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Beatrice entregava os pedidos o mais rápido possível, a lanchonete estava cheia e ela tivera tido uma longa e exaustiva manhã na faculdade.
Ela entregou os pedidos de uma mesa cheia e estava parando na mesa ao lado para anotar os novos pedidos quando alguém a chamou.
-Ei, garçonete! -Ela sorrio para os clientes que atendia, terminando de anotar rapidamente o pedido. Então se virou para onde a chamavam.
-Você pode nos passar o seu número? -Disse um outro rapaz, loiro e de aparência atlética, olhos castanhos.
Beatrice deu um sorriso fechado.
-Desculpe rapazes, mas eu tenho noivo. -Disse e se retirou.
Entregou os pedidos para Liane, que a olhava com um sorriso debochado.
-Outra vez, Trice? Deveria começar a cobrar.
-Estou começando a cogitar essa hipótese.
-Mas qual é a do seu noivo? Você tem mesmo, ou é só uma mentira pra evitar o assédio?
-É verdade. -Disse a morena com um suspiro.
-E... ele tá na onde?
-Ah, ele... bom, ele teve que viajar. Não sei quando ele vai voltar.
-Iih, abre o olho em amiga. -Disse a ruiva. -Mesa sete. -Completou apontando para trás de Beatrice.
A morena se virou para olhar e soltou um gemido baixo.
-Vai lá pra mim, por favor!
-Certo, eu faço esse sacrifício. -Disse a ruiva umedecendo os lábios com a língua.
Beatrice trocou de lugar com Liane e rio. A amiga era ruiva, com olhos azuis tão claros e tempestuosos que chegavam a parecer cinza as vezes. Ela observou Liane se encaminhar rebolando até a mesa, onde um rapaz de cabelos pretos e um olhar contrariado estava. A verdade é que o homem que estava sentado ali era Peter Graham, colega de classe de Beatrice. Peter tentava a qualquer custo chamar a atenção da menina mas nada funcionava. Inclusive houve uma grande briga na qual ele acusou Beatrice de mentir sobre o noivado, como muitos diziam. Ah, e claro, Liane havia adorado o rapaz.
Peter se levantou e dispensou Liane com um aceno de mão e andou apressado até Beatrice.
-Está me evitando?
-Claro que não. Mesmo que estivesse, é o meu horário de trabalho, não teria como. -Completou em voz baixa.
-Ah, bem... Beatrice, por favor, não faça isso!
-O que? Te evitar? -Perguntou, juntando as sobrancelhas.
-Também. Mas, por favor, me dá uma chance de te mostrar que eu posso te fazer feliz! Você é diferente das garotas que eu conheço. Vamos sair pelo menos. -Disse, com um olhar desesperado.
-Peter... Você é um sonho. Mas eu... Eu tenho um noivo. Eu sou comprometida. Não posso.
-E onde ele está?!
-Já disse! Viajando a trabalho.
-E te traindo!
A menina o fuzilou com o olhar. Ele não sabia de nada, e ela não sabia como explicar. Ela não queria explicar.
-Bem, o problema é meu e dele, não é mesmo? Agora, com licença, tenho que trabalhar.
-Bea, seja quem for, ele não te merece.
-Merece sim! -Disse num quase grito. Olhou para os lados, havia atraído alguns olhares. Abaixou o tom e continuou. -Escuta aqui, Graham, você não sabe de nada! Agora, nunca mais repita isso, você não conhece ele, você não me conhece.
...
Beatrice encarava os aparelhos, desolada. Bem, ali estava o seu noivo, em coma. A três longos meses. Tudo funcionava perfeitamente bem no corpo de Diego, porém... ele não acordava. Os médicos disseram q a qualquer hora ele poderia acordar, que era uma questão de tempo, que não queriam desistir. Mas Beatrice não entendia, se tudo corria bem, porque ele não acordava? A menina suspirou e se levantou, teria que ir pra faculdade. Ela depositou um beijo na testa de Diego e se afastou devagar, segurando as lágrimas.
Mal tinha fechado a porta do quarto uma enfermeira baixinha e de aparência frágil se aproximou, com um olhar indeciso.
-Moça, eu não deveria te contar isso. Os médicos não querem dar falsas esperanças, mas você vem aqui todo santo dia. Acho que gostaria de saber. Ele está começando a reagir. Não há nada, não me leve a mal, nada que seja realmente importante pra ele? Que ele ame e se importe mais que tudo? Porque as vezes, pode ser o impulso que está faltando.
Ela encarou a enfermeira boquiaberta.
-Diego reagiu e não nos contaram?
-Moça, por favor, entenda, não são grandes coisas, acho que ele precisa de um estímulo... entende.
-Sim, eu... eu vou pensar em algo. Muito obrigada.
...
-É Trice, eu não sei não. -Disse Malu soprando a fumaça do cigarro. -O que seria muito importante pra ele?
-Não sei.
Malu fez uma pausa e olhou para a amiga com uma verdadeira interrogação estampada na testa.
-Já levaram o Gabe lá?
-Não, na verdade todos acham que não seria muito bom pro neném, nas poucas vezes ele chorou muito e... MALU ÓTIMA IDEIA.
Beatrice passou a mão na bolsa e saiu correndo da casa da amiga, se dirigindo para a casa de Sophi.
Ao chegar lá explicou a ideia para a moça que concordou, animada com a possibilidade do sobrinho ter alguma reação.
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O marrentinho é meu falow?
Teen FictionBeatrice, dezessete anos, cabelo castanho, olhos verdes, linda. Não é patricinha, muito menos filhinha de papai. É direta e não leva desaforo pra casa. Diego, dezoito anos, cabelo preto, olhos castanho-esverdeado, lindo. Não mora com os pais (porqu...