Day 12

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Malu

Anteontem não sei como, Allen foi picado (mordido, tanto faz) por uma cobra e eu entrei em desespero. Quando cheguei nos professores e os caralho a quatro eles ficaram apavorados, mas não fizeram NADA. E eu fiquei muito puta com isso. Gritei pra caramba, joguei várias verdades na cara deles e disse oque todo mundo já sabia. Aquele acampamento estava uma bosta. Sério. Horrível.

Beatrice ligou algumas vezes, ela estava bastante preocupada, e eu estava dividida. Entre me preocupar com oque estava acontecendo com Beatrice no acampamento, e o Allen, que ficou sob observação. Oque por um lado achei que foi um exagero tremendo (cara ele vai ficar um dia e meio na observação. Ta certo, a cobra era venenosa, mas já foi. Ele já foi medicado, não teve reação, está bem.), mas por outro, eu acho super necessário, instinto protetor hehe.

Vamos sair desse hospital quase de noite, mas vamos. Oque e uma benção. Porque o quanto de menina que dá em cima daquele traste, pelo amor de Deus.

Allen me cutuca e eu olho pra ele. Ele sorri bobo e eu acabo sorrindo também, porém, um sorriso fraco e sem muito ânimo.

-Que foi?

-Você está com ciúmes?

-Lógico que não seu otário.-reviro os olhos e ele ri.

-Não mente pra mim.

-Não to mentindo.

-Claro que não.

-Não mesmo.

-Acho bom. Porque você é a única mulher bonita daqui. Aliás, a única em que eu reparo, pra saber que é bonita.

Bufo e me levanto.

-Vou comprar comida.

Dito isso saio o mais rápido possível dali. Chego na lanchonete que é em frente ao hospital e espero minha vez. Eu amo ele, mas não gosto de ficar com ciúmes. Porque isso quer dizer indiretamente que eu não tenho tanta confiança nele. Mas eu tenho! É que não gosto de ver outras pessoas perto das minhas pessoas. É desconfortável e irritante.

Compro duas coxinhas, duas cocas de 600ml e um pão de frios.

Volto pra onde Allen está e vejo uma espiga de milho dando em cima dele. Minha vontade era chacoalhar a coca e dar pra ele. Pra ele aprender a parar de sorrir assim pra essas coisas.

Chego perto deles e dou um sorriso forçado.

-Oi amor! Tava falando de você agora!-diz todo animado. Falso.-Deixa eu te apresentar, essa aqui é a minh prima, a Eliza. Ela veio pra cá junto com a minha mãe, ela tava louca pra te conhecer. Eliza, essa aqui que é a minha namorada, a Malu. E Malu, essa é a Eliza.

Minha cara foi no chão, óbvio. Sorri sem graça, então ela é prima dele? A menina me olhou com um sorriso de orelha a orelha e seus olhos chegavam a brilhar. Ela me puxou pra um abraço apertado e me deu um beijo na bochecha.

-Bem vinda a família! Você é muito bonita, como aceitou namorar com esse filhote de cruz credo?-Disse animada.

Ela cruzou os braços e pude ver a aliança no dedo anelar direito dela. Ela é prima dele, e ainda por cima namora. Eu tenho que parar de ser tão ciumenta. Meu Deus, imagina se eu chego aqui gritando? Que vexame.

-Er... Obrigada. Juro pra você que não sei.

-Ei!-Diz Allen, contrariado.-Eu sou lindo, tá bom?!

Ficamos ali conversando e comendo, até que a mãe dele chega com outra garota, mais séria.

-Oi amor, que bom que chegou.-Diz Eliza e dá um selinho na outra garota. Me espanto de início, mas depois passo a ver que as duas se amam e que não estão namorando por modinha, então nem ligo. Até porque, não tenho que ligar mesmo. Preconceito é uma coisa que passa longe de mim, porque cada um escolhe oque quer pra si.

O marrentinho é meu falow?Onde histórias criam vida. Descubra agora