusta. Posso ficar com as meninas. Não há problema.

— Acho melhor não, Eden — Nick interveio.

— Mas Pat não tem com quem deixá-las.

— O médico disse que os comprimidos iam fazê-la ter sono. Recomendou que ficasse na cama, lembra? — Per­cebendo que Eden cedera a sua argumentação, Nick virou-se para Pat Davis. — Sei que a senhora não me conhece, mas se quiser que eu fique com as meninas, farei isso com o maior prazer. Elas não estão acostumadas comigo, mas Éden estará aqui o tempo todo para me orientar.

Pat olhou para Eden, como se perguntasse se poderia confiar nele. A expressão que recebeu em resposta pareceu tranqüilizá-la

— Está bem.

— E seu trabalho, Nick? — Eden indagou.

— Vou ligar para Seth. Sei que ele vai compreender.

— Tem certeza de que pode cuidar delas? — Pat quis confirmar.

Nick a presenteou com seu sorriso mais devastador.

EDEN Quatro Destinos 4Onde histórias criam vida. Descubra agora