Primeiro beijo?

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Beatrice

Acordei extremamente estressada, com raiva de tudo e todos.

Vesti o uniforme do colégio (Deus, eu odeio esse uniforme. Não por ser branco e cinza, não, longe disso. Mas sério, tenho mesmo que usar essa saia ridícula?) e peguei a mochila. Desci e já vi Katherine á mesa. Dei meia volta e fui pra cozinha, em um lugar bem ao canto atrás do balcão, onde os "empregados" fazem as refeições. Joguei a mochila no chão e suspirei.

-Posso me juntar a vocês?-perguntei na esperança de que dissessem sim.

-Mas querida, porque quer comer conosco? Nossa comida é tão simples! A da mesa de seus pais é mais bonita, mais gostosa...-começou a dona Ana, mas a cortei.

-Olha, eu não ligo. Espero não ser um inconveniente. É só que... Me sinto melhor com vocês. Essa minha madrasta com minha irmã são muito metidas, e eu não gosto do jeito como elas tratam vocês. Merecem respeito.-disse com sinceridade extrema.

-Não, não senhorita. A senhorita nunca seria um inconveniente, venha sente-se com a gente. Mas já lhe aviso, aqui é tudo muito humilde.-disse o jardineiro que já devia ter uns quarenta anos. Ele era até bonito pra idade, alto, cabelos começando a ficar grisalhos, olhos azuis, barba sempre bem feita... Não sei como não casou. Deve ter sido muito bonito em sua juventude. Mais do que depressa puxei um banquinho de três pés e o pus em um espacinho que tinha ali. Me sentei e peguei uma fatia de waffle, pondo um pouco de mel.

-Senhorita, pegue mais! É muito pouco pra uma adolescente que tem um dia inteiro pela frente!-disse Meg, a "governanta".

-Nada. Já tá bom. E por favor, sem essas formalidades, pode me chamar de Beatrice, ou, se quiser, de Trice.-disse sorrindo pra ela, que ficou sem graça e assentiu.

-Então, a senhorita se dá melhor com com gente?-disse o jardineiro que ainda não sei o nome.

-Sim! Aliás, como é seu nome?-disse pegando um copo de suco de limão.

-Gerard.-disse sorrindo.

-Gerard, que nome lindo!

-Obrigado, senhorita Beatrice.-disse dando uma mordida em uma maçã.

-Já disse! Não precisa do "senhorita".-disse meio teimosa.

-Sou um homem á moda antiga, gosto de chamar as moças de senhoras e senhoritas.-disse piscando um olho.

-Bem, não se fazem mais homens á moda antiga. Por isso, não vou mais corrigir você.-disse rindo. Pego uma maçã e ponho na mochila. Peguei um guardanapo e limpei a boca.-bem, obrigado pelo ótimo café da manhã.-disse sorrindo.

-Agora socializa com os empregados?-ouvi aquela voz irritante, mas não era Katherine, era a "Jaqueline".

Me levanto e olho ela, com indiferença. Ela exibe um sorriso vitorioso, como se achasse que eu fosse pedir desculpas... Bom, acho que ela acha isso, sim. Iludida.

-Olha aqui, eu socializo com quem eu quiser. E passe a trata-los com o devido respeito, senão eu vou ter uma conversinha com você. Me entende?-disse séria. Ela fechou a cara.

-Me respeite, menina.

-Me obrigue, velha.-disse com o mais puro veneno na voz e ela quase teve uma taquicardia.

-Velha é sua mãe, sua pirralha!!-disse soltando fogo pelo nariz. Dei um tapa na cara dela e apontei o dedo bem a frente do nariz dela.

-Não. Fala. Da. Minha. Mãe.-disse pausadamente. Peguei a mochila e saí de lá pisando duro.

Aff, essa aí não vai durar muito na minha mão, não, ela não vai.

Diego

Acordei feliz. Não sei porque, mas estou extremamente feliz! Me levantei e já pus uma calça jeans azul escura e a blusa social do uniforme, com aquela maldita gravata que eu não sei dar nó. Coloquei meu all-star e fui pra cozinha que era misturada com a sala de jantar. Assim que minha tia me vê ela ri.

O marrentinho é meu falow?Onde histórias criam vida. Descubra agora