Capítulo 21

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    Sam Watson estava estressado, não, estava irritado, muito irritado. Ferraram com seu carro, amanhã o caso Megan será encerrado e o assassino deixou bem claro que estar solto. Ao chegar em casa ele largou a sacola no sofá e foi tomar um banho gelado, precisava esfriar a cabeça.
   A conversa com Paul não foi bem o que ele esperava, Sam poderia jurar que ao saber que seu carro foi usado como fuga para o assassinato de sua filha, Paul iria abrir a boca e confessar tudo, mas não, o bandido era esperto. Tinha o direito de um advogado, é verdade. Mas por Sam ele morria e ficaria com o corpo como uma peneira. Cheio de furos. De balas.
   A conversa com Adrielle foi mais produtiva. A garota escondeu a agenda de Megan, mas alegou ser para proteger a amiga, ela convenceu Sam. Disse que Paul Williams não era confiável, não tinha um bom relacionamento coma filha, com nenhuma das duas, as vezes era agressivo e ela tinha que intervir, isso ele já sabia. Mas ela não estava lá quando Megan tinha a idade de Lilian, então não sabe o que pode ter acontecido. Mas uma informação deixou Sam de "orelhas em pé".
    Semana que vem Adrielle iria visitar os pais, que moravam no Brasil, e Lilian ficaria na casa dos tios por parte de mãe, que moravam na Califórnia. Eles iriam pegá-la no aeroporto no mesmo dia em que Adrielle viajaria para o Brasil.
   Por algum motivo o detetive viu esta situação como uma oportunidade de fuga, mas para quem? Adrielle ou Paul? E porque Lilian não poderia ficar com o pai? Por que teria que ir para Califórnia? Ainda estava no período escolar.
   A babá alegou que não se sentia bem quando deixava a garotinha a sós com Paul e o convenceu de uma pequena visita. Nada disso faria diferença amanhã, Sam sabia que Paul não o ajudaria, que a investigação seria encerrada e que ele teria que esquecer toda a situação. Mas alguma coisa estava errada, ele sabia disso, Logan sabia disso, todo mundo sabia disso.
   A ele, só restaria arrumar seu escritório que estava cheio de informações e papéis e ir dormir, era o melhor que poderia fazer hoje.
   Pegou o celular. Nenhuma chamada perdida, Logan não ligou.

                                ***

   Já era dia, Logan estava tomando café antes de ir para escola. Sentado no sofá e assistindo TV. Sua mãe sempre assistia o noticiário local antes de sair para trabalhar, consequentemente, Logan também assistia. Entre uma notícia e outra lá estava a que mais irritava o garoto.
    A repórter estava em frente a delegacia.
   " Hoje completa três semanas desde o assassinato da jovem Megan Williams, vítima de uma injustiça numa praça de Toronto. A polícia que seguia com as investigações, dará hoje, um posicionamento para a população informando o rumo da mesma. Não conseguimos qualquer contato com o detetive do caso, Samuel Watson, mas o delegado, Dylan Smith, se pronunciará mais tarde, ao vivo para toda a cidade ás 19 horas. Eu sou Diana Jhonson para o Toronto news".

   Logan balançou a cabeça negativamente, para a ele isso era injusto, a garota foi assassinada e nem a polícia teve competência para encontrar o autor do crime. Pelo visto, ele teria que fazer isso sozinho, encontrar o assassino e fazê-lo pagar pelo que fez. Se a polícia não foi capaz de vingar Megan, ele seria.
   Sem mas, Logan escovou os dentes, pegou a mochila e foi para a escola. Ao passar pela praça, o mesmo garoto ruivo de sempre estava lá o observando. Fazia muito bem o seu trabalho.

                                 ***

   — Então é isso? Acabou?— Kim perguntou. Estavam ocupando uma das mesas do refeitório, ela, Logan e Matt, como sempre.

   — Pelo visto sim, para a polícia acabou.— Logan falou.— O delegado vai passar as informações as 19 horas e pronto. Fim.
   Ele não estava nada contente com isso – ninguém estava– e não fazia a menor questão de mentir. Estava decepcionado, com Sam principalmente, confiou no detetive e ele havia o deixado tudo de lado.

A garota do parqueOnde histórias criam vida. Descubra agora