Capítulo 16

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   — Você o quê?!— Sam Watson enrrigeceu a postura na cadeira.

   — Eu peguei. Fui até a casa dela ontem e peguei.— Logan confessou. Mentiu. Não foi ele quem pegou, mas também não poderia dizer que foi Kim.

   — Você estar maluco?!— o detetive passou as mãos no cabelo.— Isso é invasão de domicílio, Logan. É crime.

   — Eu sei, eu sei.— o garoto falou.— E você me prometeu sigilo. Então não, eu não cometi nenhum crime.

   — Não estou falando por mim. Se alguém naquela casa desconfiar de algo e fizer uma denuncia, eu não vou poder impedir.— disse Sam. Ele estava certo... Isso se a história terminasse neste ponto.

   — Ninguém vai denunciar, porque eu não invadir a casa, me deixaram entrar. Fui dar os meus pêsames a família e oferecer ajuda. Deixaram que eu entrasse e até fizesse uma visita ao quarto de Megan.— Logan estava ficando nervoso. Se Watson fosse até a casa dos Williams e descobrisse que na verdade uma garota esteve lá... Adeus confiança.

   — Como chegou até o quarto da vítima?— Sam sabia que isso não era impossível. Ele mesmo esteve na casa dos Williams, sabia que a babá faria qualquer coisa sobre pressão, que era amiga de Megan e se sensibilizaria caso alguém mostrasse interesse na história macabra de sua amiga. Mas ele precisava saber com quem estava lidando, o quão calculista Logan poderia ser e se ele seria mais uma ajuda do que um problema.

   — Falei o quanto sentia por uma morte tão repentina. De uma garota tão bonita e com tantas coisas para viver. E queria conhecer um pouco mais de Megan, mesmo que  depois de morta.— o garoto tentou se lembrar ao máximo tudo o que Kim tinha dito. Mas essa última frase, era a mais verdadeira de todo o seu discurso.— Ela deve ter se sensibilizado e me deixou subir.

   — Ok. Ok.— o detetive tentava se acalmar.— Preciso ler a agenda.

   — Não vai dar.— Logan disse, enquanto pensava em uma boa desculpa para justificar sua resposta.

   — Por que?— indagou Sam Watson.

   — Porque eu ainda preciso dela. Talvez não tenha decifrado tudo, preciso me certificar disso.— o garoto foi sincero.

   — Duas cabeças pensam melhor que uma.— o detetive nunca acreditou nesse ditado, mas precisa convencer Logan de que ele precisava da agenda. Também não poderia obrigar o garoto a dar-lhe a agenda, apesar de ter certa autoridade, no momento ele precisava de Logan e já havia inserido o garoto no caso, o que é profissionalmente errado.
   Ao contrário do que pensava, o garoto começou a metralhar-lhe de perguntas.

   — Você foi até a casa de Megan?— começou Logan.

   — Naturalmente. É o meu trabalho.— respondeu Sam.

   — Sabe o nome da babá?

   — Sei. A babá se chama Adrielle Leal. É uma brasileira que veio ao Canadá com a tia em busca de emprego.— ao ouvir a resposta do detetive, Logan prendeu a respiração.
   A.L. Adrielle Leal. Seria a babá a assassina de Megan? Ou a cúmplice?

   — Logan!— Sam Watson chamou a atenção do garoto.— Lembrou de algo que queira me contar?

   — Escuta. Eu vou contar o que tem na agenda, mesmo que precise ler depois, preciso que me responda uma coisa.— Logan estava praticamente com os olhos castanhos arregalados.

   — Estou ouvindo.— o detetive o assegurou.

   — Da história toda, a maior dúvida de Megan é se ela foge ou fica para cuidar da irmã, para protegê-la do pai.— Logan começou.— O problema é que Megan não diz o nome da pessoa com quem iria fugir. Ela o chama ou a chama de A.L. Que pode ser um namorado ou não, talvez um cúmplice, eu não sei. Acha que pode ser a babá? Ou seria um namorado?

A garota do parqueOnde histórias criam vida. Descubra agora