Carolina Montes
Surfar naquele final de semana me fez muito bem, mas percebi que após o aquele domingo Matt ficou estranho comigo. Já estamos em setembro e não contei a ninguém que meu aniversário é dia 20, o que significa que é daqui a três dias. Prefiro não contar a ninguém, pois não vejo motivos para comemorar.
- Por que você está tão pensativa? - Emilly me questiona.
- Não é nada.
- É alguma coisa sim. - Vanessa insiste. - Você ficou estranha de uns tempos pra cá.
Estamos nós três na casa da Vanessa fazendo o tão falado brigadeiro que eu ensinei as meninas.
- É só que. - Inspiro e expiro antes de continuar. - Minha vida não é mais a mesma. Eu costumava trabalhar sem parar e Matt mudou comigo. Tudo bem que o casamento não é de verdade e tudo mais, mas eu percebi que ele ficou mais frio e tem me evitado.
Se você está aí se perguntando se Vanessa já sabe que tudo é uma farsa, sim ela sabe e não me julgou quando eu contei toda a história.
- Sinto muito por você estar passando por isso minha amiga. - Emilly se levanta da mesa e vem me abraçar. - Vamos sair hoje a noite e tomar alguns drinks.
- Gostei da ideia. - Vanessa e eu concordamos.
...
Me arrumei o mais glamourosa que consegui e mandei uma mensagem para Matt avisando que iria sair com as meninas. Agora todos os dias ele estava chegando tarde do trabalho e isso me fazia se sentir sozinha.
Pedi para Ramon me deixar no bar e depois o dispensei. Quando entrei já dei de cara com as meninas sentadas em uma mesa bem próxima de uma pequena pista de dança e três doses de tequila em cima da mesa.
- Estou sendo muito bem recepcionada.
- Ainda bem que você chegou, eu já estava quase virando esse lindo copinho aqui. - Vanessa fala.
- E eu estou salivando. - Emilly diz lambendo os lábios.
- Por que esperar mais? - Viramos as doses e já pedimos outra rodada. - Como amanhã vocês vão trabalhar e não irão pegar pesado na bebida..
- O que tem? - Emilly me corta.
- Bom... Quero dizer que vou beber por mim e por vocês.
Três doses de tequila me deram coragem para dançar em uma pista de dança quase vazia já que ainda estamos no meio da semana.
- Pelo que estou vendo ela vai sair daqui carregada. - Ouço as meninas falarem e me encaminho para o bar para pedir mais doses e volto para a mesa.
- Carolina você quer mesmo ficar em um coma alcoólico? - Emilly me pergunta.
- Emy, acho que só assim o que estou sentindo irá passar.
- Sinto muito que se sinta assim. - Vanessa me conforta. - Saiba que estamos aqui para cuidar de você.
- Vamos tentar te acobertar, pois sei que se o Matt descobrir como você está ele vai ficar furioso. - Emilly também me apoia.
Saber que minhas amigas me apoiam me deixa feliz, pois embora essa amizade é de pouco tempo eu sei que eu faria de tudo para ver elas felizes e sei que elas fariam o mesmo por mim
...
Já perdi as contas de quantas bebidas já tomei e também não sei que horas são, só sei que estou dançando com um cara que acho ser gay. Meus olhos mal ficam abertos, a única coisa que comi mais cedo foi o brigadeiro. Deixei o cara na pista de dança e me encaminho para sentar um pouco na mesa, mas antes de chegar lá vejo que Scott, Dylan e Matt se aproximam da mesa. Por mais que sei que estou ferrada continuo cambaleando até lá e recebo um olhar de ódio do Matt e um de desculpas das meninas.
- Você vai para casa agora! - Matt me íntima e começo a rir.
- Casa? Desculpa, não sabia que estava indo para o Brasil.
- O que isso tem haver? - Burro!
- A minha casa fica lá.
- Você está muito bêbada. - Ele fala irritando e pega no meu braço me puxando para fora e nossos amigos nos acompanham.
- Vai com calma cara. - Ouço Scott dizer.
- Você não vai machucar ela. - Vanessa fala um pouco alterada.
