Capítulo 06

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   — Disse que moravam aqui, eu e meu filho.— respondeu a mãe de Logan.— Kim é uma amiga, estão fazendo um trabalho de escola.
O detetive observou a garota. Com a mente ágil e já traçando estratégias, Kim lhe estendeu a mão.

    — Prazer, Kimberly Adams.— ela se apresentou com um pequeno sorriso. Watson apertou a mão que Kim lhe estendeu. — O senhor é?

    — Detetive Watson. Sam Watson.— ele respondeu, apesar de saber que a garota já sabia, ouviu tudo enquanto estava escondida. Automaticamente, Sam começou a formular perguntas. Porém, Kim foi mais rápida.

    — E então, já encontrou algum suspeito? Sabe, isso não acontece com tanta frequência, digo, assassinatos numa praça, do nada.— Kim fez uma pausa.— Sinto um um pouco de medo. Pode ser serial killer...

    — Não Kimberly, não se trata de um serial killer. Quanto a isso pode ficar mais calma.— Sam falou, com cautela.

    — Desculpa detetive, com todo respeito.—Kim começou, o detetive Watson nunca se acostumara com o " com todo respeito", sempre vinha bomba depois.— Mas o senhor ao menos tem um suspeito, como pode garantir que não se trata de um serial killer?

    — Não se trata de um serial killer, temos certeza disso. Provavelmente um ex namorado. O pai da garota também foi interrogado, mas parece que não sabe se a filha realmente estava em um relacionamento. Apesar de que a irmã de Megan garante que ela vivia falando no telefone com um garoto.— Sam "deixou escapar" de propósito.

    — Então o pai dela não é mesmo um suspeito? — Kim estava muito atenta e agora, ela havia conseguido fazer com que o detetive lhe dissesse coisas que ela não sabia. E que a ajudaria muito.

    — E porque ele seria um suspeito?— em momento algum Sam falou sobre Paul Williams ser um suspeito, e ele sabia disso. O que eles estão escondendo?
Kim tentou manter-se composta.

    — Ele é um traficante de armas. Isso não o torna suspeito?— Vamos ver o que ele sabe de verdade...

    — Ele foi um traficante de armas.— falou o detetive.— Mas apenas isso não o torna suspeito.

    — Porque não?— Kim o desafiou.

    — Ele tem um álibi, estava em casa, com a filha mais nova na hora do crime e essa versão foi confirmada.— ela já quer saber demais.— Bem, Kimberly...

    — Kim. Me chame de Kim.— a garota o interrompeu.

    — Então, Kim, ele não é um suspeito.— o detetive pôde ver a curiosidade brilhando nos olhos da garota. Logan estava sentado numa poltrona observando a conversa, e sua mãe, não menos atenta, estava a poucos metros em pé com os braços cruzados.— Mas me fale de você Kim.
   A garota cerrou os olhos involuntariamente.

    — O quê?— Kim se fez de desentendida.

    —  Conhecia Megan Williams?— ele fez uma pausa e olhou para Logan.— Também a observava na praça?

    — Não, não. Não sabia nada de Megan até o dia da sua morte.— Kim respondeu.

   - E então depois da morte dela vocês resolveram tentar fazer o trabalho da polícia e tentar investigar o caso?— o olhar do detetive alternou entre Kim e  Logan.
   A garota respirou fundo.

     — Eu vou ser bem sincera com você detetive.— Kim encarou o detetive.— A garota praticamente evaporou, o único rastro que ela deixou foi o próprio corpo. Não há suspeitas e não há pistas. Qual é?— Kim balançou a cabeça.— Você sabe quantas "mocinhas" são assassinadas, do nada, em Toronto?

     — Eu não sei se você percebeu Kim, mas eu sou detetive, obviamente eu sei quantos assassinatos como o de Megan Williams aconteceram nesta cidade.— o detetive Watson falou, calmo. Calmo até demais.

    — Então o senhor deve saber que não são muitos. Quase nenhum, não desse jeito.— Kim fez uma pausa.— Nós não "abrimos uma investigação", nem estamos tentando fazer "o trabalho da polícia". Foi só por curiosidade.

     — A curiosidade pode atrapalhar muitas coisas Kim. O que vocês pesquisaram? Informações falsas em sites sensacionalistas é o que não falta.

    — Nada que o senhor já não saiba detetive.— Logan interferiu.

    — E o que eu sei? Para vocês é claro.— Sam Watson se fez de desentendido.

     — O que o senhor falou é claro. Sobre não haver suspeitas ou pistas. Também não encontramos nada. Quem somos nós perto da polícia? — Logan falou e se recostou na poltrona. Nem Jim ousaria usar aquele tom com um detetive. Logan não demonstrou nada.

     — Serei direto com vocês. Se o que estiverem fazendo ou tentando fazer, obstruir, de alguma forma o trabalho da polícia, serão punidos por isso.— o detetive Watson estava sério. O seu tom de voz não era de ameaça, mas de aviso.

    — Eles não interferiram em nada. Posso garantir para o senhor que essa pesquisa ou sei lá o que, se encerra aqui, nem eu sabia disso.— Samantha, a mãe de Logan, garantiu ao policial.

    — Assim será melhor para todos.— o detetive falou e em seguida levantou- se do sofá.—  Obrigado pelo café e pelo tempo. Ajudaram até onde podiam, parem por aqui.
   Assim o detetive Sam Watson, foi até a porta e antes de seguir o seu caminho, Logan o interrompeu.
    — E o carro, detetive?

    — Que carro?— o detetive virou- se para encarar o garoto.

    — O que o assassino fugiu.— o garoto respondeu o óbvio.— Passou na televisão.

    — Desculpa garoto, informação confidencial.— Sam Watson lhe deu as costas e saiu.
   Logo a mãe de Logan sentou no sofá.

   — Muito bem, vocês vão me explicar essa história direitinho.
  

A garota do parqueOnde histórias criam vida. Descubra agora