Capítulo 02

67 30 17
                                    

    — Até amanhã, cara. Kim. — Matt despedir-se dos amigos.

   — Até amanhã.— Logan respondeu. Kim apenas acenou.

    Kim e Logan estavam indo para casa, caminhando em silêncio e isso quase nunca acontecia, mas a garota sabia que hoje o amigo não estava nos seus melhores dias. Quando passaram pelo parque, agora pouco menos movimentado, Logan falou:

    — Ali. Foi onde eu a vi morta hoje pela manhã.— Logan apontou para um dos bancos da praça, que ficava ao lado de uma árvore agora coberta por neve.
    Por um instante Kim parou e ambos ficaram observando o local.
As pessoas conversavam, crianças brincavam com a neve no chão, num local afastado um grupo de adolescente fumavam cigarros. Ninguém parecia saber o que havia acontecido mais cedo e se sabiam não se importavam com isso.
    Logan e Kim continuaram a caminhar. Quando chegaram no bairro em que moravam, Logan se despediu da amiga e entrou em casa, a  garota morava num bairro próximo e continuou andando.

    —Mãe?— Logan gritou assim que chegou em casa.

    — Estou aqui na cozinha.— a voz da sua mãe ecoou casa adentro. Logan foi até sua mãe e depositou um beijo em sua testa. Eles se pareciam muito. Os mesmos olhos castanhos claros, os cabelos quase negros e a pele branca. Eles se pareciam até no sorriso.

    — Como foi hoje no colégio?— Ela perguntou. Logan refletiu sobre o seu dia. Encontrou a garota que tanto admirava morta, não prestou atenção nas aulas e prometeu algo que não conseguiria cumprir.— Logan?

    — Foi tudo bem.— Logan respondeu.

    — Mesmo? Você não parece muito bem. O que aconteceu?— sua mãe tirou o avental e se encostou na pia.

    —Não aconteceu nada, mãe.— a mãe de Logan estreitou os olhos. Mudando de assunto ele perguntou:

    — Assistiu algum noticiário local hoje?

    — Assistir sim. Porquê?— Samantha estranhou a pergunta do seu filho.

    — Viu algo sobre uma garota que foi assassinada no parque aqui próximo?— O garoto se encostou na parede bege da cozinha.

    — Vi. A pobre garota é nossa vizinha, sabia? Coitada da família.— a mãe de Logan respondeu.—  Mas porquê a pergunta?

    — Vi o corpo mais cedo. Quando estava indo para o colégio.— Logan falou, pesaroso.

    — Que horrível, Logan.— Samantha levou as mãos à boca.

    — É... Falou se foi assalto ou algo assim?— Logan fazia questão de saber todas as informações possíveis.

    — Ainda não se sabe, um detetive está investigando o caso e estar a procura testemunhas.— a mãe de Logan passou todas as informações que tinha até o momento.

    — Espero que encontrem o culpado.— o garoto falou, fitando a parede.

    — Espero que sim filho. Porque está tão preocupado?

    — Não é nada pessoal. Só que... Não é normal ter assaltos aqui em Toronto, muito menos durante o dia, quando acontece eu acho estranho.— Logan mentiu.

    — Logan, filho. Toronto é uma cidade segura, talvez a mais segura da América do Norte, mas não é uma cidade perfeita. Há violência como todas as outras. — a mãe de Logan tinha razão. Eles amavam Toronto, é uma cidade muito bonita e segura, sim. E foi em Toronto que Logan nasceu, cresceu, viu o seu pai morrer de câncer e sua mãe se recuperar da perda. Onde a viu se reerguer e se tornar a mulher forte que é hoje. Foi onde Logan conheceu Kim e Matt e tinha uma vida quase perfeita, pelo menos até hoje pela manhã, antes de sair de casa.

    — Você tem razão mãe. Eu vou subir, vou tomar um banho.— Logan fingiu estar conformado.

    — Não demora muito, eu já estou com fome. Estava te esperando para jantar.— Logan ouviu sua mãe gritar enquanto ele subia as escadas.

    Como disse, jogou a mochila na cama e foi tomar banho. Quando terminou, Logan vestir-se com calça de moleton e blusão. Caminhou até o outro lado do quarto e arrastou a cortina que cobria a janela de vidro. Através dela observou a casa da frente, a casa da garota do parque. Estava silenciosa, as janelas sem cortinas. Aparentemente estava tudo muito calmo, mas como não? Aquela família perdeu um ente querido, hoje... Logan arrastou a cortina novamente. Pegou o celular e desceu as escadas, sua mãe já tinha posto a mesa. Eles jantaram enquanto sua mãe falava sobre o seu dia no trabalho já que Logan evitava detalhar o seu e depois foram para a sala assistir televisão.

    Minutos depois começou o jornal local, muito atento, Logan parou para assistir. Entre tantas notícias, estatísticas, e previsões do tempo, lá estava a notícia do assassinato da garota do parque. Sem muitas delongas, o repórter começou a passar as informações:
    " Hoje pela manhã foi encontrado o corpo de Megan Williams, vítima de assassinato. As poucas testemunhas que haviam no local, na hora do crime, disseram que um homem loiro, da pele clara,
alto, se aproximou da garota de 17 anos e com ela conversou rapidamente. Em seguida o homem havia caminhado até um carro preto que tinha chegado, mas antes de acelerar atirou uma única vez e acertou o peito de Megan. O detetive responsável pelo caso, Sam Watson, descarta a possibilidade de assalto, pois junto ao corpo da garota foi encontrado o celular, documentos e uma pequena quantia em dinheiro. Aqui é David Clark para o Toronto News.''
    Atônito, Logan continuou encarando a televisão, mas não estava prestando atenção em nada. A garota do parque não havia sido assaltada, ela foi assassinada. Mas quem a matou? E por quê?
    Logan tinha muitas perguntas. Mas as únicas informações que ele tinha, era o nome da garota, como ela foi assassinada e as características do assassino. O cérebro de Logan estava a mil por hora. Mas ele havia prometido a Kim que não se envolveria em nada, agora Logan sabia que essa seria a primeira promessa que fez amiga e provavelmente não conseguiria cumprir. Estava sentindo como se a tivessem arrancado dele, queria justiça.
    O detetive. Logan sabia que mais cedo ou mais tarde o detetive bateria na porta da sua casa. Ele não só viu a cena do crime antes da polícia, como era um dos vizinhos mais próximos de Megan, apesar de não saber nada sobre ela, morava praticamente em frente a sua casa.
    Logan não estava ansioso para ajudar o detetive e sim para fazer com que o detetive o ajudasse. Queria justiça, queria nem que fosse uma vez na vida, lutar por algo.

______________________________________

    Oi povo lindo!! O que vocês acham que vai acontecer? Algum palpite? Acho que ainda não dar para fazer teorias né? Ou dar... Deixem aí nos comentários :)

    Ah e não esquece de deixar seu voto, é importante <3

A garota do parqueOnde histórias criam vida. Descubra agora