O marrentinho é meu falow?

Day 4: sem ela e descobertas

Diego

Estava jogando uma pedra pra cima e a pegando. E jogando pra cima de novo. Meu dia estava chato e entediante. Como as coisas mudaram. Isso me assusta. Eu me tornar dependente de uma pessoa para ser feliz. Não. Não na verdade eu não sou dependente, e nem preciso da Beatrice, mas eu gosto dela. Gosto de tê-la por perto. Gosto de conversar com ela. Gosto das maluquices dela. Gosto do jeitinho bipolar dela. Gosto de como ela fica passando a mão nos meus cabelos. Gosto de como ela diz indiretamente que me ama. Gosto dos sorrisos dela. Droga. Eu gosto dela, e isso eu não posso negar. Não posso dizer que estou sofrendo, ainda não cheguei nesse estado. Mas eu estou triste. Sim, muito triste. Dizem que homens não tem sentimentos, isso é mentira. Temos sentimentos sim! É só que muitas vezes a gente disfarça, ou então não achamos alguém por quem sentir isso ainda. Afinal, todas as pessoas tem sentimentos, não importa qual o tipo de sentimento, ela tem. E isso, é fato.

Hoje, por incrível que pareça, não está tendo nada. Nada de gincanas, nada de atividades, nada.

E isso é muito ruim, porque fico aqui na esperança de vê-la e ela não aparece, simplesmente porque ela pode ficar o dia inteiro dentro do quarto. E isso significa um dia inteiro sem ela.

Todos aqui já sabem do que aconteceu. E isso me irrita profundamente. Porque as pessoas são tão intrometidas? Todo mundo comentando, um monte de gente vindo falar sobre com estão com pena pelo término, alguns dizendo que logo vou superar. O engraçado é que eu não pedi opinião nenhuma e também não posso sair xingando os outros assim... Na verdade, eu posso, só to com preguiça demais pra isso.

Respirei fundo e olhei pro céu. Pensando bem, nada disso estava nos meus planos. Esse lance de se apaixonar, de passar a gostar tanto da presença de uma pessoa que chegue a doer quase que fisicamente. Isso é uma merda. É uma merda quando as coisas não saem do jeito que você planejou, do jeito que você queria. Sai tudo ao contrário, você fica perdido, sem saber oque fazer.

Fico o tempo todo reprimindo a vontade imensa de ir atrás daquela vadia e arrancar a toda a verdade dela. Reprimindo a vontade de ir atrás da Beatrice. Eu posso até ama-la, mas sou orgulhoso. Se bem que o Allen tem um ótimo plano. Mas eu não tenho tido muita vontade, ou, até mesmo, muita coragem, para fazer oque Allen disse.

Me levantei e começei a andar pela trilha. É como se tudo estivesse em preto e branco. Sem cor. Sem graça.

Cheguei num rio. Tem bastante passarinhos aqui. Me sentei a beira do rio e fiquei olhando ao redor. Nada parecia bonito.

Me cansei de ficar ali sem fazer nada e voltei. Allen estava conversando animadamente com Malu, não vou cortar a onda deles. Fui direto pro dormitório e aquele garoto tinha que estar lá.

-Oi.-disse para mim e eu o ignorei.-eu só queria pedir desculpas. Ajudei a Mel naquele plano besta. Nunca quis que vocês terminassem, mas eu amo muito a Mel, e era isso que ela queria, então...

-Agora me diz, porque ela queria nos fazer terminar?-já que ele está pondo as cartas na mesa.

-Ela tem uma fixação estranha por você.

Assenti e me deitei. É brincadeira.

Beatrice

Fiquei no quarto o dia todo. Não tá sendo fácil não ter alguém para conversar, pra brigar a todo momento, pra rir e essas coisas. É como se tudo perdesse o sentido. Não vou dizer que o mundo ficou preto e branco, porque não ficou. Mas tudo ficou sem graça. Muito sem graça.

Olhei ao redor. Eu estava sozinha lá. Um dia lindo, maravilhoso, e eu estava lá, sem fazer nada. Ou melhor, com um livro aberto, mas sem realmente ler.