Carolina Montes
Ontem foi a minha folga do bar e aproveitei para dormir até tarde. Depois que fiquei grávida tudo o que quero fazer é ficar na cama e parece que o meu sono nunca acaba.
Eu estou gostando de trabalhar no The Redwood Bar, mas já estava desacostumada a trabalhar até de madrugada. Eu saio do bar todos os dias às três da manhã e sempre pego uma carona com o Shelton que é o outro bartender que fica comigo no bar preparando drinks.
Hoje é sexta e o bar está lotado de universitários que vieram escutar música ao vivo de uma bandinha de rock de um bairro próximo.
Preparo muitos drinks durante a noite e sinto um pequeno incomodo na minha barriga, mas acho que não deve ser nada. Vejo um homem ao longe de costas e até acho que o conheço, mas logo ele some e volto minha atenção para a fila de clientes.
A banda de rock está arrasando no palco e muitas pessoas estão pulando e cantando as letras das músicas. Quando a fila que se formou acaba, sinto que estou sendo observada. É como se alguém estivesse queimando a minha pele apenas com um olhar.
Olho para todos os lados e não vejo ninguém em particular me observando.
- Você está procurando quem? - Shelton me pergunta.
- Ninguém, só achei que tinha alguém me encarando.
- Tem vários homens aqui gatinha que vem para o bar só para ver você. - Ele fala sorrindo.
Shelton é um homem forte e alto com porte atlético, ele chama a atenção de muitas mulheres com seu sotaque sulista e suas bochechas rosadas do sol. Poucas pessoas sabem que ele é gay. Ele disse que recebe muitas gorjetas das mulheres que lhe dão cantada e ele prefere que fique assim para ganhar um dinheirinho a mais.
Nós conversamos muito quando temos tempo. Shelton morava no Texas com os pais até se assumir gay e ter sido expulso de casa. Ele veio para Califórnia quase que só com o dinheiro da passagem, mas agora já está mais estabilizado e até faz direito na UCLA ( Universidade da Califórnia - Los Angeles).
Penso que se eu estivesse na empresa do Matt eu poderia lhe conseguir um estágio remunerado. Basta eu pensar nele que já sinto uma vontade de chorar, até lembro do seu perfume amadeirado.
Mas perai, esse perfume não está só na minha cabeça, esse cheiro está muito perto de mim. O que esse filho da puta está fazendo aqui?
Olho para frente e vejo Matt sentado na bancada do bar pedindo sua bebida a Shelton. Antes de fazer qualquer coisa penso comigo mesma que ele não sabe que estou grávida e nem tem como desconfiar, pois minha barriga ainda não tem muito volume, e ele também não tem conhecimento dos meus sentimentos.
- Carolina? - Por que ele me faz arrepiar só de escutar a sua voz?
- O que você está fazendo aqui? - Sou ríspida na minha pergunta, mesmo estando atônita e muito surpresa com sua presença.
- Você não acha que temos que conversar? - Ele pergunta sério.
- Você não acha que deixei bem claro que não queria mais ficar na sua casa quando fui embora?
- Não, não acho. Você foi embora sem me dar uma chance de me explicar. - Ele fala um pouco triste, mas não deixo ele me comover.
- Não preciso ouvir nenhuma explicação sua. Pouco me importa o que você fez em New York. - Minto. Eu me importo sim, mas não vou admitir isso para ele.
- Eu não quero conversar com você aqui, precisamos de privacidade. - Ele fala olhando ao redor vendo que tem algumas pessoas prestando atenção em nós.
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O Contrato
RomantizmCarolina Montes é uma mulher de 26 anos com uma personalidade forte. Ela passou por uma situação nada agradável no hospital em que trabalhou. Após toda confusão sobre o assédio que sofreu, Carolina resolve ir para Las Vegas aproveitar para usar uma...