Capítulo 19

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   — Intimação? Qual é o seu problema?— falou Paul Williams, mais alto que Sam.— Porque uma intimação?

   — Qual parte do " seu carro foi utilizado para a fuga do assassino" você não entendeu?— Sam disse, agora mais calmo.

   — Não sei como isso pode ser possível.— justificou o homem de cabelos negros.
   Sam deu um sorrisinho debochado.

   — Não? O carro é seu. Tenho provas disso.— fez uma pausa.— Você tem até amanhã para ir a delegacia. Seria muito chato ficar na mira da polícia novamente não é?

   — Não fiz nada para estar na mira da polícia.— disse Paul.

   — Veremos amanhã. Não é o meu papel vim até sua casa e te chamar para ir depor toda hora, mas pretendo acelerar o máximo está investigação. Resolvi simplificar as coisas, acabar logo com isso.— acabar logo com você seu assassino desgraçado. Pensou o detetive.

   — Estarei lá amanhã, mas antes irei consultar o meu advogado. Tenho direitos.

   — Como quiser.— finalizou Sam.— Adrielle. Preciso conversar com ela também.

   — Não vejo em que minha empregada possa te ajudar.— o homem ergueu a cabeça, tentando se mostrar superior ao detetive.

   — Eu vejo. Você irá chamá-la ou eu precisarei subir?

    — Que petulância!— Paul encarou o detetive, que deu um passo para frente na intenção de subir a escada.— Não será necessário. Adrielle!!
   A garota desceu os degraus rapidamente, já estava esperando por isso, já sabia.

   — Sim?— ela se pôs ao lado do chefe.

   — Podemos conversar um instante?— perguntou o detetive.— Não demorará muito, nem será necessário se encaminhar a delegacia, só utilizarei um gravador, é o suficiente.

   — Porque conversar? Descobriu alguma coisa do caso de Megan?— a garota arregalou os olhos.

   — Nada de concreto.— mentiu Sam.— Mas será necessário conversar com você novamente. A sós.
   Paul balançou a cabeça negativamente.

   — Há um quarto à prova de sons...— Adrielle falou, tímida e olhou para o chefe como se pedisse permissão.

   — Tudo bem, tudo bem. Não abusem da minha paciência.— disse Paul.

   — Usaremos o tempo necessário.— Sam o afrontou. Ele sabia que não deveria fazer provocações, na sua posição, ele deveria mandar e pronto.

   — Primeiro andar.— disse o homem de cabelos negros.— Ela sabe qual é a porta.
   Sam e Adrielle subiram a escada, viraram a direita e lá estava o quarto. No andar de baixo, Paul Williams fazia uma ligação. Não estava nada contente.
    
                                ***

   — E então? O que aconteceu? — começou a morena. Estava com os negros cabelos ondulados soltos, um pouco a abaixo dos ombros. Os olhos castanhos focados e atentos a tudo.— Já disse tudo que sei.

   — Ok,ok... Você sabia de alguma coisa sobre Megan fugir? Com quem pretendia fugir?— o detetive foi mais direto possível.
   A garota franziu o cenho e  respirou fundo. Abriu a boca para falar algo, mas se calou, depois abriu de novo, mas não saiu nada.

   — Fugir?— saiu quase num sussurro. Adrielle estava pálida.

   — Sim, fugir. Adrielle Leal.— Falou Sam.

   — Não eu... Eu...— ela passou as mãos nos cabelos.— Porra.— xingou.

   — Você...

   — Eu desconfiava, mas, não sabia de nada concreto. Que merda!— Adrielle coçou a nuca.— Ela andava estranha, falando no celular escondido, eu era amiga dela... Mas não sabia com quem estava falando, ela só tinha a mim aqui, mas...

   — Mas...— O detetive a incentivou.

   — É complicado, ela tinha outra pessoa é óbvio, alguém de confiança.

   — Você não é de confiança?— Sam a interrompeu.

   — Parece que para ela, nem tanto.— ela parecia magoada.— Isso não importa. Porque acha que ela tentou fugir?
   Sam olhou nos olhos de Adrielle.

   — Alguns fatos, tudo indica que ela tentou fugir, falou algo que não devia e tentou escapar.

   — Então você sabe da agenda?— a garota cruzou os braços.— Como a encontrou?

   — Porque não deveria saber? Porque você a escondeu?— disparou o detetive.

   — Ela tinha esse direito!— bradou a garota.— Se ela tinha uma agenda e a escondia, não queria que ninguém soubesse. Pronto!

   — Mas você sabia.— indagou o detetive.

   — Claro que eu sabia oras! Megan e eu éramos como irmãs...— a garota pronunciou a última frase quase num sussurro.

   — Entendo, mas não pode esconder as coisas, se você falar tudo o que sabe, vai me ajudar muito, vai ajudar a encontrar o assassino de sua amiga.— Sam a pressionou.

   — Eu já falei tudo o que sabia.— confirmou Adrielle.— Mas se no dia que veio aqui não encontrou a agenda , quem a encontrou?

   — É o meu trabalho, eu sei de muitas coisas.— o detetive a respondeu, mas Adrielle sabia que não. Foi ela... A garota pensou, irritada.— Portanto, não me esconda as coisas, se tiver algo para falar, fale agora, não irei relevar nada se houver uma próxima vez.
   Adrielle pensou bem, muito bem. Antes ela do que eu.

   — Teve uma garota.— ela tenta lembrar dos detalhes.— Kim. O nome dela é Kim. Kimberly na verdade, ela esteve aqui, brincou com Lilian... Era um amor, mas ela foi no quarto de Megan, eu deixei, tive que contar para o Paul, ele é o dono da casa e saberia de qualquer forma, entra no quarto da filha todos os dias.

   — Sabe o porquê?— Sam estava sentindo a segurança da conversa e queria aproveitar.

   — Acho que se arrepende.— talvez ela tenha falo de mais.

   — Se arrepende? Se arrepende de quê?— Sam sentia seu coração acelerar. Poderia estar perto, muito perto. Ou não.

   — Ele nunca teve uma boa relação com a filha, talvez se arrependa de não tê-la amado em vida.— Adrielle deu de ombros, como se não se importasse. E não se importava.

   — Acha que ele pode ter tentado contra a vida da filha?

                                ***

   Logan, Kim e Matt estavam saindo do colégio, o dia estava bonito, apesar de ser inverno. Eles iriam para a casa de Kim, desta vez realmente iriam fazer um trabalho escolar, o que era bom, eles tinham poucas matérias juntos.
   Ao atravessar a rua, despercebida, um carro preto, com vidros fumês, em alta velocidade avançou para cima de Kim, com o susto a garota caiu no chão, Logan entrou em pânico e Matt não conseguiu se mover. O carro preto engatou a marcha ré e foi embora, passando por Kim como se fosse um nada.
   A garota mal conseguiu respirar, apenas ficou lá, jogada no chão, tentando entender o que estava acontecendo.

   
  
  

  

  

A garota do parqueOnde histórias criam vida. Descubra agora