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Como Mariah e Tess haviam passado o resto da noite com Eden, as três juntas foram para a madeireira na manhã seguinte. Nick tomara o café com elas e depois fora trabalhar.

Chegaram cedo ao escritório e ficaram esperando Fannie para confrontá-la com suas descobertas.

Ted apareceu na hora de sempre. Ao contrário da ex­pressão de juventude e vitalidade da véspera, ele parecia agora abatido, velho e cansado. Eden leu a verdade em seus olhos constrangidos e sem brilho.

— Frannie não vem trabalhar hoje, não é?

— Não, não vem.

Eden imaginara que aquilo iria acontecer. Sem dúvida, Ted havia procurado Frannie e contado a ela o que tinha descoberto. Sentia um aperto de decepção no coração. Por Ted... por Frannie.

— Ela já estava fazendo as malas quando eu cheguei.

— Ela disse para onde ia?

— Não. — A voz dele não passava de um murmúrio. Fitou as três irmãs, uma por uma, implorando-lhes que acre­ditassem nele. — Ela me dizia que o dinheiro era para sua mãe, que estava morrendo de câncer. Depois do que acon­teceu com Bárbara, eu... — Ted não conseguiu continuar.

Vendo a dor nos olhos dele, Eden acreditou. A história tornou-se um pouco mais clara. Frannie conseguira usar e enganar Ted. Virou-se para irmãs e, pela expressão de cho­que e pena, percebeu que pensavam a mesma coisa.

— Obrigada, Ted. Pode ir. Ele baixou a cabeça e saiu.

— E agora? A polícia? — Tess indagou.

— Não. Vamos deixar tudo como está — Eden opinou. — Acho que quinze mil dólares não valem tudo o que te­remos que passar se tentarmos levar Frannie a julgamento. E eu não gostaria de envolver Ted. Depois de tudo o que ele fez por nós durante tantos anos...

— Ela tem razão — Mariah concordou. — Esse dinheiro é uma gota no oceano perto do que precisamos para acertar a situação da madeireira.

Tess assentiu.

— Por mim, o que vocês decidiram está bem.

Como de hábito, o boato espalhou-se depressa. Ao meio-dia, a notícia do desfalque estava em todas as emissoras de rádio e televisão de Shreveport. Eden recebeu dezenas de telefonemas de solidariedade, muitos dos quais acrescenta­vam suas opiniões sobre o caráter de Frannie Glidden. No fim, ela foi forçada a desligar o telefone para ter um pouco de paz.

Tentou dormir à tarde para compensar a noite em claro, mas assim que se deitou ouviu um carro aproximando-se. Levantou, foi até a janela e viu Tess. O que seria agora? Ajeitando a camisola, Eden caminhou até a porta e abriu. Tess parecia tão exausta quanto ela.

— Oi, Eden. Tentei ligar e o telefone só tocava sem ninguém atender. Concluí que você o havia desligado.

— Eu estava tentando dormir e as pessoas não paravam de telefonar — Eden explicou, cobrindo um bocejo com a mão.

— Você também? Eu liguei a secretária eletrônica.

— Quer um café?

— Aceito.

As duas foram para a cozinha e sentaram-se junto à mesa.

— Você falou com Mariah agora à tarde? — Eden per­guntou, enchendo de água a cafeteira elétrica.

— Parei na casa dela antes de vir para cá. Foi um choque para ela.

— Eu sei. Ela não devia estar lidando com esse tipo de coisa. Fiquei preocupada com ela à noite. Parecia tão tensa.

EDEN Quatro Destinos 4Onde histórias criam vida. Descubra agora