- O que? - Ele questiona confuso. - Eu nunca bateria em uma mulher.
Todo o peso do álcool começa a me consumir, meus olhos ficam mais pesados e meu corpo fica mole. Fecho meus olhos ao ver todo o mundo girando. Só sinto as mãos fortes de Matt me segurando quando eu apago completamente.
Matt Parker
Já era muito tarde quando vi a mensagem da Carolina e quando liguei para ela só dava na caixa postal, logo constatei que ela desligou o celular de propósito. Quando falei com Ramon ele me deu o endereço onde ele havia deixado ela.
- Vocês sabiam que elas iam sair? - Pergunto aos meus amigos que ficaram presos comigo na empresa para discutir um novo caso.
- Sim. - Eles responderam.
- Olha cara, não quero ser estraga prazeres, mas a Emilly me disse que a Carolina está bem chateada e exagerou um pouco na bebida. - Scott me avisa.
Sou consumido pela raiva e rapidamente me encaminho para o endereço que Ramon me passou e meus amigos vem junto comigo cada um com seu carro. Quando chego dou de cara com ela dançando com um cara e isso me deixa mais puto ainda.
Depois que peguei em seu braço para leva-la para casa ela apagou de tão bêbada que estava. Coloquei ela no carro com cuidado, me despedi dos meus amigos e suas namoradas e fui para casa.
Quando cheguei a peguei no colo e a carreguei para o quarto com ela reclamando de tudo estar girando.
- Se não queria ficar assim não deveria ter bebido tanto.
- Vai se foder. - Ela esbraveja. - Me coloca no chão. - Ela pede e atendo seu pedido.
Assim que põe os pés no chão ela vai cambaleando para o banheiro e escuto ela vomitando toda a bebida que deve ter tomado e em seguida escovar os dentes. Depois que os barulhos cessaram fiquei preocupado e entrei no banheiro, Carolina estava sentada no chão com o rosto pálido e com a respiração irregular.
- Caralho, Você está muito mal. - Mais que droga!
- Eu estou bem, logo vai passar. - Isso não me tranquiliza nenhum pouco.
Mesmo com suas reclamações a levanto do chão e a coloco em baixo do chuveiro.
- Não precisa fazer isso, eu sei me cuidar sozinha. - Ela reclama.
- Você não está em condições para isso.
- Não precisa fingir que se importa. - Como ela acha que não me importo? - Você me evitou por quase um mês, deveria continuar fazendo isso agora.
Agora sei porque ela está tão chateada e ela tem razão. Depois do que conversei na praia com Scott eu parei de transar com ela e muito mal nos falamos, porque sempre que podia eu saia tarde da empresa e muitas vezes quando chegava em casa ela já estava dormindo.
- Eu me importo sim. - Falei sincero. - Me desculpe, não irei mais fazer isso.
- Tanto faz. - Acredito que além de chateada ela esteja magoada.
Desliguei o chuveiro e ajudei a retirar sua roupa, peguei uma camiseta minha e coloquei em seu corpo e deitei ela na cama. Tomei um banho rápido e me juntei a minha esposa, a abraçei e beijei seu cabelos com cheirinho de shampoo morango. Como eu senti falta disso, de abraça-la no meio da noite, de cheirar seus cabelos macios. Sim nós dormíamos na mesma cama, mas eu passei esse tempo evitando troca-la, pois sei que não podemos nos apegar.
Aí meus Deus! Como eu sou idiota, como eu pude esquecer?
Sábado Carolina faz aniversário e completamos dois meses de casados. Uma ideia vem em minha cabeça e já sei qual será meu presente.
Vejo que ela dorme mais tranquila ao meu lado e isso me tranquiliza. Dou um beijo na sua nuca e a puxo para mais perto de mim e não demora muito para eu a acompanhar em um sono profundo.
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21/02/2018
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O Contrato
RomanceCarolina Montes é uma mulher de 26 anos com uma personalidade forte. Ela passou por uma situação nada agradável no hospital em que trabalhou. Após toda confusão sobre o assédio que sofreu, Carolina resolve ir para Las Vegas aproveitar para usar uma...